Brasília em [Poesia] em Brasília

Roda de conversa e lançamento de livros – 23/06 – a partir das 18h (Livraria Sebinho/Brasília-DF)
Não é de hoje que Brasília inspira e inquieta os poetas. Desde que foi inaugurada em 1960, a cidade modernista esteve presente em forma de versos na poesia de vários autores brasileiros residentes ou não na capital federal. A proximidade com o poder, a sociabilidade sui generis, a beleza dos monumentos, a amplidão dos espaços, a onipresença da natureza do cerrado: tudo isso inspirou e continua inspirando poetas residentes ou não em Brasília.

A presença de Brasília na poesia e a relação dos poetas com a cidade serão os temas centrais do bate-papo entre os escritores Francisco Alvim, Nicolas Behr e Alexandre Pilati, que vai acontecer no próximo dia 23/06/2015 na Livraria Sebinho, na 406 norte. Os autores vão falar um pouco sobre como enxergam Brasília através da sua produção poética e também apresentar um pouco de suas obras ao público brasiliense, num grande encontro de gerações da poesia da cidade.

Francisco Alvim nasceu em Araxá, Minas Gerais, fez carreira como diplomata e hoje está radicado em Brasília. É autor de diversos livros de poemas que marcaram a produção da poesia marginal nos anos 70 e 80. Mais recentemente, Chico, como é conhecido entre os poetas, publicou dois livros que são considerados entre os mais importantes da literatura brasileira contemporânea: Elefante e Metro Nenhum.

Nicolas Behr nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, e mora em Brasília desde 1974. Adotou a cidade tanto como lugar de residência como referência afetiva e poética. É impossível pensar na poesia de Nicolas Behr sem a cidade de Brasília. Assim como é impossível pensar a cultura e a literatura de Brasília sem considerar central a figura de Nicolas. No ano passado, o poeta lançou o seu mais recente livro, cujo título exibe a profunda ligação de sua arte com a cidade de Brasília: A teus pilotis.

Alexandre Pilati nasceu em Brasília e é professor da UnB desde 2008. Lançou seu primeiro livro, de título estranho, sugestivo e muito brasiliense, em 2004: sqs 120m2 com dce, reunindo poemas que mergulhavam de cabeça na experiência urbana de Brasília. Em 2007, lançou o livro de poemas prafóra, e agora, em 2015, apresenta ao público o terceiro livro de poemas, intitulado E outros nem tanto assim, no qual, segundo ele, a cidade de Brasília aparece de modo essencial.

Além de participar da roda de conversa e de debater com o público, os autores também participarão de uma sessão de autógrafos de seus livros mais recentes.

Serviço:
Brasília em [POESIA] em Brasília – Debate e lançamento de livros
Com
: Francisco Alvim, Nicolas Behr e Alexandre Pilati
Local: Livraria Sebinho, 406 norte.
Horário: das 18h às 21h (o debate ocorrerá entre 19h e 20h).
Data: 23/06/2015, terça-feira.

E outros nem tanto assim
Poemas
Alexandre Pilati (www.alexandrepilati.com)
Editora: 7letras (www.7letras.com.br)
Contato: [email protected]
[email protected]

Neste terceiro livro de poemas de Alexandre Pilati, veremos ecos da melhor tradição poética brasileira em diálogo com a indústria cultural; um refinamento erudito pouco comum aliado a um recolher sensível das dicções populares. A mescla consistente e inquietamente dialética de elementos é o grande valor desta obra. E outros nem tanto assim convoca o leitor a sentir o mundo pelo avesso e a pensá-lo com a mais poética energia.

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Ler os poemas de Alexandre Pilati é dar de cara com a força estética das contradições. Tudo está aqui ativado em chave crítica, em chave de crise. O poeta nos anuncia um mundo caótico, cheio de tensões, pleno de terríveis movimentos. No entanto, esse engajamento rumo ao descortinar de uma realidade contemporânea e problemática também abre espaço para certos perfumes de utopia. Trata-se de uma poesia sentimental, de uma poesia política, de uma poesia delicada, de uma poesia guerreira. Tudo ao mesmo tempo, numa arquitetura cujo lastro é uma suave violência, que o autor vem amadurecendo ao longo de sua carreira. Nada é apenas belo: aqui a regra é que, para ser belo, o verso precisa incomodar; se possível, ferir. Neste terceiro livro de poemas de Alexandre Pilati, veremos ecos da melhor tradição poética brasileira em diálogo com a indústria cultural; um refinamento erudito pouco comum aliado a um recolher sensível das dicções populares. A mescla consistente e inquietamente dialética de elementos é o grande valor desta obra. E outros nem tanto assim, portanto, convoca o leitor a sentir o mundo pelo avesso e a pensá-lo com a mais poética energia.

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Um dos grandes mistérios da criação é não sabermos de onde vem a poesia. Melhor assim. Se soubéssemos certamente sairíamos por ai cavando, perfurando, abrindo valas. A poesia de Alexandre Pilati simplesmente vem, brota naturalmente, caleidoscópica, múltipla. Refletindo a mente sempre confusa do poeta, tentando inutilmente ordenar o caos e assim criando mais caos. Na verdade, mais poesia. Tente parar um pouco para entrar nas palavras, viajar nelas, reescrever o poema e ser poeta também. A poesia de Alexandre Pilati excita a fantasia e a imaginação. E mais: ela não se deixa contaminar pelo amplo conhecimento teórico que o poeta tem da poesia brasileira. Ler este livro é como andar por uma estrada esburacada, uma poesia que certamente vai te tirar da zona de conforto.

Nicolas Behr (poeta) na contracapa do livro.

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Alexandre Pilati é professor de literatura brasileira da Universidade de Brasília, crítico literário e poeta. Seu primeiro livro de poemas, sqs 120m2 com dce, foi lançado em 2004. Pela editora 7letras, publicou prafóra (poemas, 2007) e A nação drummondiana (ensaios, 2009). É ainda organizador do conjunto de ensaios O Brasil ainda se pensa (Ed. Horizonte, 2012). Na imprensa, foi colaborador do caderno cultural de jornais como o Pensar, do Correio Braziliense e dirigiu a coluna “Boa Leitura” na Rádio BandNews FM de Brasília. Participa também da rede de autores de portais de internet como o “Vermelho” e o “Outras Palavras”. Para o Portal Grabois, escreve periodicamente a coluna Horizonte Cerrado. Desde 2010 mantém o site www.alexandrepilati.com.