“Foram realizados importantes seminários, entre eles, o seminário que debateu as manifestações de junho e o balanço dos dez anos de governos Lula e Dilma, além dos temas importantes debatidos como saúde, educação e cultura”.

Monteiro ainda cita, no âmbito da elaboração e realização de pesquisas, que foi realizado um trabalho bastante frutífero que resultou da publicação de 12 novos títulos. “Teve um prosseguimento satisfatório o importante trabalho de documentação e sistematização da memória da corrente comunista no nosso país”, ressaltou ele, sobre o trabalho do Centro de Documentação e Memória (CDM).

A fundação também teve participação em evento internacionais como foi o caso do Fórum Social Mundial, realizado na Tunísia, e do Foro de São Paulo, que reuniu partidos de esquerda latino-americana na capital paulista. Monteiro considerou fundamental para a consolidação da Fundação Grabois, as parcerias com outras instituições. “A Fundação Grabois também contribuiu para a realização da Conferência sobre a Política Externa brasileira e também para o seminário sobre o pensamento de Karl Marx, este último em parceria com a editora Boitempo e o Sesc-SP”.

“Para 2014, terá destaque a participação na grande luta de ideias que será desencadeada pela sucessão presidencial de 2014”, antecipa. Para cumprir esta tarefa, o presidente da Fundação diz que há uma orientação às seções estaduais da entidade para realizarem eventos com a finalidade de sistematizar propostas para a plataforma das candidaturas de comunistas e também das coligações que disputarão os governos dos estados. Haverá ainda um esforço de fortalecimento das seções estaduais da Fundação Grabois para que cumpram esta tarefa a contento. “No âmbito nacional, a Fundação pretende realizar também eventos que contribuam para oferecer subsídios ao programa da coligação que buscará assegurar a quarta vitória do povo”, afirmou.

Obviamente, conforme declarou Monteiro, a Fundação Grabois dará prosseguimento à linha de publicações e ao programa editorial, “com provavelmente mais dez novos títulos”. Dará seguimento ao trabalho de documentação e memória e apoiará as atividades da Escola Nacional do PcdoB, numa intensa agenda de formação e capacitação de quadros. “Iremos realizar atividades referentes aos 50 anos do golpe militar de 64, aos 90 anos da Coluna Prestes e também à passagem dos 90 anos da morte de Vladimir Ilicht Lênin”, antecipou ele. “Para realizar esse conjunto de atividades, como é tradição da Fundação, sempre buscaremos realizar parcerias com outras fundações e instituições de pesquisa e estudo”.

Fazer muito com pouco
Para o diretor administrativo e financeiro da Fundação, Leocir Costa Rosa, 2013 “coroa” um ano muito exitoso expresso por meio do seu boletim e do relatório de atividades. “Mesmo com recursos limitados, a Fundação consegue corresponder, do ponto de vista institucional, e vem incrementando a sua organização institucional e cumprindo o que vem sendo deliberado pelas instâncias, como o Conselho Curador.”

Agora, segundo Leo, fica o desafio de descortinar 2014 para a construção de um plano de atividades que caminhe para a valorização do debate, da disseminação das ideais, por meio da formação e de publicações. “Para além do cumprimento da formalidade de um plano de trabalho, este é um momento em que nos reunimos para enfentar o desafio de 2014, em que temos o papel de subsidiar os nossso quadros e parlamentares por meio de uma reflexão mais aprofundada”, disse.

Leo destacou especialmente o papel de livros como América para a humanidade, livro em espanhol sobre o pensamento de José Marti, que contribue para o intercâmbio latino-americano da Fundação Grabois. “Livros como esse ou A grande crise capitalista global 2007-2013: gênese, conexões e tendências, falam mais que a política e a política do PCdoB, em particular, para dialogar com toda a sociedade”, afirmou Leo.

O dirigente ainda destacou o Projeto Marcas da Memória como um momento especial da Fundação, em 2013, ao reunir depoimentos de militantes contra a ditadura numa publicação. “No audiovisual, temos o resgate exitoso da nossa história, desde Os Camponeses do Araguaia, até o documentário, agora, sobre o Osvaldao, um guerrilheiro importante que poucos conhecem. Vamos tentar reeditar com sucesso a iniciativa do documentário”, mencionou ele, sobre o documentário que teve seu trailer lançado durante o 13º. Congresso do PCdoB, em novembro, quando foi ovacionado ao revelar imagens inéditas do militante Osvaldão, que poucos registros deixou sobre a sua passagem pela história.

Comunicação
O diretor Fábio Palácio destacou o modo como a Fundação Grabois vem tornando mais complexa e diversificada sua atividade, consagrando-se, assim, como como referência entre as entidades de sua natureza. Para Palácio, esta reunião tem a importância de elaborar um plano de atividades para 2014, a partir da priorização de publicações, e da contribuição da Fundação para as atividades comemorativas dos 90 anos da Coluna Prestes, por exemplo. Os 50 anos do Golpe Militar também serão lembrados com atividades sobre a resistência comunista.

“Há a necessidade de uma nova arrancada do Portal Grabois, com reformulação do sistema e alavancar a divulgação de seu conteúdo”, disse o diretor de Comunicação e Publicações da Fundação.

Memória
2013 foi também o ano em que o Centre de Documentação e Memória da Fundação Maurício Grabois se sente plenamente constituído, após cinco anos de montagem. Este processo que começou em março de 2008, é visto pelo secretário-geral da Fundação e coordenador do CDM, Augusto Cesar Buonicore, como uma “grande vitória”. “É um fato novo, pois o Partido não tinha um departamento voltado para a preservação, coleta e divulgação da sua história”, afirmou Buonicore.

O historiador destacou projetos que têm enorme importância para o CDM, no momento, como o Marcas da Memória, concretizado este ano em forma de um livro, mas que se trata de um trabalho permanente de coleta de depoimentos sobre a atividade de resistência dos comunistas durante a ditadura militar. Já são 80 os depoimentos gravados nos quatro anos do projeto.

A digitalização da coleção de jornais Tribuna Operária e Classe Operária, disponibilizados integralmente na internet, mais a construção do acervo de 70 mil fotografias dos últimos 20 anos de atuação do Partido Comunista do Brasil, também são verdadeiros marcos da preservação da memória da luta social no país.

Formação
A reitor da Escola Nacional de Formação do PCdoB, Nereide Saviani, apontou o significado de 2013 para a formação política do Partido: “Completamos dez anos de Escola dando conta dos projetos que vimos desenvolvendo neste período”. Ela mencionou a formação de base, a difusção do programa socialista e a iniciação ao marximo, como projetos que veem tendo enorme êxito na formação. 

Nereide conta que a Escola já contava com vídeo e materiais como apostilas e slides para as aulas. Agora, aprimorou a plataforma virtual podendo oferecer web-aulas e fóruns de discussão e material para consulta. “Demos concretude à proposta de educação à distância, em termos de alimentacao da plataforma, atividades preparatórias e avaliativas”, declarou.

“Consolidamos o currículo com a revisão do material elaborado desde 2004, sistematizando todas as contribuições dos professores e secretários estaduais de formação e traduzindo isso numa publicação impressa: o Currículo da Escola”, citou ela, pontuando ainda que o livro resgata toda a trajetória de organização e constituição da escola, da elaboração do currículo e da organização das sessões estaduais.

Nereide não esqueceu de mencionar que este ano foi, também, o ano em que a Escola inaugurou o projeto de estudos avançados, um seminário para formação continuada de professores. “Completamos uma década de muito trabalho. com o apoio fundamental da Fundação Gragois. Agora, temos pela frente a consolidação das sessões estaduais e regionais da escola, a formação desse núcleo de formadores e ganhar a militância para o estudo continuado, para fazer as atividades à distancia e participar das atividades presenciais”. Estas são, segundo a reitora, as perspectivas e desafios de continuidade do trabalho da escola.

Participaram ainda da reunião o colaborador Alexandre Prestes, os membros do Conselho Curador, Ricardo Abreu de Melo (presidente), Eustáquio Vital Nolasco, José Carlos Ruy, José Carlos Ruy, a diretora de Políticas Públicas, Márvia Scárdua, o coordenador do CDM, Fernando Garcia, e o diretor de estudos e pesquisa, Aloísio Sérgio Barroso.