A Unasul (União de Nações Sul-Americanas) definiu em cúpula extraordinária para discutir a situação na Venezuela apoio ao resultado da eleição, na qual saiu como vencedor Nicolás Maduro. No encontro encerrado na madrugada desta sexta-feira (19/04), o bloco também defendeu a auditoria das 46% urnas restantes pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) e anunciou a criação de uma missão para investigar os crimes cometidos na segunda-feira (15/04), que deixaram oito mortos e mais de 70 feridos.

Maduro esteve presente ao encontro, convocada após os protestos e manifestações liderados pelo candidato derrotado e governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles. Após o encontro, os chefes de Estado apresentaram uma ata com cinco pontos de consenso. Além de reconhecer o CNE como órgão soberano para receber reclamações, a Unasul parabenizou o presidente eleito e disse que pretende cooperar para a solução dos problemas que possam afetar a democracia na região.

A Unasul irá designar uma missão observadora para acompanhar a investigação dos atos violentos ocorridos esta semana durante as manifestações que pediam a recontagem dos votos. O governo acusa a oposição de ser responsável pelas mortes e atos de violência. Na ata, há também o pedido para que as partes políticas no país (governo e oposição) mantenham o clima de diálogo e de tolerância.

Participaram da reunião os presidentes Dilma Rousseff (Brasil), Cristina Kirchner (Argentina), José Mujica (Uruguai), Evo Morales (Bolívia), Sebastián Piñera (Chile) e José Manuel Santos (Colômbia). O encontro foi convocada pelo presidente peruano, Ollanta Humala, responsável pela presidência pro tempore da Unasul.

“A nota reitera os compromissos da Unasul com os processos democráticos, ao mesmo tempo em que determina o posicionamento da Unasul como centro de apoio para a estabilidade, a paz e todos os processos que constituam legalmente a sustentação democrática”, afirmou Dilma após desembarcar no aeroporto internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, na manhã desta sexta. Ela irá assistir a cerimônia de posse de Maduro ao lado de outras 46 delegações dos mais diferentes países, das quais 16 são lideradas por seus chefes de Estado.

Publicado em Opera Mundi