Jornalistas sofrem punição por transmitir informações sobre o massacre de Gaza
Ayman Mohyeldin é o jornalista que presenciou e divulgou as mortes de Ismail, Zakaria, Ahed e Mohamed, os quatro meninos de idades entre 9 e 11 anos, caçados por radar e finalmente atingidos pelos mísseis de Israel quando brincavam em um praia de Gaza.
Jornalista americano de origem egípcia, ele é veterano. Trabalhou na Palestina para a Al Jazeera, para a CNN e para a NBC, para a qual trabalha atualmente. Ayman estava jogando futebol na praia com os quatro meninos, momentos antes de serem assassinados. E foi portanto o jornalista a relatar com mais detalhes tudo que presenciou.
O mundo recebeu suas notícias, as imagens das maẽs e pais ao saber das mortes, o testemunho de Moutaz Bakr, o menino ferido, levado ao hospital após ter visto os outros morrerem.
O repórter recebeu elogios nas redes pela cobertura, e informações que também postou no Twitter e no Instagram. Mas em seguida recebeu ordens da direção da NBC para deixar Gaza.
O argumento foi “questões de segurança” mas, segundo o jornalista Glenn Greenwald, para o The Intercept a NBC enviou outro correspondente para substituí-lo, “Richard Engel, juntamente com um produtor americano que nunca foi a Gaza e não fala árabe, em Gaza para cobrir o ataque israelense em curso”.
A censura foi denunciada na internet, também pela rede anti-sionista norte-americana Jewish Voice for Peace, que condena Israel pela ocupação e os ataques a Gaza, e que fez um apelo, em sua página do facebook, para que o jornalista volte ao seu posto, e não seja punido por fazer um trabalho honesto e corajoso.
A outra vítima da censura é a jornalista jornalista Diana Magnay, da rede CNN, que trabalhava na fonteira entre Israel e Gaza. Ali ela presenciou um grupo de israelenses torcendo e comemorando o lançamento de mísseis sobre Gaza. Ela relatou o fato em sua conta no Twitter e chamou o grupo de “escória”. apesar das ameaças que sofreu.
“Os israelenses no monte acima de Sderot torciam enquanto bombas caíam em Gaza; ele ameaçaram destruir nosso carro se eu falasse alguma palavra errada. Escória”, escreveu no Twitter.
A CNN pediu desculpas e transferiu Diana Magnay pra Moscou.
Publicado na Ciranda.net