Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Comunicação

    Os Corvos

      Senhor, quando os campos são frios E nos povoados desnudos Os longos ângelus são mudos… Sobre os arvoredos vazios Fazei descer dos céus preciosos Os caros corvos deliciosos.   Hoste estranha de gritos secos, Ventos frios varrem vossos ninhos! Vós, ao longo dos rios maninhos, Sobre os calvários e seus becos, Sobre as fossas, […]

    POR: Arthur Rimbaud

     

    Senhor, quando os campos são frios
    E nos povoados desnudos
    Os longos ângelus são mudos…
    Sobre os arvoredos vazios
    Fazei descer dos céus preciosos
    Os caros corvos deliciosos.

     

    Hoste estranha de gritos secos,
    Ventos frios varrem vossos ninhos!
    Vós, ao longo dos rios maninhos,
    Sobre os calvários e seus becos,
    Sobre as fossas, sobre os canais,
    Dispersais-vos e ali restais.

     

    Aos milhares, nos campos ermos,
    Onde há mortos recém-sepultos,
    Girai, no inverno, vossos vultos
    Para cada um de nós vos vermos,
    Sede a consciência que nos leva,
    Ó funerais aves da treva!

     

    Mais, saints du ciel, em haut du chêne,
    Mât perdu dans le soir charmé,
    Laissez les fauvettes de mai
    Pour ceux qu’au fond du bois enchaîne,
    Dons I’herbe d’où I’on ne peut fuir,
    La défaite sans avenir.

     

    Livro: RIMBAUD LIVRE
    Autor: Rimbaud, Arthur.
    Tradução: Augusto de Campos
    Editora: Perspectiva

    Notícias Relacionadas