Boas vindas ao Portal Grabois, conheça nossa marca
O que você está procurando?

Um giro na geopolítica: Rússia, China, EUA, Irã, Síria e Colômbia

28 de maio de 2021
Foto: Clay Banks / Unsplash

Esta semana – de 24 até 28 de maio de 2021 – foram muitas notícias importantes na esfera da política e das relações internacionais, mas nenhuma ganhou grande repercussão na mídia tradicional. Vamos dar um giro registando os principais fatos geopolíticos mundiais

Este é um assunto que deve estar na ordem do dia de analistas e estudiosos da política internacional do campo da resistência. Ele não tem o destaque que mereceria na mídia internacional, pelo fato deles serem 100% pró-EUA e não querem que esta união se fortaleça.

Eu quero destacar esse tema e comentar essa importante notícia. No dia 25 de maio, o porta-voz da chancelaria chinesa Zhao Lijian, em sua entrevista coletiva quase que diária, disse que a aliança entre Rússia e China, sob vários aspectos, é mais estratégica que histórica. Ele usou duas metáforas para expressar a importância dessa aliança. Em uma delas ele disse que “esta aliança é sólida como uma rocha” e em outra passagem ele disse que “esta aliança é como se fosse o ouro do mais alto quilate”.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian|Foto: Ministério das Relações Exteriores da China

Essa é uma aliança que tem um significado imenso na geopolítica mundial, que deve provocar grandes impactos. Vejamos então a origem dessa aliança. Na história da Revolução Popular da China, desde 1949, a URSS estava no seu auge, enquanto potência mundial. Desde 1949, essa aliança teve altos e baixos. Houve momentos de quase ruptura, mas isso passou. Em dezembro de 1991, a União Soviética caiu e o mundo virou unipolar.

O fim da URSS foi um desastre brutal, com encolhimento do PIB, uma transferência de ativos praticamente de graça do Estado Soviético para a burguesia russa; houve aumento da concentração de renda e riqueza e capitais de forma muito veloz. Um retrocesso total.

Vladimir Putin assume o poder na Rússia em 1999, portanto, oito anos depois do fim da URSS. Dois anos depois, em 15 de junho de 2001, temos que registrar a criação em Xangai da famosa (entre os que estudam a geopolítica), Organização de Cooperação de Xangai – OCX ou SCO, em inglês (Shangai Cooperation Organization).

Rússia, China, mais quatro países pequenos: Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Uzbequistão fundam a organização que, de lá para cá, tem se expandido. Hoje, a Índia, o Irã, o Paquistão e a Turquia, entre outros, são membros, em categorias diferenciadas. Alguns são membros plenos, outros observadores e outros, convidados [1].

Trata-se de uma organização militar e, secundariamente, de cooperação política e econômica. Portanto, completaremos 20 anos dessa organização. Sendo que a Rússia e China são o centro. Eles têm 10 milhões de soldados na ativa e de cinco a sete milhões na reserva, aptos a serem convocados a qualquer momento. Por certo, caso entrassem em guerra com os Estados Unidos, eles perderiam, pois eles têm um poderio inigualável. Mas, de qualquer forma, é uma organização poderosa.

Essa é então uma aliança estratégica. O que está acontecendo no mundo neste momento com essa Organização? Seu objetivo não é dominar o mundo nem entrar em guerra com os Estados Unidos. O objetivo da aliança é conter a hegemonia estadunidense. E eles têm conseguido. Essa aliança segura um pouco – ainda que não totalmente – os EUA.

Foto: Sergei Guneev /Sputnik

Um dos quatro motivos da reunião entre Biden e Putin, no próximo dia 16 de junho, na Suíça, é a questão do equilíbrio estratégico. Isto é, manter um equilíbrio de forças, de maneira que os EUA sigam sendo a potência hegemônica. Isto não vai acontecer, Vladimir Putin não assinará um cheque em branco no sentido de aceitar uma situação de reconhecimento da hegemonia.

Vai ser uma reunião tensa. Em uma entrevista recente à uma rede de TV dos EUA, Biden chamou Putin de “assassino” (sic). Um indicador para avaliar se o encontro terá sido ou não positivo, é só esperar para ver se darão uma entrevista coletiva de imprensa, tendo um ao lado do outro. Se isto ocorrer, a reunião deverá ter sido razoável. Se isto não ocorrer, é porque o resultado não foi bom.

Não quero antecipar o que poderá sair do encontro, mas tenho comentado e mesmo escrito artigos sobre os primeiros cem dias do governo Biden e me coloco entre os estudiosos da política internacional que não têm a opinião de que Biden e Trump são a mesma coisa. Isto é absolutamente antidialético.

No entanto, tenho dito também que Biden, mesmo sendo do Partido Democrata, que até tem uma esquerda que detém mais de 20% dos membros do Partido, que o pressiona para avançar em direção ao progresso, a harmonia e à paz, mas não devemos nos esquecer jamais que ele tem que cumprir o papel de chefe de um império também.

Palestina: Visita do secretário de Estado dos EUA

Esta é uma visita curta que começou no dia 25 de junho. Antony Blinken é um diplomata de carreira da Secretaria de Estado, que agora assume essa Secretaria no governo de John Biden, que segue sendo imperialista. A maioria das declarações que Blinken fez desde quando Biden tomou posse são muito ruins e ele fala pelo presidente, evidentemente.

Na semana passada, precisamente na quinta-feira, dia 20 de maio, às 20 horas (2h da madrugada da sexta, dia 21), entrou em vigor um cessar-fogo negociado pelo Egito, a pedido de Netanyahu, depois de 11 dias de conflito, em que Israel ataca os palestinos seja na Faixa de Gaza, seja na Cisjordânia. Nethanyahu já tinha pedido uma primeira vez ao presidente Abdul Al-Sisi que ele mediasse um cessar-fogo, mas este negou, não querendo se meter em questões internas da Palestina e de Israel, com quem o Egito mantém relações diplomáticas desde 1979.

Biden já havia dado três telefonemas para o primeiro-ministro de Israel, pedindo para que ele declarasse um cessar-fogo, mesmo que unilateralmente, porque nos ataques estavam matando pessoas inocentes. O cessar-fogo foi então acertado. Só na segunda tentativa de acordo é que ele foi estabelecido.

O acordo até agora não foi violado – pelo menos em termos de disparos de foguetes e mísseis, mas a violência não cessou. Nesta sexta mesmo, dia 28, centenas de presos, 20 feridos e provavelmente pelo menos um palestino morto. Desde o dia 25 tem havido muitas prisões por parte da polícia israelense. Ao todo, em torno de 750 prédios foram destruídos em Gaza, dois deles edifícios de 13 andares. Até agora, nenhum dos jornais israelenses que acompanho, noticiaram o rompimento do cessar-fogo. O que é positivo. Mas, isso não significa paz, mas sim uma trégua.

Mas, é preciso dizer que em 11 dias de lutas, a resistência palestina – que não é só o Hamas, é também a da OLP – enfrentou Israel como nunca nos 73 anos da existência desse Estado artificial chamado Israel, onde se falam mais de 70 línguas diferentes. Apesar de o hebraico ser o oficial, este que se fala hoje é artificialmente criado e tem pouco a ver com aquele em que foi escrita a Torah, ou Velho Testamento. Só sabemos dos resultados da parte pública das conversas, mas nada de bastidores, de forma que penso que não houve significativos avanços em direção à paz duradoura.

A situação, então, é tensa e eu não vejo nenhuma perspectiva de paz. Na sua passagem pela Palestina, o secretário de Estado dos EUA estabeleceu conversações com Netanyahu e com Mahmoud Zeidan Abbas (Abu Mazen).

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se encontra com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken | Fotos por: Haim Zach / GPO / Fotos Públicas

Abbas, que está bem velhinho, foi, com Arafat e outros companheiros, um dos fundadores da OLP em 28 de maio de 1964, que completa agora 57 anos de existência. Apesar da idade, ele continua com um forte espírito de luta, defendendo a libertação da Palestina.

O presidente palestino Mahmoud Abbas recebe o secretario de estado norte americano, Antony Blinken, em Ramala | Foto: Majdi Mohammed

Aliás, no movimento palestino, não tem gente moderada, são todos revolucionários. Eles querem e lutam pela implantação do Estado da Palestina. Mas adotam táticas diferentes. O Hamas, por exemplo, não abriu mão da luta armada. A OLP defende a resistência não armada, mas não necessariamente pacífica, com o uso de paus, pedras, fundas, coquetel Molotov, o próprio corpo das pessoas no enfrentamento. São formas de luta, visto que pegar em armas não é a única alternativa para o enfrentamento. E nada tem a ver com aquilo que Mohandas Gandhi fez na Índia. A resistência palestina usa todas as táticas.

Em 11 dias de conflitos, 4.700 foguetes de fabricação caseira, feitos pelos palestinos, foram enviados em direção a algumas cidades como Tel Aviv, a capital ao aeroporto internacional Ben Gurion que teve que ser fechado, pela primeira vez na história.

O que teria dito o secretário Blinken? Disse que é preciso estabelecer a paz. Mas, quem é que vai fazer a paz? Que autoridade tem hoje o governo fascista e sionista de Netanyahu? Em seus 12 anos de governo – é o mais longevo primeiro-ministro continuado da história do país – ele nunca falou de paz.

Segundo a ONU, com dados de 2020, a partir da sua Agência OCHOA, moram na Cisjordânia, 636.600 judeus sionistas, em sua maioria ortodoxos. Eles moram em 253 assentamentos israelenses, além de outros 13 “ilegais” (não reconhecidos por Israel). Os palestinos nessa região específica chegam a 5,1 milhões de pessoas [2].

Como é que nessas condições vai se criar o Estado palestino? Que por sinal Biden e os EUA sempre defenderam. A ONU também é a favor da solução de dois estados para dois povos, com fronteiras definidas, vivendo lado a lado em harmonia. Mas, onde os palestinos vão edificar o seu futuro estado nacional, em qual território e sob quais condições?

Foto: Luis Astudillo C. / Andes

A Cisjordânia não tem ligação territorial com a Faixa de Gaza. Para sair da Cisjordânia em direção à Gaza, passa-se por dentro de Israel. Como é que se cria um Estado com terras descontinuadas? Como criar um Estado com cinco milhões na Cisjordânia, tendo quase um milhão de judeus que não aceitam a sua orientação? O problema não é ter judeu em seu território, pois tem palestino em Israel também. O problema que além de não seguir as orientações de um governo palestino de um estado palestino, esses judeus odeiam de morte os palestinos, que querem destruir.

E, caso aceitassem, qual seria o tamanho do Estado palestino? Se toda a Cisjordânia fosse administrada pelos palestinos, mais a Faixa de Gaza, hoje esse Estado teria 10% da Palestina histórica. Como sair desse impasse? Quando se fala em processos de paz, os palestinos falam em iniciar as conversações sobre as fronteiras de 1967, quando eles controlavam em torno de 22% dos territórios palestinos históricos.

Se os Estados Unidos defendem o Estado da Palestina, por que não criam? Hoje, na minha opinião, não há força nenhuma no mundo que consiga estabelecer esse estado e isso está relacionado com a força que tem o sionismo internacional. Enquanto o sionismo internacional não for derrotado, não teremos estado da Palestina. Parece pessimismo, mas é realismo.

Os Estados Unidos ofereceram uma ajuda de US$ 75 milhões para a reconstrução de Gaza. Não sei se é suficiente, mas é positivo o gesto, porque isso ocorre pela primeira vez, em muitos anos. Quando escrevi o livro E se Gaza cair… em 2012, onde contei sobre o massacre perpetrado por Israel contra a Palestina, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, durante 28 dias, Israel assassinou quase quatro mil palestinos [3].

Desta vez eles mataram “só” 250 palestinos em 11 dias. Naquela ocasião em 2008, que foi o terceiro massacre ocorrido desde 2006, sendo que o primeiro foi em junho daquele ano. Então, este que aconteceu agora, proporcionalmente morreram bem menos, e foi o sétimo ataque de Israel aos palestinos em 15 anos.

Morreram “poucos”, 250, contra 12 israelenses. Isto dá um/a israelense morto para cada 25 palestinos abatidos/as. Não é completamente assimétrico e desigual o conflito? Não se trata de um conflito entre duas partes estabelecidas, mas de um massacre em que uma das partes massacra a outra. E, mesmo o mundo inteiro e as agências de notícias fazendo a autocensura, a indignação mundial é muito grande. É uma luta desigual.

Foto: EPA

Tanto que as nações como Inglaterra, França e Alemanha não podem dar declarações protocolares pedindo às partes que “parem e moderem o conflito” (sic) como fazem sempre. Na verdade, só tem uma parte com um poderio militar muito grande, contra outra que resiste com o que tem disponível de “armas”. Tanto que não se vê destruição do lado israelense.

Como Biden pode exigir neste momento que Israel instale uma negociação de paz, com a fragilidade do primeiro-ministro Netanyahu, que quer continuar no poder para manter a sua imunidade, visto que ele pode ser preso se perder a condição de primeiro-ministro, pelos processos pelos quais dever ser condenado?

Vive-se na Palestina uma situação sem solução. Em se tratando de Oriente Médio, é um momento em que os Estados Unidos retiram suas tropas do Iraque e do Afeganistão. É preciso que os EUA retirem as últimas tropas também da Síria, porque eles perderam a guerra contra esse país árabe, pois estavam lá para apoiar os terroristas do Estado Islâmico. A Síria tem 5% de seu território ainda nas mãos desses terroristas.

República Árabe Síria

Aproveito este espaço para fazer aqui o registro da estrondosa vitória do presidente da República Árabe da Síria, Dr. Bashar al-Assad, que foi reeleito com 95,1% dos votos válidos, em eleições livres e limpas onde ele disputou com outros dois candidatos, Abdallah Sallum e Mohammad Ahmed Marei. Ele governara a Síria até pelo menos 2028. Em gigantescas manifestações realizadas nas ruas e praças em todas as cidades sírias o grito uníssono era: “Escolhemos três? Deus, Síria e Bashar”.

Sírios vão às ruas de Damasco comemorar a reeleição de Bashar al-Assad em 27 de maio de 2021 | AFP

China divulga relatório sobre a situação do Tibete

No último dia 26 de maio, quarta-feira, a República Popular da China divulgou o relatório intitulado “Liberdade e desenvolvimento pacífico e próspero do Tibet”, ou Livro Branco dos Direitos Humanos no Tibet, que é uma região onde prolifera o chamado budismo tibetano, que é um dos ramos da religião, que tem os “Dalai Lamas”, que são escolhidos – como eles afirmam – pelo critério da reencarnação. Desde cedo, ainda crianças de pouco mais de cinco anos, já são apontadas como “reencarnação” de Buda.

Essas crianças – apenas homens – são retiradas das suas famílias, são treinadas, doutrinadas, educadas, estudando mais de 12 horas por dia. O budismo tibetano, a estrutura dele é que prepara a criança para um dia se tornar um Dalai. É um sistema monárquico.

São as características da religião. No caso do catolicismo, o papa é eleito por um Colégio de cardeais convocados para um Conclave assim que um papa morre ou renuncia, como foi o caso de Bento XVI. No caso do budismo a escolha é pela reencarnação.

O Tibete sempre foi chinês desde o século VII (601-700). Entre 1640 e 1950, teve de certa forma um governo autônomo dentro da China. Mas, em 1951, dois anos depois da revolução de 1949 que estabeleceu a República Popular da China, o Partido Comunista assume o comando e a administração integral do Tibete, para que não houvesse nenhuma margem de dúvidas de quem é que manda no Tibete, e a quem ele pertence.

Tibete na China | Wikicommons

Por certo, as coisas não foram pacíficas entre 1949 e 1951. Houve muitos conflitos armados com monges tibetanos. Após isso, foi finalmente assinado um acordo de pacificação, pelo 13º Dalai, onde havia 17 pontos. Tal acordo vigorou até 1959. O Tibete atualmente tem deputados no parlamento chinês. Em 1959, oito anos após a assinatura do acordo, houve o rompimento do acordo e o Dalai Lama foge com a sua “corte” para uma cidade ao norte da Índia, chamada Dharamsala, no Himalaia e instala uma espécie de governo no exílio e passa a pregar contra a República Popular da China. Essa cidade hoje tem em torno de 20 mil habitantes.

Monastério Gyuto Tantrik, em Dharamsala

É preciso que se diga que este atual Dalai, como todos os outros, estão na folha de pagamento do Departamento de Estado dos EUA, da CIA, e agem como se fossem agentes de potência estrangeira, fazendo de tudo para destruir a República Popular da China. Eles que parecem bonzinhos e falam manso, mas em se tratando de geopolítica mundial essa gente toda não está do nosso lado. Eles querem a destruição da China e a vitória dos EUA. Não se pode ter dúvida disso.

O que diz o relatório? Ele fazem um balanço do desenvolvimento socioeconômico daquela que era a mais pobre e atrasada região do país. É um balanço entre 1951 e 2021, ou seja, de 70 anos. Ele deixa claro que, a partir de 1951, o Governo Popular da China assegurou a mais ampla liberdade de crenças religiosas no Tibete e em toda a China. Não há perseguição a nenhuma religião ou culto, como insistem em dizer certos setores cristãos fundamentalistas e anticomunistas.

Os dados apresentados não são em dólares, mas em Yuan, não dá para fazer uma comparação. Mas, a verdade é que desde 1951, o poder de compra aumentou 10 vezes naquela região. As pessoas melhoraram de vida em relação ao que era o Tibete. O analfabetismo foi banido e praticamente todo mundo tem a sua casa própria, emprego, renda, educação e saúde pública e de boa qualidade. A pobreza, como em outras partes da China, foi praticamente erradicada do Tibete.

República Islâmica do Irã

Hassan Rohani | Creative Commons

O país vai passar por eleições no próximo dia 18 de junho. O presidente atual é o Hassan Rohani, de uma ala mais moderada do establishment da religião islâmica, mas os xiitas que governam se consideram revolucionários. Eles vão apoiar o candidato Seyed Ebrahim Raeisi, que é um aiatolá, e usa turbante preto (usado pelos descendentes de Maomé). Eles dizem que é uma hierarquia da religião, do clero. Os califas deveriam ser todos os descendentes de Maomé. Como Maomé é um profeta, o último deles, os xiitas dizem que somente os descendentes dele é que devem zelar pela integridade da religião, estar no topo do clero islâmico.

Ao todo foram registrados sete candidaturas, a saber: Ebrahim Raeisi, Saeed Jalili, Mohsen Rezaei, Alireza Zakani, Seyyed Amir-Hossein, Ghazizadeh-Hashemi, Albdolnasser Hemmati e Mohsen Mehr-Alizadeh. Meus contatos em Teerã me dizem que Seyed Ebrahim vencerá no primeiro turno, de forma esmagadora.

O candidato presidencial Seyed Ebrahim Raisi

O atual venceu a reeleição no segundo turno em 2017, há quatro anos e não teria sido apoiado pela maioria do clero xiita, que é revolucionário. Os xiitas estão na linha de frente da luta anti-imperialista, com a qual estou de acordo, por causa do papel que o Irã cumpre na atualidade.

É importante registrar que no último dia 24 de maio, segunda-feira, Xi Jinping, presidente da China ligou para o Hassan Rohani para reforçar o seu total apoio e interesse em fazer uma luta conjunta. Lembro a todos/as que eles assinaram um acordo de 25 anos onde serão investidos 500 bilhões de dólares. Ele reforça que esta luta conjunta deve ser para combater a pandemia de Covid-19 do mundo inteiro.

Xi Jinping ligou também para comemorar os 50 anos do restabelecimento das relações diplomáticas: sino-iraniana, que foram restabelecidas em 1971.

Colômbia

O governo colombiano, de extrema-direita, de Ivan Duque, tem negociado com as organizações sindicais e populares que têm uma coordenação nacional que, desde o dia 28 de abril realiza greves e manifestações de massa contra o pacote econômico e a reforma tributária enviada pelo presidente para a Câmara dos Deputados.

Embora o ministro da Economia tenha caído, o governo se mostrou disposto a dialogar e a fazer novos projetos e enviar novas propostas para o Parlamento, não há ainda um consenso e as propostas ainda punem os mais pobres e a classe média.

No entanto, apesar de as propostas terem sido melhoradas, a Coordenadoria Nacional de Luta que reúne partidos políticos e organizações de massa, estudantis, sindicais, de mulheres etc., eles ainda estão ainda negociando e não estão satisfeitos com as propostas. Fica aqui o registro dos avanços importantes que tem ocorrido nas conversações.

Manifestações na Colômbia se estendem por um mês | Foto: Congreso de los Pueblos

Notas

[1] OCX: Membros permanentes: China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Uzbequistão, Índia e Paquistão. Observadores: Afeganistão, Bielorrússia, Irã e Mongólia. Mais informações veja em <https://bit.ly/3fXZT5g>;

[2] Vejam os dados neste link: <https://bit.ly/34uCe73>;

[3] Este e outros livros meus podem ser adquiridos no site de minha editora Apparte: <www.apparteditora.com.br>.