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    Comunicação

    SE TENHO QUE PARTIR

    SE TENHO QUE PARTIR   Se tenho que partir, que seja enquanto minha alma responde à bondade e à beleza, desperta da letargia, e, em ânsias de viver, mergulha direto na magia. Que eu parta, então, quando a visão da rosa é êxtase, perfume e cor, repouso da mente, fonte de calor. Pois que eu […]

    SE TENHO QUE PARTIR

     


    Se tenho que partir, que seja
    enquanto minha alma
    responde à bondade e à beleza,
    desperta da letargia,
    e, em ânsias de viver,
    mergulha direto na magia.
    Que eu parta, então,
    quando a visão da rosa
    é êxtase,
    perfume e cor,
    repouso da mente,
    fonte de calor.
    Pois que eu vá
    enquanto sofro ainda
    com a dor dos que sofrem
    e rio com o riso das crianças,
    o prazer das mães
    na atualização de esperanças.
    Se tenho mesmo que ir,
    que seja agora
    quando a árvore me fala
    de sombra e amizade,
    das cores do outono,
    de paz e felicidade.
    Se tenho que dormir,
    que durma deslumbrada
    com o nascer e o pôr-do-sol,
    derramando no mar
    um esplendor de prata e ouro
    vai-e-vem das ondas a brilhar.
    Possa eu repousar
    sob um manto de estrelas e luar,
    ouvindo a voz do vento,
    os murmúrios da floresta,
    a melodia dos riachos e cascatas,
    mergulhada em plena festa.
    Que durma feliz,
    ambos realizados
    nos braços do meu amor,
    nos laços de seu carinho
    que se revela suave,
    macio como arminho.
    Se tenho que partir,
    seja, então, de regresso
    à casa de meu Pai,
    deixando o sonho pela realidade,
    uma realidade de sonho,
    o mundo perfeito da verdade.

     


    (poetisa – Maria José Ávila )

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