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    Prosa@Poesia

    Pelicano

    Pelicano   Onda que vais morrendo em nova onda, mar que vais morrendo noutro mar, assim a minha vida se desprenda e do meu sumo escorra a vida para as bocas que se finam de desejar.   Ó dia que vais escoando como os rios e empalideces rostos e cabelos, traze a palavra para a […]

    POR: Redação

    1 min de leitura

    Pelicano

     

    Onda que vais morrendo em nova onda,
    mar que vais morrendo noutro mar,
    assim a minha vida se desprenda e do meu sumo
    escorra a vida para as bocas que se finam
    de desejar.

     

    Ó dia que vais escoando como os rios
    e empalideces rostos e cabelos,
    traze a palavra para a incerteza
    dos que vagueiam à deriva;
    a bandeira amarela se rasgue
    e dos farrapos se gere outra cor.

     

    Ó dia correndo e findando,
    some-te lá no cimo da fraga
    mas deixa que no teu rasto fique o sangue
    anunciando a esperança noutro dia.

    Sê como a onda que morre para outra começar.

     

     

    Fernando Namora  – As frias madrugadas

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