O ilegítimo Temer se apequenou mais uma vez, agora na ONU
De fato, o texto procura enfrentar uma realidade que percorreu o mundo inteiro, cada vez mais consciente de que o que ocorreu no Brasil foi mesmo um golpe de Estado do tipo parlamentar, como aconteceu ano passado no Paraguai. A governante Dilma Rousseff, eleita com o sufrágio de mais de 54 milhões de votos, foi apeada do poder sem justificativa legal, sem cometer crime de responsabilidade. Os “ritos” foram cumpridos, segundo Temer. Disse ele que “o Brasil acaba de atravessar processo de longo e complexo (…) que culminou em um impedimento. Tudo transcorreu (…) dentro do mais absoluto respeito constitucional”. Pior que isso Temer disse que o impeachment é um exemplo que o país tem a oferecer ao mundo.
Logo ao ser chamado para a tribuna, as delegações de Costa Rica, do Equador, Nicarágua e Venezuela se retiraram do ambiente, sendo que não estavam presentes as delegações de Cuba e Bolívia além da dos Estados Unidos. Barack Obama chegou depois, atrasado. Houve um esforço de promover um encontro com o Presidente americano, mas isso ficou reduzido a um aperto de mão no evento realizado em homenagem a Ban Ki Moon que termina seu mandato logo mais. A obsessão de Temer, no entanto, foi cumprida e houve a reunião dele com seu antes “igual” o vice-presidente dos EUA, Joe Biden. Vocês lembram da carta chorosa de Temer a Dilma reclamando de sua vice-presidência decorativa?
O discurso do presidente ilegítimo tentou se apropriar de vitórias conquistadas nos governos de Lula e Dilma no que se refere à inclusão social. Disse ele que “ é o que temos feito no Brasil, com os programas de transferência de renda e de acesso à habitação e à educação, inclusive por meio de financiamento a estudantes de famílias pobres” quando se sabe que o plano ‘Ponte para o Futuro’ mira justamente em diminuir e restringir os investimentos sociais do governo. Antes do discurso Temer se “enganou” descaradamente quando em reunião sobre a questão dos refugiados relatou aos jornalistas que o Brasil havia recebido 95 mil refugiados, quando o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão ligado ao Ministério da Justiça responsável por encaminhar os pedidos e de declarar o reconhecimento da condição de refugiados no país até abril deste ano eram apenas 8.863 refugiados.
No mais Temer passou rapidamente pela pauta permanente dos pronunciamentos presidenciais na Assembleia Geral que o Brasil inaugura em setembro de todos os anos desde 1947. O nosso país conquistou essa tradição por ter se pautado de maneira geral por uma política de relações internacionais relativamente independente e por seu papel protagonista nos primórdios da ONU quando o então chefe da delegação brasileira, o gaúcho Oswaldo Aranha, presidiu a Primeira Sessão Especial da Assembleia no final da década de 40 do século passado. Resta saber agora como será a reconfiguração da posição do Brasil em plano mundial com o empobrecimento do chamado soft power que o país soube tão bem explorar no ciclo político presidido por Lula e DIlma.
Assim, o ilegítimo Temer reafirmou a posição brasileira sobre a necessidade de reforma do Conselho de Segurança, a respeito da importância de se enfrentar o problema dos refugiados, sobre o perigo do protecionismo, a importância do desarmamento nuclear e pasmem, disse que “coexistem hoje, sabemos todos, em nossa região governos de diferentes inclinações políticas. Mas isso é natural e salutar”!!!!! Enquanto se sabe da ação aberta da chancelaria brasileira contra o Mercosul e as outras instâncias institucionais de integração sul e latino-americanas. Especialmente o Ministro José Serra tem combatido as regras de convivência diplomática com a Venezuela e agora ficou irritadíssimo com a Costa Rica que ousou se retirar do recinto da ONU quando Temer resolveu falar. Chamou o embaixador e pediu explicações sobre o fato.