Notas internacionais 21/06/18
– São 49 as crianças brasileiras que se encontram em abrigos nos EUA reservados para filhos de famílias migrantes. A informação é do cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Santarosa em entrevista à EBC nesta quarta (20). Não se sabe a idade delas e nem em qual local exato estão.
– O Itamaraty emitiu ontem nota intitulada “Situação de menores brasileiros nos Estados Unidos”. Entre outras coisas, a nota afirma que a separação de crianças de seus familiares “configura uma prática cruel e em clara dissonância com instrumentos internacionais de proteção aos direitos da criança”.
– O presidente Trump assinou ontem uma ordem executiva para evitar a separação das crianças de suas famílias, no caso de imigração ilegal para os EUA. As famílias passarão a ser detidas juntas. A política de “tolerância zero” continua. O decreto não muda nada para as famílias já separadas. Antes mesmo da assinatura do decreto por Trump, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, havia informado que apresentaria hoje, 21, um projeto de lei para tratar da separação destas famílias e do caso dos “dreamers” que são atuais imigrantes ilegais que ingressaram nos EUA ainda crianças.
– Presidente da Índia está em Cuba. Presidente Ram Nath Kovind estará em Cuba hoje e amanhã (22) pela primeira vez e se reunirá com o novo Presidente Miguel Díaz-Canel. Serão feitas homenagens a Fidel e a José Martí, visita ao memorial de Gandhi, aula magna na Universidade de Havana e assinatura de acordos nas áreas de biologia, alta tecnologia, medicina e outros.
– Acordo entre Argentina e FMI agora é oficial. O comitê executivo do FMI aprovou ontem (20) o acordo de empréstimo de 50 bilhões de dólares para a Argentina durante três anos. A assinatura se dá em dias de recordes do dólar no país, chegando a quase 30 pesos, alta de juros, diminuição das reservas do país, aumento da inflação, aumento da dívida e de derrocada da popularidade de Macri. Hoje seu governo tem avaliação negativa para 62,7% da população (dados da CEOP).
– Sobre a votação do aborto na Argentina, uma forte polêmica surgiu no país com relação à possibilidade de “objeção institucional”, ou seja, aquelas clínicas e hospitais que não quiserem realizar o aborto por estar contra sua “filosofia” teriam o direito de se negar a realizar o procedimento. Várias instituições médicas têm pressionado o Senado argentino para que emende a lei que será votada incluindo a possibilidade de “objeção de consciência institucional” e não apenas a “objeção de consciência individual”, já prevista na lei aprovada por deputadas e deputados.
– Jacinda Ardren, primeira-ministra da Nova Zelândia, é a segunda mulher a dar à luz enquanto exerce o mais alto cargo do executivo de um país. Antes dela, apenas Benzir Bhutto, em 1990, então primeira-ministra do Paquistão havia ganhado bebê ao mesmo tempo em que exercia o mandato.
– As primeiras declarações do presidente eleito da Colômbia, Iván Duque, dão pistas sobre seu futuro governo que começa em 7 de agosto. Em uma delas ele comenta sobre a Unasul, dizendo que a entidade “foi criada para ser o instrumento de complacência, validação e cumplicidade com o regime da Venezuela”, disse ainda que a Unasul “fracassou por sua incapacidade para denunciar os corredores do narcotráfico transfronteiriço”. Em outra medida, ele solicitou que fosse suspendida a votação pelo Congresso da Jurisdição Especial de Paz, uma forma de começar a minar os acordos de paz com as Farc firmados em Havana.
– Primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou que a maconha para uso recreativo será autorizada no país a partir de 17 de outubro. A aprovação do uso já passou em votações na Câmara dos Deputados e no Senado do país.
– Sobre o caso do vídeo divulgado durante a primeira semana da Copa do Mundo de Futebol da Rússia em que brasileiros aparecem constrangendo uma russa, a ativista e jurista russa Alyona Popova fez uma denúncia de violência e humilhação à honra e dignidade às autoridades da Rússia. Os brasileiros podem ser punidos pela legislação local.
– Sobre a queda de braço entre governo da Bolívia e a UPEA (universidade de El Alto), o Senado aprovou ontem projeto de lei que permite um incremento de 70 milhões de bolivianos (10 milhões de dólares) ao orçamento anual da universidade. Mas seu reitor, Ricardo Nogales, pediu que o projeto seja vetado por não ter sido acordado previamente e por ser tal recurso insuficiente para resolver a crise financeira da instituição. O reitor enviou carta ao vice-presidente Álvaro Garcia Linera com este pedido de veto. O conflito ocorre desde abril e os dirigentes e parte dos trabalhadores e estudantes da UPEA pedem modificação da Lei 195 de coparticipação tributária para ter um orçamento anual maior. Governo pede maior clareza na prestação de contas da universidade.
– Ministro do interior da Itália, Matteo Salvini, deixou mais um barco no mar, sem dar acesso aos portos da Itália. O barco é da Ong alemã “Lifeline” e resgatou 224 imigrantes na costa da Líbia. Em sua conta no Twitter o governante disse que as ongs não estão escutando as diretrizes italianas e estão carregando sua quantidade “de carne humana a bordo”. Disse ainda que os imigrantes “não tocarão solo italiano”.
– Na Hungria, o primeiro-ministro Viktor Orbán e seu partido Fidesz (nacionalista e eurofóbico) conseguiram aprovar no parlamento um pacote de medidas que criminalizam e castigam grupos ou indivíduos que ajudarem imigrantes irregulares.
– Vai ocorrer em Bruxelas, no próximo domingo (24) uma reunião informal entre líderes de oito estados membros da UE sobre os conflitos em torno de uma política migratória do bloco. Participarão, Espanha, França, Áustria, Alemanha, Grécia, Itália, Malta e Bulgária.
– No México, que tem eleições presidenciais marcadas para o próximo dia 1º. de julho, López Obrador não para de crescer nas pesquisas e aumentar a diferença com o segundo colocado, Ricardo Anaya. Obrador tem cerca de 50% das intenções de voto. Nas intenções de voto para a Câmara dos Deputados, seu partido, Morena, também aparece bem posicionado podendo chegar a 200 parlamentares.
– Após a cúpula de Cingapura, a Coreia do Norte já teria devolvido aos EUA os restos mortais de pelo menos 200 norte-americanos mortos durante a Guerra da Coreia nos anos 1950.