II Seminário Nacional de Saúde, dia 27 e 28 de junho de 2013, São Paulo.
O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, ressaltou a importância de trazer para a ordem do dia as reformas estruturantes que sempre foram defendidas pelos comunistas. Para ele, a reforma urbana é um dos temas mais graves a ser tratado, que trará importantes respostas aos manifestantes que partiram do tema do transporte coletivo para agregar o apoio da toda a sociedade.
“Temos, sim, que, cada vez mais, avançar para uma saúde universal e de qualidade”, disse Rabelo, ressaltando a necessidade de entender como fazer a “transição” da realidade atual para este objetivo. Ele mencionou pessoas que têm dito que já imaginavam que a questão da saúde ia acabar se tornando uma questão das ruas. “É um problema tão candente e tão profundo para nossa realidade, que, só com o estouro da boiada é que vai se enfrentar mais esse problema”, declarou.
Voltando-se para a plateia composta de militantes, profissionais e gestores da área da saúde, Rabelo afirmou que o seminário é uma oportunidade para ajudar o partido a enfrentar o desafio apresentado pelas ruas. “A direção precisa ter resoluções e orientações mais afinadas com essa realidade a partir dos elementos apresentados aqui”, afirmou. Ele afirmou que o Partido precisa ter propostas claras e viáveis para não ficar de fora deste momento.
Rabelo diz concordar com a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que considera diversionista a proposta de admissão de médicos estrangeiros para o atendimento precário do Sistema Único de Saúde de regiões remotas. “Os problemas são muito mais graves. Se fôssemos resolvê-los importando médicos, seria muito simples”, comentou. Para ele, é preciso ter claro que esta questão é emergencial e depende de muitas condições para resolver os problemas.
Para o dirigente comunista, questões como a saúde precisam estar a frente de outras, devido à dramaticidade que adquiriu junto à população. Ele citou o caso do Fome Zero, quando o presidente Lula anunciou como medida emergencial, assim que assumiu o governo. “São problemas candentes que se acumulam e só se tornam mais difíceis de serem tratados conforme o tempo passa”, afirmou.
Mas Rabelo também reafirmou os dez anos de governo com avanços que tornaram o país mais democrático, como demonstram as manifestações, e, principalmente, a forte redução da pobreza. “Mas chegar a esse outro patamar significou acumular uma série de outros problemas que, para nós, só podem ser resolvidos com reformas estruturantes”, disse ele, considerando que, só assim, será possível acelerar as mudanças que o país precisa. Rabelo encerrou lembrando que o seminário foi agendado e mobilizado bem antes das atuais manifestações e, que, portanto, mostra que o tema da saúde é permanente no debate do Partido.