O presidente do PCV (Partido Comunista da Venezuela), Jerónimo Carrera, morreu nesta segunda-feira (29/04), informou a agência oficial de noticias do país. O falecimento foi lamentado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que expressou pesar através de seu perfil na rede social Twitter.

“Minhas sentidas condolências aos Camaradas do PCV pela perda de Jerónimo Carrera, assim como a seus familiares e amig@s. Honra e Glória”, manifestou o mandatário venezuelano.

Nascido em Cumaná, no Estado venezuelano de Sucre, o dirigente político de 90 anos integrou o partido por 67 anos, foi um dos fundadores da CTV (Confederação de Trabalhadores da Venezuela) e da CUTV (Central Unitária de Trabalhadores da Venezuela).

Apesar de manter posturas críticas em relação à gestão chavista, o dirigente comunista declarou seu apoio ao falecido presidente Hugo Chávez, por considerar que a denominada “Revolução Bolivariana” conseguiu instaurar no país um “senso de dignidade nacional”.

Quando questionado pela imprensa local sobre ter “feito as pazes” com o líder venezuelano, respondeu: “Nunca entro em guerra com meus amigos”. Após a morte do então presidente, explicou que a postura do PCV “nunca foi a de abandonar a aliança com Hugo Chávez”.

Sobre o projeto chavista, disse não ter “as características indispensáveis de um socialismo”. “Esta revolução é uma mescla de diversos elementos, assim como é a sociedade venezuelana, mas não predomina a classe obreira, nem sequer tem uma figura obreira destacada”, declarou.

Carrera foi preso duas vezes por sua atuação política, durante a ditadura de Marcos Pérez Jiménez e durante o governo de Rómulo Betancourt. Também foi secretario da Federação Sindical Mundial, em Praga, na então Tchecoslováquia, onde viveu durante sete anos.

O velório do dirigente terá início na tarde desta segunda-feira, em Caracas.