Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Comunicação

    A Lua Vista por um Menino Caipira

    A Lua Vista por um Menino Caipira                                           -Na humilde casinha da colônia da fazenda de café, a mãe; filhinho nos braços, conversa com as comadres, sobre as questões comuns. Dali, o filhinho contempla a lua, pairando sobre o morro do angical. -Banana; sussurrou ele! A mãe e as comadres acham muito esquisito aquilo e, […]

    POR: Redação

    2 min de leitura

    A Lua Vista por um Menino Caipira

                                             

    -Na humilde casinha da colônia da fazenda de café, a mãe; filhinho nos braços, conversa com as comadres, sobre as questões comuns.

    Dali, o filhinho contempla a lua, pairando sobre o morro do angical.

    -Banana; sussurrou ele!

    A mãe e as comadres acham muito esquisito aquilo e, incontinenti, dizem: Ave Maria!

    A mãe se preocupa, balança o filhinho; este sorri e diz mais uma vez:

    -Banana!

    A comadre Benvinda sai num carreirão pra casa e volta com uma banana, já um tanto passada do ponto.

    A mãe descasca a banana e a dá ao filhinho, introduzindo-a na boca do rebento.

    O filhinho faz um muxoxo, tenta iniciar um choro.

    A comadre Nair corre até sua casa e trás outra banana, bem madura, no ponto.

    Mais uma vez o menino caipira faz cara de nojo e principia um chororó.

    Alguém se lembra de chamar a Sá Zefa, para benzer a criança; afinal ela nunca havia falado antes: nenhuma palavra!

    A benzedeira trás um ramo de arruda e bate com ele três vezes nas costas e três vezes no peito do menino. Depois, sussurra uma ladainha, faz o sinal da cruz na testa do menino e vai embora, sem dizer uma palavra.

    O menino agora parece mais calmo e começa a dormir. A mãe leva o filho para o quarto, aninha-o e beija-o, deixando-o dormir. Volta ao terreiro da fazenda para continuar a prosa com as comadres.

    Lá, no alto do céu, a lua minguante, brilhante e dourada, exibe uma banana madura que ilumina o terreiro da fazenda e as comadres, que não se apercebem da visão que o menino teve… 

     

     

         Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 7 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de três outros publicados em antologias junto a outros escritores.

    Notícias Relacionadas