Notas internacionais 12/06/18
– É namoro ou amizade? Kim e Trump finalmente se reuniram após meses de especulações e idas e vindas sobre o encontro. O encontro ocorreu em Cingapura e EUA e RPDC podem ter novas relações doravante. Ainda é cedo para dizer qual será a qualidade e profundidade de relação. Ambos fizeram compromissos e assinaram uma declaração conjunta bastante tímida, mas inimaginável há pouco tempo. Dos pontos mais importantes do documento destaco o compromisso com a Declaração de Panmunjom (27/04/18); compromisso de desnuclearização da Península; repatriação de prisioneiros de guerra. Não está no documento que Trump reafirmou seu compromisso de dar garantias à segurança da Coreia do Norte, este compromisso foi oral durante o encontro. Trump também prometeu que os EUA não mais farão exercícios militares com a Coreia do Sul. O presidente da Coreia do Sul disse ter se comovido ao ver o aperto de mãos de Trump e Kim.
– Um barco de 80 metros, chamado Aquarius, com 629 migrantes, sendo 123 menores, é o mais novo retrato do dilema do tratamento com os migrantes pelos países europeus. O barco é da ONG “SOS Mediterrâneo” e seus tripulantes resgataram os migrantes provenientes de pelo menos seis pontos da Líbia, enquanto tentava atravessar o Mediterrâneo no sábado (10), mas foram impedidos de atracar na Itália e em Malta, ficando assim a deriva no mar por mais de 48 horas. O novo ministro do interior italiano, Mateo Salvini, disse em caixa alta no twitter no domingo: “agora existe quem diz não” #fechemos os portos. Diante do fato, o premier espanhol Pedro Sánches abriu o porto espanhol de Valência para “evitar uma tragédia humanitária”. Ocorre que quando a decisão foi tomada o percurso para chegar a Valência seria grande demais e impossível pela quantidade de pessoas a bordo, falta de combustível, comida, suprimentos e poucos médicos a bordo (grávidas e crianças embarcadas). Portanto, agora os migrantes serão retirados do Aquarius por barcos italianos e transferidos para outras embarcações para serem levados à Espanha. Sempre bom lembrar que a Itália foi uma das maiores responsáveis pela desestabilização e desfiguração da Líbia no período recente.
– Parlamento argentino vota amanhã (13) o direito ao aborto. País inteiro mobilizado em torno do tema. Na América Latina, somente Cuba e Uruguai descriminalizaram o aborto. Segundo dados do Ministério da Saúde da Argentina, anualmente são realizados mais de 400 mil abortos no país. Pesquisa da consultora Tendencias realizada em Buenos Aires com 3 mil pessoas e divulgada no dia 9 de junho revelaram 52% a favor da descriminalização, 32% contra e 16% sem opinião. Sabe-se que no interior do país a resistência ao tema é bastante maior. Os movimentos feministas têm feito uma gigantesca campanha, com marchas massivas para pressionar os parlamentares a votarem a favor das mulheres.
– Também na Argentina, quatro centrais confirmam mobilizações e paralisações para o próximo 14 de junho. Central dos docentes, dos caminhoneiros e as duas CTAs dos trabalhadores.
– Na Colômbia, o Centro Estratégico Latinomaericano de Geopolítica (CELAG) apresentou uma quarta pesquisa de opinião eleitoral. O segundo turno será no domingo 17 de junho. Foram consultadas 2063 pessoas, entre 29 de maio e 6 de junho, antes dos mais recentes apoios recebidos por Petro (Alianza Verde, Ingrid Betancour). Na pesquisa, Iván Duque aparece com 45,5% das intenções de voto e Petro com 40%. Quem votou em Sergio Fajardo no primeiro turno agora votará por Petro (39%) ou Duque (29%) ou em branco (21%).
– Ainda sobre a Colômbia, foram divulgados ontem dados sobre o feminicídio no país. A cada 12 mulheres mortas na América Latina, 2 delas são assassinadas na Colômbia. Segundo dados do Instituto de Medicina Legal do país, em 2017 foram assassinadas 758 mulheres, sendo que seus assassinos em maioria eram parceiros ou pessoas próximas.
– Parece que a era de pedidos de socorro ao FMI foi realmente reinstalada na América Latina. Agora é a vez do Equador. O ministro da economia do país, Richard Martínez, está nos EUA, onde terá reuniões com o Tesouro americano, o FMI, o BID e o Banco Mundial. No próximo dia 20 de junho, técnicos do FMI visitarão o Equador.
– Até maio deste ano, os EUA já deportaram 14 mil hondurenhos. Mais de 60 mil hondurenhos perderam seu Status de Proteção Temporária através de uma medida de Trump no começo deste ano. Algumas pessoas já estavam há mais de 20 anos em solo americano.
– Dados divulgados pela administração aduaneira de Pequim na semana passada mostram o desequilíbrio no comércio bilateral entre China e EUA. O déficit comercial dos EUA em relação à China subiu para 105 bilhões de dólares entre janeiro e maio (10 vezes mais do que no mesmo período do ano passado). Já as exportações da China para os EUA superaram as importações de produtos americanos em 24,6 bilhões de dólares em maio. Trump trabalha para que diminuam as exportações da China para seu país e disse que apresentará em 15 de junho uma lista de bens da China a serem sobretaxados no valor de 50 bilhões de dólares.
– Filha de Trump passa vergonha no Twitter ao citar um suposto provérbio chinês. Internautas chineses publicaram que nunca viram tal provérbio no país. A citação diz algo como, “aqueles que dizem não poder fazer nada, não deveriam interromper os que estão fazendo”.