Mulheres de todo o Brasil, e de diferentes frentes de atuação, participam do encontro, que tem a preocupação de discutir, principalmente, o cenário político, pela escolha do tema “Em defesa da democracia e nenhum direito a menos”.

O ato político de abertura aconteceu na noite desta sexta-feira e reuniu importantes nomes da luta emancipacionista, como as deputadas federais do PCdoB Alice Portugal (BA), Jô Moraes (MG), Jandira Feghali (RJ) e Luciana Santos (PE).

A vida e a luta de Gilse Cosenza foram lembradas pela deputada Luciana Santos, que também é presidenta nacional do PCdoB. Ela contou passagens da história de Gilse, que chegou a ser presa e torturada no período da ditadura militar (1964-1985). “Gilse embalou os sonhos de gerações. Ela serviu para a gente contestar esses valores de antipolítica e colou em risco a sua vida pela democracia, pela luta emancipacionista”, disse.

 

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A noite de abertura foi encerrada por uma mesa de debates sobre os retrocessos de direitos a partir do governo Temer, com as participações das deputadas Alice Portugal e Jandira Feghali, e coordenação de Francileuda Soares e Rozina de Jesus. As discussões retornam na manhã deste sábado (5).

Também estiveram na abertura a presidenta estadual da UBM, Natália Gonçalves, além de Maria das Neves (UJS), Marianna Dias (UNE), Liège Rocha (Mulheres/PCdoB), Julieta Palmeira (Sec. de Mulheres do Estado), a vereadora Aladilce Souza (PCdoB/Salvador), Miguelina Vecchio (PDT), Ângela Albino (suplente de deputada federal), Angêla Guimarães (Unegro), os deputados Daniel Almeida e Davidson Magalhães (BA), entre outros.

Alice Portugal, secretária de Mulheres do PCdoB-BA e líder do partido na Câmara, abriu o ato político. A expectativa, para ela, é que o Congresso “nos coloque à altura dos desafios do momento, que são enormes. Todo machismo, todo o sexismo será combativo pela União Brasileira de Mulheres”, disse. Liège Rocha completou: “O momento exige mobilização das mulheres para impedir a perda de direitos e barrar os retrocessos”.

Na ocasião, a deputada Jandira Feghali tratou da necessidade de construir a luta pela consciência das desigualdades como forma de combater a dominação. “Esse é um momento de muita afirmação. Aqui, as mulheres não têm vergonha de dizer que são feministas. Aqui, as mulheres sabem que existe uma cultura de dominação e é essa dominação que nós precisamos combater”.

Recado a Temer

Denunciar a perda de direitos e fazer a defesa da democracia no Congresso da UBM é um recado ao presidente Michel Temer, segundo a deputada Jô Moraes. “Aqui, estamos fazendo a celebração da teimosia. Estamos dando o recado para Temer: a gente se arranca da tristeza dos sucessivos golpes para reafirmar o nosso juramento [de defender o direito das mulheres]”.