Destaque para a presença da diretora da Escola Nacional, Nereide Saviani, e de representação do Comitê Estadual do partido na Paraíba formada pelos camaradas Cristiano Paiva, secretário de Organização; Francis Zenaide, secretária de Formação e Propaganda; Marli Trevas; Simão Almeida, presidente estadual; e Manoel Donato, do Comitê estadual.


Também participaram, os presidentes dos Comitês Municipais do Recife, Antonieta Trindade; de Olinda, Luciano Moura; de Igarassu, Helmilton Beserra; e de Jaboatão dos Guararapes, Tiago Vasconcelos; além de secretários municipais de Formação e Organização, a exemplo do secretário de Organização do PCdoB de Caruaru, Lino Portela, e do secretário de Formação de Igarassu, Herbert  Beserra, entre outros.
Ao iniciar a reunião, o secretário estadual de Formação e Propaganda, Luciano Siqueira, destacou o compromisso de convocar para o encontro pessoas que em algum momento contribuíram com o trabalho de formação, a exemplo dos camaradas Lúcio Monteiro, Paulo Dantas e Hugo Cortês. A atuação dos camaradas foi especialmente lembrada por Luciano também ao encerrar o encontro.
Formação e luta de ideias
Luciano destacou ainda a importância da luta de ideias no Brasil de hoje, “como de resto na história do movimento comunista e da luta libertária”, bem como para o PCdoB neste momento. “Eu me recordo de alguns instantes da vida do partido em que a questão da teoria  e da capacitação de quadros capazes de enxergar a realidade concreta à luz da teoria científica foram ressaltadas”, disse, citando como exemplo o período em que viveu na clandestinidade, juntamente com outros companheiros, e a passagem dos 70 anos do  PCdoB, particularmente o texto de João Amazonas Por que o partido venceu, no qual o líder comunista destacava a consciência revolucionária e a disposição de transformar a sociedade brasileira, inspiradas na teoria marxista-leninista, como essenciais para as conquistas da legenda.
Ele ressaltou também o papel do estudo, coletivo e/ou individual, na formação teórica da militância e dos quadros comunistas e dessa formação na luta de ideias.
“Para nós, em Pernambuco, a luta pela hegemonia, que é algo inarredável para um partido como o nosso, se dá em condições muito difíceis porque estamos imprensados por outras forças. Mas, nós temos um diferencial que são as nossas ideias, nosso Programa,  nossa capacidade de debater, de aglutinar gente, militantes e não militantes, interessada em compreender a realidade, sobretudo, em Pernambuco, que nos últimos dez anos sofreu transformações muito interessantes, com a mudança da matriz produtiva da indústria, com o crescimento significativo do proletariado fabril e em geral e de diferenciações importantes nas classes dominantes”. 
Diante desse quadro, afirmou Luciano, “nós não podemos continuar no dia a dia fazendo só o imediato sem se debruçar sobre essa realidade em movimento e nós não faremos isso a contento se dispensarmos a teoria”. “Nós precisamos ter como referência a teoria, que é o fundamento do PCdoB, e dialogar duplamente com muita gente do estado, o que vai ser o papel principalmente da Fundação Maurício Grabois. Por essa razão, é que valorizamos em todos os detalhes o trabalho feito antes, interrompido por razões de saúde do nosso antigo secretário de Formação, Paulo Dantas, e de Hugo e Lúcio, dois companheiros que ajudavam muito, e buscamos hoje aglutinar quadros e militantes para enfrentar o desafio da Formação em outro patamar, correlacionando o debate teórico com a realidade concreta do Brasil e de Pernambuco”, afirmou. 
Escola João Amazonas
Destacando que “a escola do comunista é o próprio partido”, Nereide Saviani historiou a evolução da Escola Nacional de Formação João Amazonas, especialmente, a partir de 2003, quando ocorreu seu relançamento, e as iniciativas para fortalecê-la. “O nosso primeiro desafio é mostrar para o Partido que ele tem uma escola e que escola é essa”, afirmou a diretora, explicando a estrutura e o funcionamento da unidade de formação comunista. “É uma escola que tem currículo, elaborado já a partir de 2003, e um corpo de professores nacional e nos estados”, disse.
Segundo ela, desde o primeiro momento, a Escola Nacional privilegiou dois aspectos: a formação de professores e a elaboração do currículo. “Colocamos isso como intrinsecamente relacionados, pois o melhor jeito de formar professores é envolvê-los na elaboração do currículo e o melhor jeito de elaborar o currículo é ter a participação dos professores”.
“O partido passou a investir nessa particularidade de uma frente e de um instrumento partidário no qual se faz aquilo que em nenhum outro lugar se faz, que é a sistematização do conhecimento, do ensino e da aprendizagem, da apropriação crítica da teoria revolucionária”, destacou. 
Nereide explicou ainda que ao decidir colocar em uma mesma secretaria Formação e a Propaganda, o partido entendeu a propaganda como polo complementar. A Formação com seu trabalho direcionado, principalmente, para o partido, mas também voltado para fora, cujo principal instrumento é a Escola Nacional, e a Propaganda se dirige ao conjunto do partido e também à sociedade, sendo a Fundação Maurício Grabois o principal instrumento. “Essas duas esferas devem atuar em sinergia, complementando-se e desenvolvendo-se mutuamente. É uma nova concepção”, afirmou.
A diretora da Escola Nacional destacou também as diretrizes para 2015, entre as quais investir na formação de quadros de nível superior e apoiar a composição de equipes de docentes. Para as seções estaduais, as diretrizes incluem centrar esforços na formação das bases e direções intermediárias por meio do curso do Nível I; realizar no estado ou na Região uma turma em cada semestre, se possível, e indicar quadros para o curso do Nível III.
A Escola Nacional João Amazonas oferece cursos nos níveis I (Curso do Programa Socialista – CPS e Curso de Iniciação ao Marxismo – CIM); e cursos de níveis II, III e de Estudos Avançados; mantém interfaces com o Instituto Maurício Grabois e dispõe de uma plataforma virtual de ensino à distância (EAD), apresentada aos comunistas pernambucanos, durante o encontro do último sábado, pelo camarada Zélito Passavante.
Escola estadual
“A formação de quadros é fundamental para a construção partidária, por isso nosso foco hoje é trabalhar com a questão da escola”, ressaltou Nilson Vellazquez, futuro coordenador da seção pernambucana da Escola Nacional João Amazonas, ao apresentar o plano de criação e funcionamento da unidade de formação comunista no estado.
Uma das preocupações de Nilson é formar um quadro qualificado de professores. “É nossa intenção oferecer a esse corpo de professores a oportunidade de se atualizar, de se formar continuamente e oportunizar aos que tem interesse de fazer dessa seara um ambiente interessante para sua militância e querem contribuir com a formação no estado a possibilidade de fazer parte desse ambiente de formação”, disse.  
A ideia é de que a seção estadual passe a funcionar, efetivamente,  até julho deste ano. A escola, assim como em nível nacional, deverá funcionar com cinco núcleos temáticos de ensino e pesquisa: Filosofia; Estado e Classes; Economia Política & Desenvolvimento; Socialismo; e Partido. Cada núcleo terá um coordenador responsável, professores e monitores, “que deverão se reunir com regularidade a fim de atualizar seus estudos, organizar atividades, pesquisas etc.”.
A proposta é que sejam oferecidos o CPS, o CIM (Nível I) e o curso do Nível II. Os cursos de Nível III e os estados Avançados serão ministrados em São Paulo. Os cursos devem ser abertos, inicialmente, aos filiados e militantes do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Igarassu e Caruaru. O Plano será apresentado à direção estadual do PCdoB, nos próximos dias.