O Congresso que acompanhará o governo do presidente eleito, Horacio Cartes, foi instalado neste domingo (30/06), com uma aliança estratégica entre os colorados — de Cartes — e os liberais, outra força conservadora da política paraguaia, que inevitavelmente isolam a esquerda no país.

Oitenta deputados e 45 senadores tomaram posse na sede do Congresso, no centro de Assunção. O acordo é crucial para Cartes, cujo conservador Partido Colorado conquistou em abril uma maioria ajustada na Câmara mas não obteve o mesmo apoio no Senado, que terá de compartilhar com seu tradicional rival, o Partido Liberal, e forças de esquerda e centro-esquerda.

Cartes, um milionário que estreia na política, assumirá em 15 de agosto um mandato de cinco anos num momento em que o Paraguai busca superar a crise política iniciada em junho de 2012 após golpe de Estado contra o presidente esquerdista Fernando Lugo.

O acordo de Cartes com a oposição pretende avançar com uma “agenda de reformas”que inclui programas de luta contra a pobreza, combate à corrupção e uma lei de responsabilidade fiscal que ajude a superar o déficit orçamentário dos últimos dois anos. “É um momento histórico”, disse a senadora Lilian Samaniego, presidente do Partido Colorado. “Construiu-se o acordo mais amplo possível para levar adiante o que é primordial para nós, a governabilidade da República”.
Esquerda

O PCP (Partido Comunista Paraguaio) criticou o pacto entre colorados e liberais. O partido igualmente lamentou a adesão do movimento Avança País a este acordo de partidos tradicionais e sua subordinação para a convalidação da dependência.

“Chama a atenção que uma direção proclamada progressista, da esquerda democrática e antigolpista, chame a colaborar com os inimigos de nosso povo e com um pacto para garantir a imunidade dos culpados por delitos de lesa humanidade”, afirmou.

* Com informações do Prensa Latina