Pentágono propõe nova unidade e investimentos em prisão de Guantánamo
O Pentágono está avaliando construir uma nova unidade para presos na base militar de Guantánamo, em Cuba, no valor de 49 milhões de dólares. A iniciativa indica que a promessa do presidente norte-americano, Barack Obama, de fechar a prisão, não deve ser concretizada em breve.
A nova proposta está no estágio inicial, ao contrário de melhorias propostas anteriormente, como um novo refeitório, hospital e moradia para guardas, que já estão avançadas. Um porta-voz do Pentágono afirmou que essas instalações precisam ser renovadas porque não foram pensadas para ser permanentes.
“A maior parte dos prédios e infraestrutura foi feita para uma missão de curto prazo”, disse o oficial Ron Flanders à imprensa norte-americana. “Chegamos lá em 2002, mas nunca pensamos que continuaríamos até 2013, sem previsão de irmos embora.”
A proposta não estava incluída no orçamento de 150 milhões de dólares que o general John F. Kelly, líder do Comando do Sul, discutiu no Congresso essa semana. Mas, após Kelly fazer comentários sobre as obras, Flanders revelou os custos estimados.
David Reme, advogado de alguns dos presos, disse que os planos de manutenção e ampliação da infraestrutura dos militares em Guantánamo continuam, apesar dos cortes no orçamento do Pentágono, que chegam a mais de 46 bilhões de dólares.
Guantánamo é considerada a prisão mais cara dos Estados Unidos, com orçamento operacional em 2013 próximo dos 177 milhões de dólares, o que significa um gasto de quase um milhão de dólares para vigilância e proteção da cada um dos 166 prisioneiros, de acordo com a rede NBC.
Greve de fome
Militares confirmaram nesta quarta-feira(20/03) que o número de presos em greve de fome na instalação triplicou nas últimas duas semanas, saltando de sete para 25, sendo que oito estão sendo alimentados à força. A ONG Centro de Direitos Constitucionais, baseada em Nova York, afirma a greve de fome já alcança 130 dos 166 detentos.
Em uma carta ao Congresso norte-americano, advogados dos réus indicaram que temem um desfecho fatal, pois muitos estão inconscientes.
O chefe do Comando Sul salientou na audiência no Comitê de Serviços Armados da Câmara de Representantes que os investimentos na base militar não estão dirigidos a melhorar as condições de vida dos presos. Ele afirmou que os presos declararam greve de fome após Obama retroceder na decisão de fechar Guantánamo.
*Publicado no Opera Mundi com informações do Huffington Post e Prensa Latina