O anúncio de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) irá manter o mensalão de US$ 85 bilhões que beneficia os bancos do país com a compra de títulos podres provocou uma festa no mercado financeiro.

Após o anúncio da decisão, as bolsas de valores dos EUA subiram para níveis recordes. O índice Dow Jones avançou 0,95%, para 15.676 pontos. O índice Standard & Poor’s 500 avançou 1,22%, para 1.725 pontos. E a Nasdaq subiu 1,01%, para 3.783 pontos. No ano, as ações já valorizaram cerca de 20%.

No Brasil, o dólar recuou 2,92% frente ao real, para R$ 2,192 (compra) e R$ 2,194 (venda), a menor cotação desde 26 de junho, quando a divisa fechara a R$ 2,189.

Entre 34 moedas, o real foi a que mais se desvalorizou frente ao dólar após o anúncio do Fed. No mês, o dólar comercial recua 5,24%, mas no ano a valorização ainda é de 10,62% frente ao real.

Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que até 15h andava de lado, fechou em alta de 2,64%, aos 55.702 pontos.

Apesar da forte pressão dos bancos para que o mensalão fosse mantido, o presidente do Fed, Ben Bernanke, disse que a instituição não se guia pelas expectativas do mercado financeiro, mas pelos resultados na economia. “Não podemos deixar as expectativas de mercado guiar nossas decisões”, disse Bernanke.

Diante dos parcos resultados do subsídio aos bancos sobre a economia real, até o mercado financeiro trabalhava com a hipótese de o Fed reduzir a compra de títulos podres entre US$ 10 bilhões a 20 bilhões.

O Fed também manteve os juros básicos entre 0% e 0,25%. E, em comunicado, afirmou necessitar de mais evidências de que o progresso da economia do país é “sustentável”. E acrescentou que a taxa de desemprego nos EUA ainda não é satisfatória.

A decisão deve provocar uma derrubada das cotações de divisas e juros, permitindo que especuladores comprem na baixa para vender na próxima alta.