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    Comunicação

    A volta à realidade da seleção espanhola

    Viver no Estado espanhol justo nos anos de crise não era bem o plano. Ainda me lembro de ver a página do Ministério de Educação daqui e ficava ‘maravilhada’ com os incentivo aos estudos, intercâmbios, mestrados e muitos outros. Olhava e me inscrevia em todos os editais para bolsas que eram abertos aos estudantes ibero-americanos. […]

    POR: Redação

    3 min de leitura

    Com ou sem troféu, por aqui continuamos na mesma.
    Com ou sem troféu, por aqui continuamos na mesma.

    Viver no Estado espanhol justo nos anos de crise não era bem o plano. Ainda me lembro de ver a página do Ministério de Educação daqui e ficava ‘maravilhada’ com os incentivo aos estudos, intercâmbios, mestrados e muitos outros. Olhava e me inscrevia em todos os editais para bolsas que eram abertos aos estudantes ibero-americanos. Porém, veio a crise e em tempos de crise, já sabemos, a ordem é fazer ajustes.

    A educação no território do Estado espanhol vem recebendo as consequências de um governo que governa para poucos. Os reajustes realizados nas taxas da educação universitária não pararam e a porcentagem depende da região: na Catalunha, os estudantes viram os preços públicos aumentarem 79,4% e na Galícia, o aumento foi de 3,6%; já em Madrid os preços máximos por crédito ascenderam a 60,64 euros para segundas matrículas.

    Adiciona-se a este panorama o desemprego preocupante com um índice de 25,93%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) que, juntamente com a baixa porcentagem da população que trabalha, cerca de 22,88 milhões de cidadãos, torna a situação atual e as previsões futuras ainda mais preocupantes.

    Como se não bastasse, Bruxelas continua vigiando o Estado espanhol de perto. A Comissão Européia pediu ao atual governo no início deste mês “novas medias para acabar com a segmentação no mercado laboral, entre elas a redução do número de contratos, assim como reduzir as cotizações sociais e compensar a perda de ingressos subindo o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e de impostos meio ambientais” [1].

    A última ‘patada en el culo’ que recebeu o povo foi a coroação de Felipe VI como rei, em um território onde se vende uma falsa identidade de aceitação e identificação com a monarquia. Pediu-se referendum, mas os gritos não foram suficientes. Nas redes sociais, as pessoas protestaram contra a continuação da monarquia com etiquetas como #APorLaTerceraRepública, exigindo a realização de um referendum consultivo sobre um novo modelo de governo. Entretanto, o fiscal geral do Estado, Eduardo Torres-Dulce, referiu-se no dia 4 de junho à possibilidade legal da realização de uma consulta popular sobre a instauração de uma República afirmando que “o que está na Constituição está na Constituição e o que não está não existe na vida política e social de Espanha”.

    Por isso, e muito mais, a volta à casa antecipada da seleção é na verdade ‘a volta à realidade’. Assim, quem sabe, a população renova as forças e se indigna outra vez como em maio de 2011?

    Referências:

    [1] http://vozpopuli.com/economia-y-finanzas/44276-bruselas-pide-a-espana-nuevas-medidas-reducir-el-numero-de-contratos-rebajar-cotizaciones-y-subir-el-iva.

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