Fundação Perseu Abramo lamenta a perda de Marco Aurélio Garcia
A Fundação Perseu Abramo (FPA) recebe com profunda tristeza a notícia da morte de Marco Aurélio Garcia, integrante de seu Conselho Curador. Fundador do PT, professor aposentado do Departamento de História da Unicamp e assessor especial dos presidentes Lula e Dilma na área de política internacional, MAG, assim chamado pelos mais próximos, foi um dos responsáveis pelo reposicionamento do Brasil na política externa, ao lado do ex-chanceler Celso Amorim. Muito lembrado por seu senso de humor e otimismo, deixa uma grande lacuna no pensamento crítico da esquerda.
Atuante nas lutas políticas da esquerda por mais de meio século, MAG coordenou o Programa de Governo do presidente Lula nas eleições de 1994, 1998 e 2006 e o da presidenta Dilma Rousseff na eleição de 2010. Foi um dos idealizadores e bravo combatente na construção de uma uma política externa brasileira altiva e ativa, que transformou a posição subserviente do Brasil em relação aos países do norte em uma liderança solidária e integrada a América Latina, transformando o Brasil em um ator cada vez mais importante no cenário internacional. Este projeto, ao qual dedicou a maior parte de sua vida, foi precocemente interrompido pelo golpe de Estado sofrido pelo Brasil em 2016.
Marco Aurélio nasceu em Porto Alegre, foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes nos anos 1960 e um dos Fundadores do PT. Ficou no exílio durante a ditadura militar entre 1970 e 1979 e lecionou na Universidade do Chile, na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Chile) e nas Universidades de Paris-VIII e Paris-X (França). Em 1990, quando Secretário de Relações Internacionais do PT, foi um dos organizadores e fundadores do Foro de São Paulo (http://forodesaopaulo.org/), organização que reúne vários partidos e movimentos sociais populares e de esquerda da América Latina e do Caribe.
Sua obra e seu acervo serão cuidados pela Fundação Perseu Abramo com o mesmo carinho e rigor que marcaram toda sua vida. Sua trajetória e produção acadêmica continuarão servindo de bússola para homens e mulheres que sonham com a construção de um mundo justo e fraterno.