No documento Subsídios para elaboração da proposta de currículo  estabeleceu-se a organização do Currículo da Escola Nacional do PCdoB em quatro níveis: Nível I – noções gerais – iniciação aos elementos dos eixos temáticos / núcleos: já com tratamento que prepare para seu estudo; Nível II – trabalho com conceitos básicos – com orientação para o estudo dos clássicos. Nível III – aprofundamento dos conceitos – estudo dos clássicos e autores atuais; Nível IV – estudos avançados – aprofundamento do estudo dos clássicos, a partir de problemas centrais de cada disciplina (Referencial Temático / Núcleo de Ensino e Pesquisa ), na articulação com outras áreas e considerando-se a produção atual.

No processo de elaboração curricular, definiu-se que os Níveis I, II e III constituiriam o currículo básico da escola – obrigatório a todo quadro e, progressivamente, a todo (a) militante; já a configuração dos Estudos Avançados seria definida posteriormente. Elaboraram-se ementas, objetivos, tópicos de conteúdo e roteiros para cada um dos três níveis, cujos cursos, depois de testados em turmas piloto, têm-se desenvolvido pelas seções estaduais e regionais e pela equipe nacional. 

Em reunião da coordenação nacional da Escola, realizada a 15/03/11, iniciou-se a discussão de propostas para a configuração dos Estudos Avançados como novo patamar da estrutura curricular da Escola.  Considerou-se, no entanto, que ele não deve se configurar como um quarto nível (ou etapa a ser cumprida por toda a militância), mas como um espaço de aprofundamento e elaboração, com a participação de quadros estudiosos dos campos temáticos que compõem o currículo da escola e que são (ou se preparam para ser) professores (as) dos nossos cursos, especialmente dos Níveis II e III.

Decidiu-se, portanto, suprimir a caracterização de nível e reformular a ementa, conforme segue:

Estudos Avançados – aprofundamento do estudo dos clássicos, a partir de problemas centrais de cada referencial temático / núcleo, na articulação com outros temas / núcleos e considerando-se a produção atual. Interpretações acerca da história do Brasil e perspectivas de seu desenvolvimento. Debate entre os marxistas brasileiros, como parte da realidade (cultural e política) do nosso país.

Alguns pontos foram levantados para o detalhamento do projeto. Em primeiro lugar, considera-se que os Estudos Avançados fazem parte da estrutura da escola. Nesse sentido, eles devem relacionar-se com o currículo básico (como estudo aprofundado e pesquisa/elaboração). Isto quer dizer que se diferenciam do projeto Estudos Estratégicos (desenvolvido pelo Departamento de Quadros/SNO) e das atividades da Diretoria de Estudos e Pesquisas da Fundação Maurício Grabois – embora devam com eles interagir. Em segundo lugar, não se definem como curso a ser realizado em várias turmas, cada qual com nova composição (características dos cursos do currículo básico). Mas como encontros (presenciais e a distância): em eventos como seminários, simpósios, sessões de estudo; com público estável – participante do conjunto da programação (admitindo-se participação mais esporádica, segundo critérios a definir).

O público prioritário desse projeto são os Professores e Professoras da Escola Nacional: da equipe central e das seções regionais e estaduais, num processo de formação continuada, quanto a aspectos teóricos relacionados ao conteúdo programático dos núcleos e também quanto a aspectos pedagógicos. Com possibilidade de participação de quadros, nacionais e estaduais, não diretamente ligados à Escola, selecionados pelo Departamento de Quadros.

O currículo básico é a referência para a definição dos conteúdos: temas gerais (relacionados aos conteúdos dos cinco núcleos ou de alguns deles); temas específicos de um dado núcleo, mas necessários à formação geral. É desejável, portanto, que a programação apresente uma parte geral – destinada a todos participantes, independentemente do núcleo a que pertençam e partes específicas, por núcleo – de acordo com as respectivas dinâmicas, no processo de formação continuada dos professores (inclusive quanto a aspectos didáticos) e de permanente (re) elaboração curricular.

Os Encontros Nacionais – em periodicidade possivelmente anual – serão preparados nos estados/regiões e junto à equipe central, por meio de estudo e debate da bibliografia indicada, combinando reuniões presenciais e atividades à distância.

A coordenação geral dos trabalhos cabe às equipes docentes dos Núcleos de Ensino e Pesquisa, de acordo com a aproximação ao eixo temático central definido para estudo. Tal coordenação supõe, inclusive, a indicação de convidados internos (quadros partidários) e externos (quadros de outras forças políticas, intelectuais marxistas e progressistas), para contribuir na orientação da elaboração e o debate e para palestra ou participação em mesas nos eventos programados.

Uma das funções dos Estudos Avançados quanto ao currículo básico é contribuir para seu aprimoramento e sua reformulação, bem como indicar temas e abordagens para a formação de professores e apresentar recomendações e orientações para o Trabalho Final do Nível III. Além disso, podem gerar eventos para a Fundação Maurício Grabois e matérias para a Revista Princípios, portais e outras publicações. Na relação com Estudos Estratégicos  (Departamento de Quadros), poderão trabalhar com os dossiês e, inclusive, complementá-los.

Quanto ao conteúdo, a indicação inicial é que sejam definidos:

a) Temas gerais que comportem abordagens de cada núcleo, mas desenvolvidos de forma articulada e em atividades destinadas a todos participantes – tais como os relacionados ao Programa Socialista para o Brasil (PCdoB) e ao currículo básico (aspectos a serem estudados e debatidos por todos participantes, ainda que constantes da programação de núcleos específicos) ;

b) Temas específicos, de acordo com a programação de cada Núcleo de Ensino e Pesquisa. Tais como os apresentados pelo GT Revisão Curricular, com base em consulta a membros dos núcleos: Filosofia: Análise marxista da História da Filosofia; Visão marxista de ética e valores; Estética, arte e indústria cultural; Propostas filosóficas das primeiras experiências socialistas; Traços filosóficos de um pensamento nacional; A atualidade do materialismo dialético diante dos avanços da ciência moderna; O conceito de Emancipação; O debate em torno da crise civilizacional. Estado e Classes: Cultura Brasileira, Identidade e Projeto Nacional; Estado e Classes na atual fase do capitalismo, no mundo e no Brasil; O conceito de Hegemonia. A crise de civilização. EP&D: Marx, a finança e a crise capitalista; Teorias contemporâneas do desenvolvimento econômico-social; A atual fase da industrialização brasileira; Financiamento do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. Socialismo: Transição do capitalismo ao socialismo – Capitalismo de Estado, planejamento e o papel da Nação; História das ideias socialistas no Brasil. Partido: Conceito de tática em Lênin e na elaboração do PCdoB; Concepções de partidos de esquerda. 

Tendo em vista que um dos eixos temáticos do 13º Congresso do PCdoB trata da crise do capitalismo, o tema escolhido para a retomada dos Encontros de Professores da Escola Nacional, em julho de 2013, é: Marx, a finança e a crise capitalista – sob a coordenação do Núcleo EP&D, com a colaboração dos demais núcleos.

De imediato, apresentamos a indicação para estudo prévio, proposta pelo coordenador do Núcleo EP&D, o camarada Aloísio Sérgio Barroso. São textos considerados necessários para uma bibliografia atualizada do tema crise capitalista. Reportam-se a conceitos marxistas, com análises voltadas para o entendimento da crise atual. Os arquivos correspondentes estarão disponíveis na plataforma virtual quando do início das atividades.

1. Leitura Obrigatória:
MAZZUCCHELLI, Frederico. A contradição em processo: o capitalismo e suas crises. Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia, 2004 – 1ª Parte.

2. Leitura complementar:
CHESNAIS, François. Crisis de sobreacumulación mundial, crisis de civilización. Herramienta web 5. Mayo de 2010. Texto de intenções mais abrangentes.

FERNANDES, Luis. Desenvolvimento desigual e a geopolítica da crise mundial. Princípios N. 115, out-nov/2011, p. 17-25.

GUTTMANN, Robert.  (Hofstra University). A heterodoxa noção de crise estrutural. O autor, marxista, é da escola da regulação norte-americana.

3. Outras leituras recomendadas:
BARROSO, A. Sérgio. Marxismo e a grande crise capitalista global. Princípios, out./nov.2011. O artigo – inspirado na teoria marxista – reafirma a persistência essencial dos mecanismos estruturais e imanentes que determinam hodiernamente as crises do capitalismo.

BELLUZZO, Luiz Gonzaga de Mello. Marx, Keynes e a Finança Capitalista. Apresenta elaborações destacadas desses dois autores sobre uma singularidade marcante dessa tormenta que assola o mundo: os efeitos do agigantamento do capital fictício. http://grabois.org.br/portal/revista.int.php?id_sessao=9&id_publicacao=123&id_indice=455

FARHI, Maryse; CINTRA, Marcos A Macedo. A Crise Financeira e o Global Shadow Banking System. Fundap – Grupo de Conjuntura – Economia Internacional. Uma versão modificada deste artigo foi publicada na revista Novos Estudos (n. 82, Cebrap, São Paulo, p. 35-55, novembro de 2008). Visão completa das mudanças financeiras que ensejaram a crise atual.

KOTZ, David M. A teoria marxista da crise e a severidade da crise económica actual. O autor é Professor de Ciências Econômicas da University of Massachusetts-Amherst. Marxista norte-americano, pertence à WAPE (Associação Mundial de Economia Politica, Xangai). Nov/2009. O original encontra-se em http://people.umass.edu/dmkotz/Marxist_Cr_Th_09_12.pdf 

MORAES, João Quartim de. Para a análise marxista da crise. Crítica Marxista, n.28, p.11-14, 2009.

SOUZA, Renildo. De volta a uma grande crise. Retoma questões de oligarquia financeira e discute a natureza da crise atual.

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Veja a progranação:

26/07 (sexta)

A partir das 17h00: credenciamento.

18h15: Abertura, com Renato Rabelo

19h30: Conferência: Marx, a finança e a crise capitalista. Prof. Luiz Gonzaga Belluzzo. Seguida de debate, com inscrições prévias.

Após os debates: lançamento do livro O capital e suas metamorfoses [Belluzzo, L.G. UNESP, 2013].

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27/07 (sábado)

9h00 às13h30:

Mesa 1ª. Dimensões da grande crise atual.

– Marx e o conceito de crise capitalista – Frederico Mazzucchelli
– Características gerais da crise atual –  Renildo Souza
– Crise e o debate sobre “dominância financeira” e “financeirização” – A. Sérgio Barroso
– Tendências da crise atual: algumas questões – Leda Maria Paulani

15h00 às 19h30:

Mesa 2ª. Impactos e desafios da grande crise atual.
– A grande crise e as transformações geopolíticas internacionais – Luis Fernandes
– A politica chinesa de enfretamento à grande crise – Elias Jabbour
– Grande crise capitalista e perspectivas latino-americanas – Ricardo Alemão
– A crise atual é uma crise civilizacional burguesa? – João Quartim de Moraes

B) Reunião dos Núcleos de Ensino e Pesquisa

28/07 (domingo)

9h00 às 14h00

Objetivos:

1. Discutir a participação do Núcleo na continuidade do estudo sobre a Crise, com vistas a contribuir no debate das teses do 13º Congresso.
2. Levantar propostas de programação do Núcleo para os Estudos Avançados, particularmente para o próximo Encontro, em 2014.

Dinâmica:

– Reunião por Núcleo.
– Plenária para encaminhamentos.
– Encerramento do Encontro.