Foto: Roberto Stuckert Filho

Editoria de PolíticaPresidentes dos partidos de esquerda, PDT, PT, PSB, PSOL e PCdoB, além de um representante do PCB, se reuniram nessa quarta-feira (23) para discutir o lançamento de um manifesto pela soberania nacional e contra o governo do presidente Michel Temer (MDB). As siglas devem divulgar em breve o documento. As lideranças também comemoraram a retirada de pauta da Medida Provisória nº 814/2018 que autorizava o início dos estudos sobre a privatização da Eletrobras, anunciada na última terça-feira (22) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM). 

Estiveram presentes no encontro os presidentes do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, do PDT, Carlos Lupi, do PSB, Carlos Siqueira, do PSOL, Juliano Medeiros, e PCdoB, a deputada federal Luciana Santos. O grupo deve se reunir novamente em breve para traçar estratégias contra medidas propostas pelo governo federal. O líder da oposição no Senado Federal, Humberto Costa (PT), também esteve presente. 

Os partidos já haviam lançado um manifesto em abril intitulado “democracia, soberania nacional e direitos do povo brasileiro”. Até o momento, permanecem as pré-candidaturas, seja do líder do Movimento Sem Terra (MST), Guilherme Boulos (PSOL), da deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila (PCdoB) e do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT).

Mesmo preso, o ex-presidente Lula (PT) resiste com a sua candidatura, que será reafirmada em novo lançamento no próximo dia 27 em todo o país. O PSB, que tinha como nome o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ficou sem candidato após a sua desistência. Agora, o partido se aproxima do apoio à Ciro, o que pode representar um entrave em uma aliança nacional dos socialistas com o PT, já que o apoio à candidatura de Lula chegou a ser apresentado como condicionante para a consolidação das alianças, principalmente em Pernambuco e em Minas Gerais. O entendimento dos partidos de esquerda gira em torno de uma política de não-ataque no primeiro turno para uma eventual aliança no segundo. 

 

Frente Nacional dos Partidos: Brasil diz não a Temer

Carta assinada por presidentes de seis partidos de esquerda elenca as vitórias da Frente Democrática contra medidas ultraliberais do governo ilegítimo de Michel Temer

“Na última semana, o governo Temer completou dois anos de ataques à democracia, à soberania e aos direitos sociais. Sua agenda de retrocessos tem como alvos imediatos os direitos trabalhistas e previdenciários, o patrimônio nacional, a legislação ambiental e a capacidade de atuação do Estado, cuja soma coloca em questão os direitos da pessoa humana, característica típica de projetos autoritários.

Não causa estranheza, portanto, que o governo Temer lidere uma agenda ultraliberal que busca assegurar um novo ciclo de exploração desenfreada do povo brasileiro e de seus recursos naturais e estratégicos, subordinando o país aos ditames do capital internacional, especialmente o financeiro.

No plano econômico, essa agenda aprofundou de forma dramática a recessão, a desigualdade e a miséria. A estagnação do PIB no primeiro trimestre demonstra que os cortes de investimentos só fizeram ampliar a crise econômica. O aumento do desemprego e as ameaças de uma crise cambial tornam o futuro ainda mais incerto. A explosão no preço dos combustíveis – nada menos que onze reajustes em apenas dezesseis dias – mostra os efeitos do ciclo de entrega do patrimônio público, particularmente visível no caso das refinarias da Petrobrás.

Por tudo isso, o governo Temer tem sofrido o rechaço da imensa maioria do povo brasileiro e só se sustentou, até aqui, graças a uma base fisiológica na Câmara dos Deputados, que arquivou duas denúncias de corrupção contra ele.

Nos últimos meses, porém, os setores democráticos conquistaram importantes vitórias. A derrota da proposta de reforma da previdência de Temer e, mais recentemente, a impossibilidade de privatização da Eletrobrás, mostra que a frente democrática formada pelos partidos de oposição tem cumprido importante papel no parlamento. A atual luta contra o “PL do Veneno”, que flexibiliza as regras para certificação de agrotóxicos, é mais um capítulo da luta da democracia contra a barbárie, que une diferentes partidos, movimentos e lideranças em nosso país.

A Frente Nacional pela Democracia, Soberania e Direitos, composta pelos partidos abaixo representados e reunida neste dia 23 de maio , reafirma seu compromisso indeclinável com a defesa de um Brasil justo e soberano, ao tempo em que denuncia o aprofundamento da crise econômica e social, responsabilidade exclusiva do governo Temer e dos partidos que sustentam sua agenda antipopular e antinacional.

Gleisi Hofmann
Partido dos Trabalhadores

Luciana Santos
Partido Comunista do Brasil

Juliano Medeiros
Partido Socialismo e Liberdade

Carlos Lupi
Partido Democrático Trabalhista

Carlos Siqueira
Partido Socialista Brasileiro

Edmilson Costa
Partido Comunista Brasileiro”