NICÓSIA (AFP) – As autoridades cipriotas descartaram nesta quinta-feira 21 um impopular imposto sobre os depósitos bancários, informaram várias fontes, e decidiram criar um fundo de investimentos, como parte do plano internacional de resgate financeiro da ilha.
“Após uma proposta (do presidente Nicos Anastasiadis), se alcançou um consenso e se decidiu, por unanimidade, criar um fundo de investimentos de solidariedade”, afirma em um comunicado o porta-voz do governo, Christos Stylianidis.
Outros líderes políticos afirmaram que foi completamente descartado taxar os depósitos bancários, como determinava o plano inicial. “O assunto do imposto não estava sobre a mesa”, declarou o presidente do Parlamento, Yiannakis Omirou.
“O confisco não está nem na margem das possibilidades examinadas”, disse o líder do Partido Europeu, Dimitris Syllouris.
O porta-voz do governo afirmou que a proposta do fundo estava sendo concluída por advogados. Averof Neofitou, líder do partido governante de centro-direita DISY, disse que o texto deve ser examinado no Parlamento pela tarde. “Quero acreditar que encontraremos uma solução para evitar a falência do país, e que seremos capazes de administrar isto.”
Até o momento não foram divulgados detalhes sobre a constituição do fundo. A imprensa informou mais cedo que o fundo seria alimentado com a nacionalização de fundos de pensão e com a emissão de dívida garantida pelos recursos futuros obtidos com as reservas de gás da ilha.
O jornal Phileleftheros destacou que isto permitiria arrecadar 3,5 bilhões de euros, dos 5,8 bilhões que a ilha deve aportar para receber o resgate de 10 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.
O Chipre busca uma forma de concluir o aporte exigido pelos sócios, depois que o Parlamento rejeitou na terça-feira 19 um plano que previa uma taxa excepcional de 6,75% sobre os depósitos de entre 20 mil e 100 mil euros, e de 9,9% para os depósitos acima deste valor.
O plano desta quinta-feira foi elaborado rapidamente, após o ministro das Finanças, Michalis Sarris, não conseguir resultados em Moscou na renegociação de um empréstimo concedido pela Rússia em 2011.
Publicado na Carta Capital