Notas rápidas internacionais 07/06/18
– Líder dos caminhoneiros argentinos, Pablo Moyano, convocou paralização “até as últimas consequências” para o próximo 14 de junho. No dia de ontem (6), caminhoneiros cortaram os principais acessos à cidade de Buenos Aires em protesto contra as políticas de ajuste de Mauricio Macri. Atividades são apoiadas pela CGT argentina.
– Pela primeira vez em sua história, a Espanha terá um governo composto na sua maioria por mulheres. O gabinete do primeiro-ministro Pedro Sánchez foi nomeado nesta quarta (7). As nomeações são principalmente de quadros do PSOE. Ele negou espaço para o Podemos, apoiador-chave na moção de desconfiança contra Rajoy. Segundo Sánchez, o novo gabinete é “pró-igualdade de gênero, intergeracional, aberto ao mundo, mas ancorado na União Europeia”.
– Primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, está nos EUA. Vai conversar com Trump antes da cúpula dos EUA com a Coreia do Norte. O líder japonês é cético quanto às possibilidades de avanço na relação com a Coreia do Norte. Defende uma política de pressão máxima sobre o governo de Kim Jong-un.
– Gabinete do primeiro-ministro Shinzo Abe informou que está preparando um programa de cursos sobre comportamentos reprováveis para o alto escalão do governo. Foco é na questão do assédio sexual. O propósito é “criar as condições para o florescimento de uma sociedade onde brilhem todas as mulheres”, segundo os jornais japoneses. Recentemente o vice-ministro das Finanças renunciou após ser acusado de assédio sexual.
– Ministro das Relações Exteriores da Índia, Sushma Swaraj, teve reunião com seu homologo iraniano, Javad Zarif, e anunciou que só reconhece sanções a países aprovadas pela ONU e que continuará a relação comercial com o Irã. A Índia continuará a comprar óleo do Irã. Em artigo aprofundado sobre a Índia, o articulista Pepe Escobar cita que a Índia pode crescer 7% em 2018 e alcançou um PIB maior do que da França, Itália, Brasil e Rússia, portanto precisa muito de energia e comprar energia iraniana é questão de segurança nacional. A relação Irã e Índia também desafia os EUA por ser feita em rúpias e rials, sem passar pelo dólar americano.
– Artigo na revista Foreign Policy, do ex-USAID (2001-2009), José R. Cárdenas, argumenta que é impossível saber quanto tempo Maduro ainda ficará no poder na Venezuela e que há uma crescente dissensão entre os militares venezuelanos. Objetivo do artigo é difundir uma justificável tese para uma ação de força dos militares “nacionalistas”, dizendo que diálogo e diplomacia não “resolverão a questão”. Segundo ele, Maduro já teria dado um golpe com a assembleia constituinte e que facção das Forças Armadas podem depor o atual regime e “restaurar a democracia”.
– A derrota dos EUA na OEA na tentativa de suspender a Venezuela foi um fato importante desta semana. Na verdade, os norte-americanos não conseguiram ampliar para além do Grupo de Lima os apoios para suspender a Venezuela. Uma nova assembleia específica deve ocorrer com a finalidade, mas é bastante clara a frustração dos EUA que contavam com 24 votos para aprovar a suspensão.
– Já a Venezuela anunciou ontem (6) através de seu chanceler Jorge Arreaza, que o país se retirará da OEA por considerar que a organização tem uma postura de ingerência sobre o país. Arreaza citou Fidel Castro ao dizer que a OEA segue sendo um “ministério das colônias dos EUA”.
– Pesquisa da Yanhaas na Colômbia mostra o candidato presidencial uribista Iván Duque com 52% das intenções de votos e o candidato da centro-esquerda Gustavo Petro aparece com 34%.
– Depois de aprovado pelo Senado, governo do premier italiano Giuseppe Conte está aprovado também pela Câmara dos Deputados do país.
– Número de casos de ebola aumentou nos últimos dias na República Democrática do Congo, conforme divulgado pela Organização Mundial do Comércio (OMS).
– No Peru, ministro e vice-ministro da economia renunciaram a seus cargos após grandes protestos contra as modificações tributárias no país.
– No México, a organização de jornalistas Artículo 19, denuncia que só em 2018 houve mais de 200 agressões contra jornalistas, sendo seis assassinatos, e cerca de 60 delas foram realizadas no contexto eleitoral. O México tem eleições marcadas para o próximo 1º. de julho.
– Vice-presidente do MAS boliviano, Gerardo Garcia, e o líder da bancada do MAS na Câmara dos Deputados, David Ramos, denunciaram esta semana que o presidente Evo Morales vem recebendo ameaças que atentam contra sua integridade física.
– A Guatemala, um país que possui 38 vulcões, está sofrendo com a última erupção do vulcão Fuego que já deixou 99 mortos, aproximadamente 200 desaparecidos e 3000 deslocados.
– Um ex-economista do Banco Mundial, Omar Al Razaz, é o novo primeiro ministro da Jordânia, após renúncia do anterior sob protestos. Sua primeira medida foi retirar a reforma fiscal que provocou os protestos.
– Norte-americanos continuam sendo retirados de seus postos diplomáticos na China sob a alegação de que estariam sofrendo ataques sônicos no país. Situação semelhante ocorreu com a retirada de diplomatas dos EUA de Cuba no ano passado.
– Jeremy Corbin, líder do Partido Trabalhista britânico, propôs uma emenda à lei de saída do Reino Unido da União Europeia em que pede ao governo para negociar um novo “acordo de mercado interno”. Se trataria de uma nova relação e bastante próxima com a UE, sem pertencer a ela. A tentativa de Corbin é evitar uma rebelião de cerca de 60 deputados trabalhistas que pretendem se abster. A alternativa para esses deputados seria o pertencimento ao Espaço Econômico Europeu, grupo de países que estão fora da UE, como a Noruega, mas dentro do mercado único, possibilitando comércio não tarifado e livre circulação de pessoas. Fato é que vai ficando cada vez mais distante um Brexit de ruptura radical defendido por Thereza May.
– Plotado com as imagens de divulgação da Copa do Mundo de Futebol da Rússia 2018, decolou nesta quarta (6), do Cazaquistão, a nave espacial russa Soyuz, com um russo, uma norte-americana e um alemão a bordo. O destino é a Estação Espacial Internacional (16 países participam). A missão durará aproximadamente 5 meses e se chama “Horizons”.
– Dirigente da Confederação Nacional da Indústria brasileira, CNI, defendeu esta semana uma aproximação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. Segundo a CNI, cerca de 19 dos 25 principais setores industriais exportadores brasileiros perderam participação no comércio exterior com países que hoje são membros da Aliança do Pacífico. Países como Chile, Colômbia, Peru e México têm importado mais da China, EUA e União Europeia do que do Brasil.