Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Comunicação

    Ivan o Terrível no Alentejo

    Ivan o Terrível no Alentejo     Foi exibido pela primeira vez nesta aldeia não longe do Torrão          onde nasceu Bernardim Ivan o Terrível         O écran era um lençol enorme estendido como um olho branco entre dois sobreiros   Os camponeses fitaram esse olho inquieto cheio de sombras de lírios durante horas sem fim Ou […]

    POR: Redação

    2 min de leitura

    Ivan o Terrível no Alentejo

     

     

    Foi exibido pela primeira vez nesta aldeia
    não longe do Torrão          onde nasceu Bernardim
    Ivan o Terrível         O écran era um lençol enorme
    estendido como um olho branco entre dois sobreiros

     

    Os camponeses fitaram esse olho inquieto cheio
    de sombras de lírios durante horas sem fim
    Ou era que a eternidade concentrara
    Por detrás do pano o magnetismo do mundo.

     

     

    Muito mais tarde os camponeses regressaram
    através da charneca          Com eles ia o olho branco
    levando-os pela mão         E ajudava as crianças
    a atravessar esperanças apenas de riachos

     

    Chegaram por fim às suas cabanas     Tarde
    E pela primeira vez os homens esperaram que as mulheres
    se descalçassem  e se lavassem da poeira
    do caminho         Depois beijaram-lhes os pés

     

     

    Os pares de namorados foram ainda procurar
    résteas de um seco rio       Num pequenino charco
    procuraram em vão o rosto de Ivan  Mas ele ardia
    alto e arde num céu de pano branco.

     

     

     

    Alexandre Pinheiro Torres – Poemas com cinema
    Antologia organizada por: Joana Matos Frias / Luis Miguel Queirós e Rosa Maria Martelo