Brics ganha densidade e afirma seu papel no cenário internacional, afirma presidenta
A primeira direção do Conselho de Ministros do Banco dos Brics será da Rússia; a primeira direção do Conselho de Administração será do Brasil; o primeiro presidente do Banco será da Índia; o primeiro escritório regional será na África do Sul; e a sede do Banco será localizada em Xangai. O banco terá capital autorizado de U$ 100 bilhões, mesmo valor que o fundo de reserva.
“O Banco representa uma alternativa para as necessidades de financiamento de infraestrutura nos países em desenvolvimento, compensando a insuficiência de crédito das principais instituições financeiras internacionais. (…) Com esse acordo, contribuiremos também para o fortalecimento da estabilidade financeira global, ao complementar os mecanismos financeiros existentes, liberando o Fundo Monetário Internacional para acudir às economias vulneráveis”, explicou a presidenta.
Dilma ressaltou o papel dos Brics nesse novo arranjo da economia global.
“Vivemos também tempos de grandes oportunidades, com o acelerado avanço de novas tecnologias, a multiplicação do comércio e as possibilidades de reorganização do sistema internacional em termos mais democráticos e equitativos. Em tal conjuntura, nossos países têm a obrigação de se manifestar, de se fazer escutar, de atuar. (…) Fomos responsáveis pela mitigação dos efeitos da crise financeira global, e pelo sustentado crescimento da economia mundial desde então.”
O tema da VI Cúpula, “Crescimento inclusivo: soluções sustentáveis”, reflete, de acordo com a presidenta Dilma, a prioridade conferida pelos países do grupo ao combate à pobreza e à melhora da qualidade de vida de nossas populações.
“Nosso projeto de desenvolvimento nacional vem priorizando, nos últimos anos, os setores mais pobres da população, por meio de programas de distribuição de renda, do aumento dos salários, da geração de empregos e da assistência aos segmentos mais vulneráveis da sociedade. Temos também zelado pela responsabilidade fiscal e investido intensamente na melhora de nossas infraestruturas, para garantir um crescimento de longo prazo”, disse Dilma.
A líder brasileira aproveitou o discurso para pedir reformas no Conselho de Segurança da ONU e no FMI. Para a presidenta, os países do Brics reiteraram o compromisso com um multilateralismo transparente, democrático e eficaz, que aponta para um mundo multipolar.
“Nosso ativismo não deve ser confundido, no entanto, com o exercício de poder hegemônico ou o desejo de dominação. Tampouco deve ser visto como uma opção estratégica contrária ao interesse de outros países. A força do nosso projeto é o seu potencial positivo de transformação do sistema internacional, que queremos mais justo e igualitário”, defendeu.