Caravana da Anistia vai a Ibiúna neste sábado para Ato de Reparação Coletiva
A Comissão da Anistia do Ministério da Justiça quer reunir o máximo de estudantes, que participaram do histórico 30º. Congresso da UNE, em 1968, assim como seus amigos e familiares, no próximo sábado, 15 de junho, na Praça da Resistência, em Ibiúna (SP). A 71ª. Caravana da Anistia promoverá, às 10h00, uma Comemoração aos 45 anos do Congresso de Ibiúna, em conjunto com a União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), com Ato Público de Reparação Coletiva.
No próprio local onde ocorreu a repressão ao Congresso, que terminou com a prisão dos estudantes e suas lideranças, será outorgado a todos que participaram do Congresso e tiveram pedidos de anistia reconhecidos pelo Estado brasileiro, o seu certificado oficial de anistiado político. Para os não-anistiados, será outorgado certificado de homenagem pela luta e resistência contra o regime militar. Haverá também a apreciação de dois pedidos de reparação de estudantes perseguidos políticos pela ditadura militar.
A Comissão de Anistia quer encontrar todos os que participaram daquele Congresso para participarem do ato. Para isso solicita contato e confirmações até quarta-feira, pelo endereço eletrônico: [email protected] ou pelo telefone(061) 2025-9254 (de segunda à sexta-feira, no horário das 9h00 às 18h00).
O Congresso de Ibiúna
Quatro anos após o golpe militar, a UNE reúne cerca de mil estudantes com suas principais lideranças de resistência à ditadura, para a realização clandestina do seu 30º. Congresso num sítio, em Ibiúna, estância turística próximo à capital. São presas mais de 700 pessoas, entre elas as principais lideranças do movimento estudantil: Luís Travassos (presidente eleito), Vladimir Palmeira, José Dirceu, Franklin Martins e Jean Marc van der Weid.
Após a prisão das lideranças no XXX Congresso, a UNE se vê obrigada a encolher ainda mais e passa a realizar micro congressos regionais, articulados por Jean Marc Von Der Weid, o presidente, na época, entretanto Jean Marc é preso e assume o seu posto, Honestino Guimarães, que desaparece em 1973, considerado morto pela ditadura militar.