Aldo Arantes lança seu livro de memórias Alma em Fogo em Goiânia
Serviço:
Data: 29 de agosto, quinta-feira
Horário: 18h30
Local: OAB – GO (Rua 1121, no. 200, Setor Marista, Goiânia)
O autor diz que aborda em seu livro os segmentos sociais que compuseram esta história, resgata importantes momentos vivenciados por nosso povo e debate temas da atualidade que hoje mobilizam a nação por maiores e mais profundas reformas.
No prefácio do livro, o ex-deputado do PCdoB da Bahia, Haroldo Lima, destaca que “a trajetória de lutas e a vida de Aldo Arantes, aqui contadas por ele, percorrem período importante da história do Brasil, do final dos anos 1950 do século passado, passando pelos 1970, até os dias de hoje”.
O retrospecto de mais de meio século da vida brasileira feito por Alma em Fogo, seguindo as pegadas de Aldo Arantes, chega até o período contemporâneo de nossa história, com Lula e Dilma à frente do Estado brasileiro.
Exemplo de Aldo Arantes
“As novas gerações ao lerem o Alma em Fogo vão ver episódios da história do Brasil contados sob o ângulo do povo e por quem os viveu de perto; vão ver a variedade das experiências, dos problemas e das soluções; mas vão ver sobretudo como, em meio a tanta adversidade, por tempo tão prolongado e arrostando tantas dificuldades, pode-se não perder o rumo. Esse é o exemplo de Aldo Arantes”, diz Haroldo Lima, que foi fundador da Ação Popular e é membro do Comitê Central do PCdoB.
O presidente do PSB, Roberto Amaral, que assina o posfácio, festeja o exercício memorialístico do autor, lembrando que essa não é tradição entre nossos homens de Estado e lideres políticos, citando Luís Carlos Prestes, Getúlio Vargas, Leonel Brizola e outros que tinham muito o que contar, mas não escreveram suas memórias.
“Mas destaco que este texto não se encerra num simples arrolar de fatos vividos pelo memorialista. Narrando-os, Aldo os interpreta e termina completando suas memórias como um ensaio que percorre a transição por todos vivida desde os anos 1960 até nossos dias”, explica Amaral.
Versão apaixonada
O livro de Aldo Arantes é, nas palavras de Roberto Amaral, “uma versão apaixonada, viva e vivida, uma existência compartilhada de sonhos e frustrações; dores e alegrias; derrotas e vitórias. Mas nessa saga, na história de Aldo, não se registram desistência ou recuo (…) No seu caso o que sobreleva é a doação à causa, quase sempre ao preço da dor: tão-só o avançar, mesmo quando as ‘circunstâncias’ diziam que a guerra estava perdida, e o ‘bom senso’ aconselhava a conformação com o ‘fato consumado’. Hoje, sabemos de que lado estava o progresso histórico; mas naqueles idos sofridos o simples resistir já era uma temeridade”.
“O revolucionário – aquele frágil ser humano que intenta apressar o parto da história – jamais será um pragmático – o modelo decantado do ‘homem moderno’ – pois a tarefa com que se escolheu, e eis a experiência de Aldo, fazendo-se líder e personagem, foi a de demonstrar que a construção de uma sociedade de iguais não é uma pura utopia. Projeto concreto, objetivo, e, portanto, factível, é obra do homem que se rebela contra o destino traçado pela classe dominante e resolve ele próprio montar as peças da História”, diz ainda Amaral sobre Alma em Fogo.
Segundo Adalberto Monteiro, presidente da Fundação Maurício Grabois, patrocinadora da publicação, “Alma em Fogo é uma vida que se abre e se revela. Aldo Arantes se desnuda em carne, osso, sangue e sentimentos. Assim, vêm à tona para além do militante, o filho, o pai, o avô, o marido, o amigo. É uma leitura que nos enriquece, que nos sacode e nos diz que a militância por um mundo novo de paz e solidariedade, não importando as agruras, é uma escolha que dá sentido, alegria e prazer à vida”.
Por que Alma em Fogo?
Para explicar a escolha do título do livro, Aldo Arantes conta que nas leituras da prisão, o livro que mais o impressionou foi Fausto, de Goethe. Entre as passagens do livro, ele aponta a que mais gostou: “Aquilo que não sentes, não deves pleitear. É preciso que o queiras tendo a alma em fogo; com inspiração sincera e peito a te inflamar, os corações dominas da assistência logo”.
Segundo ele, a fala do personagem de Goethe leva a uma importante reflexão: “Para convencer a ‘assistência’ é necessário estar não somente convencido, mas com a ‘alma em fogo’. Sempre procurei fazer as coisas em que acreditava, com a ‘Alma em Fogo’”, diz o autor.