Uma das diretoras do longa-metragem, Ana Petta, esteve na pré-estreia e falou sobre a motivação que teve. “Eu sou filha de combatentes da ditadura e cresci ouvindo as histórias do ‘Araguaia’, dos guerrilheiros, de Osvaldão. Os guerrilheiros eram meus heróis. Sempre achei que cada um deveria ter o seu filme. Este é o filme do meu herói”, contou.

Através de um rico trabalho de pesquisa, o filme apresentou documentos inéditos relacionados à vida e à luta de Osvaldão, além de ouvir familiares, amigos, companheiros de militância e moradores da região do Araguaia que conviveram com o guerrilheiro. A produção independente durou dois anos e contou com financiamento coletivo, principalmente com o patrocínio da Fundação Maurício Grabois (FMG).

Osvaldão era filiado ao PCdoB e a militância comunista da Bahia esteve na pré-estreia. Daniel Almeida, presidente estadual, falou em nome do partido: “É uma satisfação imensa compartilhar esse momento. O PCdoB está feliz com essa homenagem a Osvaldão, que é uma referência para nós, que é um de nossos heróis. É preciso aumentar, cada vez mais, os registros da luta travada no Araguaia”.

A secretária nacional de Combate ao Racismo do PCdoB, Olívia Santana, também esteve na pré-estreia e destacou, através do personagem do filme, o protagonismo que os negros tiveram nas lutas pela democracia no Brasil. “É preciso compreender que os negros participaram da luta e não foi de uma forma alegórica. Osvaldão foi um dos principais dirigentes do Araguaia. Osvaldão vive em nós!”

Na opinião de Olívia, o filme trata um duro episódio da luta contra a ditadura militar com profundidade e leveza. “Osvaldão, que lutou e morreu em combate na Guerrilha do Araguaia, era um homem negro, belo, um engenheiro muito culto, que amava o povo brasileiro. Um Zumbi contemporâneo!”, descreveu ela, que participou da campanha para arrecadação de fundos para levar o filme ao cinema de Salvador.

Depois da concorrida pré-estreia, ‘Osvaldão’ entra em cartaz no Espaço de Cinema Itaú – Glauber Rocha, na quinta-feira da semana que vem (28).

Erikson Walla, de Salvador