Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Comunicação

    Os Homens Ocos

    Os Homens Ocos   Nós somos os homens ocos Os homens empalhados Uns nos outros amparados O elmo cheio de nada. Ai de nós! Nossas vozes dessecadas, Quando juntos sussurramos, São quietas e inexpressas Como o vento na relva seca Ou pés de ratos sobre cacos Em nossa adega evaporada Fôrma sem forma, sombra sem […]

    POR: T.S.Eliot

    Os Homens Ocos
     

    Nós somos os homens ocos
    Os homens empalhados
    Uns nos outros amparados
    O elmo cheio de nada. Ai de nós!
    Nossas vozes dessecadas,
    Quando juntos sussurramos,
    São quietas e inexpressas
    Como o vento na relva seca
    Ou pés de ratos sobre cacos
    Em nossa adega evaporada

    Fôrma sem forma, sombra sem cor
    Força paralisada, gesto sem vigor;

    Aqueles que atravessaram
    De olhos retos, para o outro reino da morte
    Nos recordam — se o fazem — não como violentas
    Almas danadas, mas apenas
    Como os homens ocos
    Os homens empalhados.

    II

    Os olhos que temo encontrar em sonhos
    No reino de sonho da morte
    Estes não aparecem:
    Lá, os olhos são como a lâmina
    Do sol nos ossos de uma coluna
    Lá, uma árvore brande os ramos
    E as vozes estão no frêmito
    Do vento que está cantando
    Mais distantes e solenes
    Que uma estrela agonizante.

    Que eu demais não me aproxime
    Do reino de sonho da morte
    Que eu possa trajar ainda
    Esses tácitos disfarces
    Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
    E comportar-me num campo
    Como o vento se comporta
    Nem mais um passo

    — Não este encontro derradeiro
    No reino crepuscular

     

     

     

    (Trecho de “Os Homens Ocos”, de T.S. Eliot. Tradução de Ivan Junqueira) – Fonte: http://www.revistabula.com/

    Notícias Relacionadas