Responsáveis por grande parte do processo de ocupação do território brasileiro, através de uma ação que se prolongou de maneira ininterrupta durante mais de dois séculos, os reais colégios jesuítas são tema do livro Arte Jesuíta no Brasil colonial – Os reais colégios da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco (Versal Editores). A publicação da historiadora Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho, é fruto da 13ª edição do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares. A premiação, criada em 2003, patrocina pesquisas e publicações de obras que resgatam a historiografia do país.

Na Bahia, as instalações do Real Colégio de Salvador incluíam a atual Catedral Basílica, a área da atual Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, e o Pátio dos Estudos Gerais, onde está situada  a Praça da Sé. Vale salientar que os jesuítas foram responsáveis por grande parte do processo de ocupação do território brasileiro, através de uma ação que se prolongou de maneira ininterrupta durante mais de dois séculos e marcou a educação no país. Os colégios implantados pelos jesuítas em Olinda, Salvador e Rio de Janeiro seguiam o mesmo modelo dos europeus e tinham como objetivo oferecer uma educação básica para garantir o acesso às universidades ou preparar o estudante para a prática de algum ofício.

 

Segundo a pesquisadora, o modelo missionário jesuíta teve o sucesso marcado pela capacidade de adaptação aos contextos culturais diversos. Prova  disso pode ser vista na arte das reduções jesuíticas e o estilo musical do barroco andino. Junto com as comunidades indígenas, eles produziram expressões artísticas que mesclavam as várias culturas. O próprio José de Anchieta (1534-1597)  se notabilizou por ser autor da primeira gramática da língua tupi e guarani, além dos autos, que apresentava os princípios do cristianismo num contexto indígena.

Anna Maria inicia o livro contando a história de Inácio de Loiola (1491-1556), fundador da Companhia de Jesus. Segue pontuando o impacto da congregação no processo de urbanização de Portugal e do Brasil, mostrando como a cultura barroca tornou a arquitetura e as artes plásticas dessa ordem sua marca no Novo Mundo. Na segunda parte, ela destaca a evolução das expressões artísticas e arquitetônicas que partem de algo singelo e humilde para uma monumentalidade urbana.

O coquetel de lançamento, em Salvador, será realizado no próximo dia 13 de dezembro, às 19h, no Instituto Feminino da Bahia e contará com uma palestra da autora, seguido de sessão de autógrafos. Em sua pesquisa, Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho foca nos três grandes centros administrativos da Companhia de Jesus no Brasil durante o período colonial – o Real Colégio de Salvador, no Terreiro de Jesus -, o Real Colégio do Rio de Janeiro e o Real Colégio de Olinda. Na Bahia, as instalações do Real Colégio de Salvador incluíam a atual Catedral Basílica, a área da atual Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, e o Pátio dos Estudos Gerais, onde está situada hoje em dia a Praça da Sé.

 

Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho é professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e membro do Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA) e Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE – Portugal). Formada em História desde 1975, tem mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorado em Faculdade de Letras – História da Arte pela Universidade de Coimbra (2003), se dedica ao estuda da arte jesuítica, arte franciscana e artes plásticas.

Sobre a Premiação

O trabalho de pesquisa de Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho foi selecionado pela Comissão Julgadora do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares, que é formada por três historiadores, um escritor e integrantes da Odebrecht e da Versal Editores. Para a 13ª edição, o prêmio recebeu 251 inscrições, vindas de 21 estados brasileiros, e de outros cinco países. São Paulo liderou o ranking com 76 inscritos, seguido pelo Rio de Janeiro (40), Bahia (23) e Minas Gerais (22).

Instituído em 2003, o Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares já viabilizou a geração e o registro de conhecimentos originais sobre o período pré-colombiano do território brasileiro, o comércio do açúcar nos primeiros anos de efetiva colonização, a participação de ordens religiosas na formação nacional, a engenharia e a urbanização de nossas cidades nos séculos XIX e XX, entre outros. O prêmio é reconhecido pela comunidade acadêmica como um dos mais importantes incentivos à pesquisa histórica no Brasil. Desde sua criação, já recebeu mais de 1,5 mil projetos, enviados por pesquisadores de instituições de 23 estado brasileiros. Entre os livros publicados, seis receberam o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o mais prestigiado prêmio editorial do pais.

Sobre Clarival do Prado Valladares

Pesquisador, crítico de arte e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, o médico Clarival do Prado Valladares (1918-1983), pós-graduado em Patologia pela Harvard University, combinou metodologia científica e sensibilidade na abordagem sociológica do objeto artístico. Seu importante legado para a compreensão do patrimônio artístico e arquitetônico brasileiro encontra-se em obras como Arte e sociedade nos cemitérios brasileiros, Nordeste histórico e monumental, Aspectos da arte religiosa no Brasil, Rio barroco – Rio neoclássico e The impact of African culture on Brazil. Mentor das Edições Culturais Odebrecht, que dirigiu por vários anos e que hoje reúnem mais de 200 obras sobre vários temas relevantes para a cultura nacional, Clarival do Prado Valladares inspira o Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica.

 

SERVIÇO:

Evento de lançamento do livro: Arte jesuíta no Brasil colonial – Os reais colégios da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, de Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho

Data: 13 de dezembro (quarta-feira)

Horário: 19h

Local: Instituto Feminino da Bahia (Rua Monsenhor Flaviano, nº 2, Politeama)

Editora: Versal Editores

Páginas: 576