Campanha exige libertação do colombiano Francisco Tolosa
No dia 4 de janeiro de 2014, às 10 horas da manhã, com ordem de prisão, Tolosa foi detido enquanto transitava pela cidade de Cúcuta. A ordem foi expedida pelo 26° Juizado Penal Municipal de Bogotá com funções de controle de garantias em 29 de dezembro de 2013. O crime que se impõe ao professor Tolosa é o de “rebelião agravada”, argumentando que o professor pertence às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e que se encarrega supostamente de recrutar jovens para esta guerrilha.
Desde o ano de 2010, no marco do bicentenário da luta independentista na Colômbia, diferentes organizações populares de diversos setores sociais convocaram a Marcha Patriótica, movimento social que luta pela unidade do povo colombiano na busca pela paz com justiça social.
A Marcha Patriótica tem sofrido forte estigmatização e criminalização pelos organismos do Estado. Como evidência da sistêmica perseguição e criminalização da oposição no país, em 25 de agosto passado, foi também preso e julgado o líder camponês e sindical da Fensuagro, Huber Ballesteros, responsável pela organização e membro do movimento. Ballesteros também é alvo de campanha pela libertação.
Ano eleitoral de mobilização
“Esta captura se inscreve nesse caráter e permanente método repressivo da oligarquia colombiana, que adquire uma importância neste instante pelo auge de movimentos sociais que clamam por mudanças reais em matéria política e econômica. Para lá dos artifícios e montagens, esta captura tem como telão de fundo essa máquina, que trata de silenciar o vigoroso movimento popular”, declarou Andrés Gil, um dos líderes da Marcha Patriótica.
O dirigente apontou ainda que “este ano tem eleições, mas queremos tomar o caminho da mobilização. As eleições serão o marco não das transformações, senão da mobilização social, que condicionará o debate político”.
Nesta linha, Nelson Peña, porta-voz do capítulo Argentina da Marcha Patriótica, aponta que o Governo não oferece diálogo a manifestações sociais e indígenas, o qual foi demostrado na ampla repressão durante a Greve Geral Agrária convocado por este agrupamento.
“O balanço é bom porque tem havido muitas mobilizações, as pessoas estão tomando consciência e seguem fortalecendo. Mas não vemos por parte do Estado uma intenção de garantir à oposição uma participação nas instâncias de poder público. No marco da greve geral agrária, o governo respondeu com forças repressivas ao campesinato, que trazia uma reivindicatória com propostas de solução ao problema agrícola na Colômbia”, indicou.
O dirigente assinala que não tem uma clara aceitação das negociações entre o Governo e as FARC, principalmente pelo destino que teria a zona de conflito nas mãos do atual Executivo: “O governo colombiano pretende que se calem os fuzis para que entrem as transnacionais, para a megamineração nos departamentos onde não havia condições de segurança pelo conflito armado. Extrair recursos naturais, toda a riqueza natural da Colômbia, essa é a paz que quer o governo”.
A Marcha Patriótica denunciou que só durante 2013, 26 aderentes morreram pela polícia e em distintos feitos não esclarecidos, e se critica o governo de Juan Manuel Santos por mais de 9 mil e 500 presos políticos. A seu juizo, este descontentamento social marcará as eleições legislativas de março, e os próximos comícios presidenciais agendados para maio deste ano.
Campanha internacionalista
As organizações que denunciam a prisão solicitam à comunidade internacional a continuidade do monitoramento frente à situação dos direitos humanos e à agressão permanente às diretivas e membros da Marcha Patriótica, já que não existem reais garantias do exercício do legítimo direito da atividade social e sindical na Colômbia.
Querem também que exijam do Governo colombiano uma resposta clara e contundente frente às investigações promovidas acerca das denúncias realizadas sobre as prisões arbitrárias e os julgamentos de membros da Marcha Patriótica.
Pedem às comunidades nacional e internacional e às organizações defensoras de Direitos Humanos que emitam cartas de apoio.
RESPONSABILIZAMOS
JUAN MANUEL SANTOS CALDERÓN – Presidente da República, ANGELINO GARZÓN – Vice-presidente da República, JUAN CARLOS PINZÓN – Ministro da Defensa, AURELIO IRAGORRI VALENCIA – Ministro do Interior, ALFONSO GÓMEZ MÉNDEZ – Ministro da Justiça e do Direito, LUIS EDUARDO MONTEALEGRE – Procurador Geral da República, JORGE ARMANDO OTÁLORA GÓMEZ – Defensor Público, ALEJANDRO ORDOÑEZ MALDONADO – Procurador Geral da República.
Endereços
Presidente da República
Dr. Juan Manuel Santos
Cra. 8 # 7‐26, Palácio de Nariño.
Santa Fé de Bogotá.
Fax:+57.1.566.20.71
Vice-presidente da República
Dr. Angelino Garzón.
Tels. (+571) 334.45.07, (+573) 7720130,
E‐mail: [email protected]
Procurador Geral da República
Senhor Alejandro Ordoñez
Cra. 5 #. 15‐80, Bogotá.
Fax: +57.1.342.97.23; +571.284.79.49
Fax: +57.1.342.97.23;
E‐mail: [email protected] , [email protected] ;
[email protected] ; [email protected] ;
[email protected] .
Programa Presidencial de Direitos Humanos e de Direito Internacional Humanitário.
Dr. Carlos Franco
Calle 7 N° 5‐54 Santa Fé de Bogotá
TEL: (+571) 336.03.11
FAX: (+571) 337.46.67
E‐mail: [email protected] ;
[email protected]
E‐mail: [email protected]
Promotoria Geral
Diagonal 22 B No.52‐01
Santa Fé de Bogotá.
Fax: (+571) 570-2000
E‐mail: [email protected] ; [email protected]
Escritório do Alto Comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (na Colômbia).
Endereço atualizado: Rua 113 No. 7‐45, Torre B, Escritório 1101. Edifício Teleport Business Park Bogotá, D.C. Telefone (57‐1) 658 3300, Fax (57‐1) 658 3301
Fonte: Diário Uchile