Guerrilheiras do Araguaia estão no Itaú Cultural até domingo
Histórias de 12 mulheres que lutaram e morreram na Guerrilha do Araguaia, de 1967 a 1974, durante a ditadura militar no Brasil, compõem a peça “Guerrilheiras ou Para a Terra Não Há Desaparecidos”, com direção de Georgette Fadel e dramaturgia de Grace Passô, com sessões de 8 a 11 de outubro, no Itaú Cultural. A entrada é gratuita.
A peça foi um dos 101 projetos escolhidos, entre mais de 15 mil inscritos, no programa Rumos Itaú Cultural 2013-2014.
Acontecida na floresta amazônica, entre o Pará e Tocantins, a Guerrilha do Araguaia reuniu cerca de 70 guerrilheiros, dos quais 17 eram jovens mulheres universitárias, para participar da luta contra cerca de cinco mil homens do Exército.
No palco, as histórias são retratadas a partir de um jogo entre a ficção e o documental – a equipe visitou a região do sul do Pará para fazer entrevistas, filmagens e se adaptar ao ambiente da mata. Assim como as guerrilheiras, as atrizes do grupo são de diferentes locais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e também da Colômbia.
Foram 36 horas de viagem de ônibus saindo do Rio de Janeiro até chegarem às margens do Araguaia, onde ouviram os relatos de quem presenciou esta história, num lugar marcado pela tradição do massacre. Em uma terra de esquecidos e desaparecidos, onde existe uma guerra velada, há um povo que dá voz àqueles que foram mortos. O cineasta Eryk Rocha documentou todo o percurso da equipe durante os quinze dias de viagem. Os registros audiovisuais, entre rostos e paisagens, serão projetados no palco do teatro, criando um diálogo com as atrizes. Os sons captados do rio acompanham algumas cenas.
A montagem
Para criar os figurinos, Desirée Bastos garimpou cerca de 50 peças, entre calças, camisas, vestidos, chapéus, roupas íntimas em brechós no Rio e bazares no sul do Pará. As roupas foram enterradas às margens do rio Araguaia pelas próprias atrizes. Os trajes foram recentemente desenterrados e lavados. O resultado dessas peças deterioradas faz alusão aos corpos que nunca foram encontrados.
“Guerrilheiras ou Para a Terra Não Há Desaparecidos” estreou no Rio, onde ficou em cartaz durante um mês. Depois das sessões deste fim de semana Itaú Cultural, parte da Mostra Rumos, a peça terá temporada em São Paulo, a partir de janeiro, em local ainda não definido.
Serviço
“Guerrilheiras ou Para a Terra Não Há Desaparecidos”
Quando: Dias 8, 9 e 10 de outubro (quinta-feira a sábado), às 19h30
Dia 11 de outubro (domingo), às 19h
Onde: Itaú Cultural – Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Quanto: Entrada gratuita – ingressos distribuídos com 30 minutos de antecedência
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 18 anos
Mais informações: www.itaucultural.org.br