Temperança
Temperança
Podar de novo parreiras e figos
entendendo que o tempo não é amigo
nem inimigo: só teu companheiro
mais presente mais leal mais sincero
Nunca te enganou: sempre deixou claro
ser o presente o teu tempo mais caro
embora tanto devas ao passado
e o futuro já nasça endividado
Podas a galharia dos impulsos
orientas as ramas dos afetos
regas as tuas mudas de esperança
Da tarde que tomba tomas o pulso
e o sol morrendo de veias abertas
te entrega mais uma noite criança
Domingos Pellegrini – Gaiola Aberta