Os comunistas receberam 10% dos votos em 1945, elegendo Luis Carlos Prestes para o Senado e 14 deputados para a Câmara, entre eles Jorge Amado, Carlos Marighela, Gregório Bezerra e João Amazonas. Isto apavorou a classe dominante, levando o reacionário presidente Eurico Dutra a interferir para que o Tribunal Superior Eleitoral cassasse por 3 a 2 o registro do Partido Comunista – na linha do que pedia o governo dos EUA, naquele momento iniciando a guerra fria com a União Soviética. A reportagem de João Arnolfo foi exibida também na sessão solene do plenário da Câmara que devolveu simbolicamente os mandatos aos familiares dos 14 cassados. Faltou lembrar: desde aquela época estava “acertado” que os povos não teriam direito a optar democraticamente, nas urnas, pela substituição do capitalismo por outro modo de produção, como ficaria claro em 1973 quando os militares derrubaram o presidente Salvador Allende, democraticamente eleito no Chile.