PCdoB denuncia assassinato de sindicalistas e comunistas ucranianos
PCdoB denuncia assassinato de sindicalistas e comunistas ucranianos e manifesta sua solidariedade ao Partido Comunista da Ucrânia e a seu povo
A Ucrânia vive uma situação de instabilidade e uma escalada de conflitos internos provocados pela intervenção externa, que agravou-se desde o golpe de Estado de 22 de fevereiro, promovido pela direita e pela ultra-direita do país e apoiado pelos Estados Unidos.
Os EUA, a União Europeia e a OTAN dão sustentação ao atual governo ilegal dos golpistas e coordenam com eles uma futura adesão da Ucrânia à União Europeia. O objetivo das potências imperialistas é conter a constituição da União Eurasiana, promovida pela Rússia, e fazer da Ucrânia mais um protetorado do chamado “Ocidente” e da OTAN.
Desde o golpe de fevereiro intensificaram-se na Ucrânia as ações anti-democráticas e de cariz fascista das forças políticas que agora governam o país, contra as forças políticas de esquerda, em especial o forte Partido Comunista da Ucrânia, e contra os movimentos sindicais e populares que resistem aos golpistas e lutam pela autêntica soberania nacional e por uma verdadeira democracia na Ucrânia.
Nas regiões leste e sul da Ucrânia milhares de manifestantes resistem aos golpistas de direita e exigem uma Constituição democrática, que institua um regime federal e conceda maior autonomia para essas regiões que têm uma grande parte da população de origem étnica russa. A resposta do governo golpista é uma violenta ofensiva policial e militar que pode gerar uma guerra civil.
Em meio a esses conflitos, a uma escalada militar e a um aumento das tensões na região, envolvendo países membros da OTAN e a Rússia, ocorreu há poucos dias em Odessa, sul da Ucrânia, um ataque de forças golpistas neofascistas do “Setor de Direita (Praviy Séktor)” com terríveis consequências.
No dia 3 de maio, na zona portuária de Odessa, cerca de 250 manifestantes pacíficos e desarmados, todos ucranianos, sofreram uma agressão promovida por milhares de fanáticos neofascistas e neonazistas, que os encurralaram no edifício da Casa dos Sindicatos, e depois de vedarem todas as saídas, criminosamente atearam fogo ao edifício.
O saldo é de 43 pessoas mortas, sendo que 36 pessoas foram queimadas vivas dentro da Casa dos Sindicatos, um edifício que abriga entidades sindicais e populares da região. Os manifestantes assassinados eram militantes sindicais ligados a organizações políticas de esquerda, a maioria do Partido Comunista da Ucrânia e do “Borotba”. Uma grande parte dos 174 feridos foram em seguida presos acusados de “terrorismo” e “separatismo”.
O PCdoB denuncia com indignação esse bárbaro ataque de forças obscurantistas e neofascistas que agora tentam ressurgir na Ucrânia e em outras partes da Europa e do mundo, depois de serem derrotadas pela heroica resistência anti-fascista e anti-nazista nos anos 30 e 40 do século passado, na qual os comunistas em todo o mundo, inclusive na Ucrânia, deram a sua contribuição.
Nunca é demais relembrar os mais de 20 milhões de soldados e civis da União Soviética, da qual a Ucrânia fazia parte, que deram a vida para derrotar o nazi-fascismo, pela liberdade e por um futuro melhor para a Humanidade.
O PCdoB alerta para a gravidade dos acontecimentos recentes na Ucrânia e ressalta que somente o compromisso com a paz, a garantia da soberania nacional, de uma verdadeira democratização e o diálogo interno que assegure os direitos da população do leste e do sul da Ucrânia pode evitar a escalada da barbárie.
Fascismo nunca mais! Solidariedade aos comunistas e ao povo da Ucrânia!
Renato Rabelo – Presidente Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Ricardo Alemão Abreu – Secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)