O economista Fernando Masi descarta a possibilidade de que os parceiros do Mercosul aceitem a conversão paraguaia em um Estado associado

Os setores mais conservadores da política do país, dentre eles uma parcela do próprio governo e de meios de comunicação, defendem que o Paraguai se torne apenas um “Estado associado” do Mercosul e opte pela integração à Aliança do Pacífico.

Masi descarta a possibilidade de que os parceiros do Mercosul aceitem a conversão paraguaia em um Estado associado. O especialista também não acredita na defesa do argumento de supostas perdas em seu comércio, caso Argentina e Brasil deixem de exportar para o Paraguai.

“Na realidade, o valor do que importamos destes países é considerável para o Paraguai, mas não constitui sequer 1% do total das exportações de nossos vizinhos”, disse o economista que explicou ainda que “ao dar um passo como esse, o país pode perder o mercado de 25% e suas exportações, principalmente industriais, além das inversões para posterior venda de bens ao Mercosul”.

Sobre a vontade dos setores conservadores de que o país troque o multilateralismo pelo bilateralismo, Masi afirmou que é impossível não reconhecer que o Estado pequeno ganha mais força com os tratados multilaterais que em negociações unilaterais.

“Somente com o Mercosul se pode conhecer as assimetrias da América Latina, o bloco permite um trato diferenciado ao Paraguai nas negociações em grupo com a Europa, sem falar nas isenções tarifárias e fundo estrutural benéfica”, sublinhou.