A edição 63, de maio de 2013, da revista Presença de Mulher, publicação da União Brasileira de Mulheres (UBM), está disponível para assinantes e aquisições avulsas (R$ 8,00) na editora Anita Garibaldi ([email protected]). A revista traz em destaque o debate sobre os direitos conquistados pelas trabalhadoras domésticas.
Em editorial, Nágyla Drumond, ressalta que, em pleno século XXI, o trabalho doméstico é invisível, quando feito pelas mulheres donas de casa, e mal remunerado, quando executado por trabalhadoras, em sua maioria pobres e negras. Daí a importância cultural da PEC das Domésticas, promulgada em 2 de abril de 2013, com repercussões para além do trabalhismo, alcançando demandas feministas. Para aprofundar o tema, a revista entrevista a ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Delaíde Arantes.
A edição também aborda a violação aos direitos humanos com o tráfico de mulheres, revelando que a situação é mais grave do que retrata a novela de Glória Perez. O cárcere privado para prostituição, por exemplo, não se restringe ao glamuroso território europeu descrito na trama, mas atinge as cercanias de grandes obras de infraestrutura pelo interior do país, atingindo meninas ainda na infância.
A redação da revista ainda entrevista duas ubemistas que estão à frente da gestão de políticas públicas para as mulheres em duas importantes cidades brasileiras: Rio de Janeiro e Brasília. A assistente social Ana Rocha, secretária de Políticas para Mulheres da Prefeitura do Rio de Janeiro, e a educadora Olgamir Amancia Ferreira, secretária de Políticas para Mulheres do Distrito Federal, pontuam os desafios que têm enfrentado no governo.
Joel Batista, da Secretaria Sindical Nacionald o PCdoB homenageia a operária Lúcia Poço e sua trajetória de lutas trabalhistas, vencida pelo câncer em 1982, aos 27 anos. Há ainda textos sobre a resolução do Conselho Federal de Medicina defendendo ampliação do aborto legal, o debate sobre a regulação da publicidade de alimentos para crianças, entre outros destaques do noticiário.
Em seu Encarte Teórico, a socióloga da UERJ, Clara Araújo, traz 16 páginas com um balanço da participação política das mulheres na última década. Sua análise discute a relação conflituosa entre o feminismo e o Estado, assim como as representações minoritárias de mulheres nos espaços institucionais de governo. “Empoderar as mulheres torna-se crescentemente sinônimo de criar as condições para participar e/ou disputar espaços de poder e de decisão.” A revista ainda traz artigo da educadora Marilene Betros e da socióloga Raimunda Gomes, ambas sindicalistas, que dialogam com o tema do encarte ao discutir a participação das mulheres no mercado de trabalho e no movimento sindical.