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    As Alvarengas

    As Alvarengas   As alvarengas! Ei-las que vão e vem; outras paradas, Imóveis. O ar silêncio. Azul céu, suavemente. Na tarde sombra o velho cais do Apolo. O sol das cinco ascende um farol no zimbório Da Assembléia. As alvarengas! Madalena. Deus te guie, flor de Zongue. Negros curvando os dorsos nus Impelem-nas ligeiras. Vem […]

    POR: Redação

    1 min de leitura

    As Alvarengas
     

    As alvarengas!


    Ei-las que vão e vem; outras paradas,


    Imóveis. O ar silêncio. Azul céu, suavemente.


    Na tarde sombra o velho cais do Apolo.


    O sol das cinco ascende um farol no zimbório


    Da Assembléia.


    As alvarengas!


    Madalena. Deus te guie, flor de Zongue.


    Negros curvando os dorsos nus


    Impelem-nas ligeiras.


    Vem de longe, dos campos saqueados.


    Onde é tenaz a luta entre o Homem e a Terra.


    Trazendo, nos bojos negros.


    Para a cidade.


    A ignota riqueza que o solo vencido abandona.


    O latente rumor das florestas despedaçadas.

     

    A cidade voragem.


    É o Moloch, é o abismo, é a caldeira…


    Além, pelo ar distante e sobre as casas.


    As chaminés fumegam e o vento alonga.


    O passo de parafuso.


    E lentas.


    Vão seguindo, negras, jogando, cansadas;


    E seguindo-as também, em curvas n’água propagadas.


    A dor da terra, o clamor das raízes.

     

     

    Joaquim Cardozo

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