Fundação Maurício Grabois recebe comunistas franceses
A delegação foi recebida pelo presidente da Fundação, Adalberto Monteiro, e por Leocir Costa Rosa, diretor administrativo e Financeiro. Adalberto Monteiro comentou que a Fundação Maurício Grabois tem semelhança com a Fundação Gabriel Péri, do PCF. Segundo ele, as duas instituições têm por finalidade a pesquisa e o estudo das realidades locais e globais, além de estarem ligadas a uma corrente de pensamente com uma longa história.
Adalberto Monteiro relatou que o patrono da Fundação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Maurício Grabois, foi, além de um estudioso das causas políticas e sociais, deputado no Congresso Nacional e morreu lutando contra a ditadura, liderando a Guerrilha do Araguaia, uma resistência armada em defesa da liberdade e da democracia.
Explicou também que a Fundação do PCdoB tem duas finalidades: resgatar a memória e a história do movimento popular e comunista brasileiro, e procurar, com ideias e pesquisas, ajudar a luta das forças progressistas pela concepção de um projeto nacional de desenvolvimento. Sobre a memória e a história, Adalberto Monteiro explicou que a Fundação Maurício Grabois tem a compreensão de que o legado dos comunistas brasileiros na construção do Brasil faz parte da luta pela hegemonia política.
Com essa finalidade, afirmou, está sendo organizado o Centro de Documentação e Memória (CDM), ao mesmo tempo em que a Fundação procura homenagear os construtores do movimento comunista brasileiro. Ele lembrou que esse movimento tem 91 anos e começou com Astrojildo Pereira — entre outros —, passando pelo heroi do Brasil Luiz Carlos Prestes, por João Amazonas, Maurício Grabois, Pedro Pomar, chegando à geração da contemporaneidade.
No âmbito da conformação de um projeto nacional de desenvolvimento, Adalberto Monteiro explicou que a Fundação Maurício Grabois mantém intercâmbio com fundações de outros partidos do campo democrático, como o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT), entre outros. “Também procuramos, muito modestamente, fazer esse trabalho de pesquisa, de análise da realidade brasileira e mundial, procurando atualizar o marxismo”, destacou. “Consideramos isso uma grande tarefa a ser feita. Para isso, a nossa Fundação tem relação muito ampla com intelectuais e acadêmicos, marxistas, progressistas, filiados ou não a partidos”, concluiu.
Pierre Laurent, de terno cinza; à sua esquerda, Adalberto Monteiro e Leocir Costa Rosa Foto: Osvaldo Bertolino
Pierre Laurent, o secretário geral do PCF, respondeu que o seu partido tem interesse no desenvolvimento de relações entre as duas instituições e avaliou a possibilidade de intercâmbio com a Fundação Gabriel Péri.
Encontro com Lula
A delegação do PCF está no Brasil para um intercâmbio com o PT e do PCdoB. Antes de visitar a Fundação Maurício Grabois, os comunistas franceses se reuniram com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e com os dirigentes Ricardo Alemão Abreu, Walter Sorrentino, José Reinaldo e com o integrante da Comissão de Relações Internacionais, Ronaldo Carmona. Segundo Alemão, a delegação visitará também Cuba e Venezuela. A principal finalidade, afirmou o dirigente do PCdoB, é analisar o caminho democrático e progressista da América Latina como alternativa ao modelo neoliberal que levou a Europa à crise. Trata-se de uma experiência vista com muito expectativa e interesse pelas forças progressistas européias, disse Alemão.
Para ele, a visita da delegação comunista ao PCdoB tem grande importância, dada a longa história e a larga experiência do PCF. Ele explicou que os comunistas franceses são uma das principais forças da Frente de Esquerda naquele país, uma alternativa que vai se firmando e ganhando impulso diante do agravamento da crise na Europa. Com sua proposta progressista, disse Alemão, o PCF cresce, principalmente entre os jovens. A delegação comunista francesa cumprirá, na terça-feira e na quarta-feira, compromissos em Porto Alegre — onde deverá se encontra com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva — e em Brasília.