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Os ventos da greve sopram pela América Latina: um mapa do 8M

8 de março de 2022

A mobilização do dia 8 de março de 2022 acontecerá após dois anos de pandemia que forçou o movimento feminista a reinventar-se nos territórios de urgência, a ter menos possibilidades de ocupar as ruas em grande número e a mergulhar em formas de organização menos visíveis, mas persistentes

Após dois anos de pandemia, de profundas transformações no trabalho remunerado e no trabalho doméstico não remunerado, a necessidade de se reencontrar com o poder que vem da rua é fundamental. Impactadas pela conjuntura que impõe uma dívida externa em nosso país[1], mas que também atravessa vastos territórios da América Latina, pelas consequências das políticas de saúde e pela necessidade de dar corpo às urgências, feministas de todos os lugares estão se reunindo para que o 8M continue a ter o carácter rebelde que recuperou desde 2017.

Esta greve/mobilização do dia 8 de março não será algo corriqueiro. Acontecerá após dois anos de pandemia que forçaram o movimento feminista a reinventar-se nos territórios de urgência, a ter menos possibilidades de ocupar as ruas em grande número e a mergulhar em formas de organização menos visíveis, mas persistentes. 

Isto significa que a própria mobilização não será tão simples: será preciso lutar contra o isolamento, contra a maior precarização acumulada nos bolsos e nos corpos, e contra o esgotamento de um biênio excepcional. Em segundo lugar, trata-se de um 8M que terá lugar numa conjuntura em que o movimento feminista está intervindo de forma inegável: a negociação da dívida externa na Argentina, o processo constituinte no Chile, as campanhas eleitorais no Brasil e na Colômbia – com o flamante aborto livre! – e a discussão do referendo contra as leis da coligação governamental no Uruguai, para citar apenas alguns dilemas regionais.

Em vários países europeus, onde uma conhecida militante antiaborto acaba de ser eleita presidenta do Parlamento Europeu, a intervenção antifascista é transversal, contra uma direita que é encorajada pelos discursos antifeministas e anti-migrantes. Isto sublinha uma constatação: os feminismos não se limitam a apresentar agendas isoladas e específicas, mas uma política de transformação social em disputa direta com estes tempos reacionários.

Como se organiza este 8M a partir de diferentes cenários? Quais são, desta vez, “as questões que fazem movimento”, para evocar a preciosa fórmula da feminista chilena Julieta Kirkwood? Com quais slogans se tece o texto das ruas? O que quer dizer quando se chama a greve e a jornada de uma luta histórica? Em quais horizontes se baseiam os feminismos para criar o futuro? Eis uma cartografia parcial para traçar orientações coletivas, partilhar estratégias e, mais uma vez, destacar a força internacionalista que faz do movimento feminista uma maré de múltiplos ritmos e afluentes.

Recuperar o tempo e a rua

Quando a pandemia e as suas rotinas perturbadoras em favor de mais trabalho remunerado e não remunerado, misturadas com as dificuldades da doença e da morte, parecem esmagar o tempo, os feminismos falam em futuro. No último 25 de novembro, circularam duas faixas que chamaram a atenção pelo verbo compartilhado. A Coletiva Feminista em Construção, de Porto Rico, estendeu uma enorme faixa sobre uma ponte que dizia: “Tempos melhores virão, nós estamos construindo”. E a partir da Coordenação do 8M do Chile foram levantados lenços roxos com os dizeres: “Vem aí a greve feminista. 8M”. Não se deixar arrebatar pelo que virá e abrir a partir do aqui e agora o que vem é, sem dúvida, uma potência política. Ainda mais num momento em que produzir tempo para se organizar – e, portanto, deter o fluxo sem fim de tarefas e preocupações, refletir juntes e avaliar para onde vamos – é uma das tarefas mais difíceis.

Na Argentina, várias reuniões, assembleias e coordenações já começaram a surgir. “Vamos voltar para as ruas?”, “Nunca deixamos de estar?” Algumas conversas giram em torno deste eixo. Do lado sindical, Ana Lemos, secretária do Interior do Sindicato dos Trabalhadores de Tijolos Argentinos diz que “nunca saímos das ruas porque viemos colocando os nossos corpos de outras formas, a partir de outro lugar, e após dois anos precisamos realmente desta mobilização. Voltarmos a nos encontrar e mobilizarmo-nos de novo nos parece essencial e vai nos ajudar a definir e expandir uma agenda feminista ao longo do tempo. Cada 8M ajuda-nos a gerar mais organização”.

Este diagnóstico também é feito por Dina Sanchez da Unión de Trabajadores y Trabajadoras de la Economía Popular. “A pandemia ao mesmo tempo nos impediu e ainda assim não deixamos de colocar o corpo”, disse a representante que hoje sustenta o debate sempre que se fala em “converter” planos sociais em trabalho “genuíno”. “Eles ainda acreditam que o cuidado não é trabalho”, acrescentou ela. Johana, de La Garganta Poderosa e membro da Casa de la Mujer de la Villa 31, assinala a importância de exigir salários às trabalhadoras comunitárias, e salienta que ninguém pergunta quem cozinha as toneladas de comida que existem nos refeitórios. Contar o que aconteceu na pandemia, como acontece em todas as reuniões feministas quando retomam os encontros presenciais, faz parte de enumerar coletivamente o que foi feito, onde se estava e, ao mesmo tempo, narrar por que razão é necessário regressar às reuniões para a mobilização coletiva.

De Neuquén, Ruth Zurbriggen, da coletiva La Revuelta, que já vem realizando as suas reuniões, explica que “precisamos reconstruir a trama, isto tem de fazer parte do que nos move em direção ao 8M para ocupar as ruas com aquela teia potente que os feminismos sabem produzir para insistir intergeracionalmente com tudo o que nos devem”. Se a greve durante estes anos foi um processo de múltiplas formas, hoje esta dinâmica é impactada por espaços domésticos mais carregados, com vales-transportes sem crédito, com um cansaço produzido por não parar de enfrentar emergências diárias e de malabarismos para fazer o dinheiro render”. “Temos de intervir no meio de um debate que parece estar viciado sobre o pagamento da dívida externa, uma dívida que claramente não será paga por aqueles que fugiram com milhões em empréstimos”, acrescenta Ruth.

Os eixos que já estão sendo debatidos em muitos espaços têm a questão da dívida no centro. “A dívida é com a gente”[2] é um slogan que tem sido levantado desde 2020 para ligar as exigências laborais, territoriais, econômicas e anti-violência existentes desde 2018 com “queremo-nos vivas, livres e sem dívidas”. Mas agora é mais urgente do que nunca, em meio às negociações com o FMI. Luci Cavallero, do coletivo Ni Una Menos, salienta que “a denúncia da dívida externa não é nova, desde 2018, quando o governo de Mauricio Macri nos conduziu ao pior processo de endividamento da nossa história, os feminismos viemos argumentado que a dívida externa é uma guerra contra a possibilidade de viver uma vida livre de violência, contra a possibilidade de aumentar os orçamentos para as políticas de gênero e para reparar as desigualdades que carregamos. É por isso que o quadro deste 8M é especial, temos um inimigo que claramente vai tentar cortar direitos e que se chama Fundo Monetário Internacional. Temos de discutir a dívida em todas as suas dimensões (a sua legitimidade, os seus cúmplices locais que enriqueceram e fugiram com este dinheiro, as suas formas de chantagem) e não apenas o 8 de março, mas até que não haja um único funcionário do FMI na Argentina”.

Ato “Ni Una a Menos” realizado em Belo Horizonte – 2016 (crédito Midia Ninja)

Agir em tempos turbulentos

A questão do trabalho também passa pelos diagnósticos e exigências: reconhecimento salarial à função de cuidado, debates sobre como os empregos que começam a se “recuperar” após a pandemia são mais precários, paridades salariais, e a sobrecarga psíquica de apoio na pandemia que não desaparece com o regresso às atividades presenciais. A urgência anti-extrativista é também fundamental nesta conjuntura, pois é responsável pelas secas e pelos incêndios sem precedentes que varreram recentemente o país, afetando diretamente os preços dos alimentos. “Este ano não poderemos realizar um verduraço no dia 8M”, anunciou Rosalía Pellegrini da Secretaria de Gênero do Sindicato de Trabalhadoras e Trabalhadores do Campo[3], “porque a seca reduziu muito o que pudemos colher”. Em nível regional, há um cruzamento transversal entre a impugnação à violência patriarcal do sistema judicial e a reação conservadora, anti-lgbtqli e anti-migrante. “NiUnaMigranteMenos” fará intervenções a este respeito neste 8M na própria mobilização, tornando visíveis as exigências transfronteiriças; também a campanha pela “liberdade para Laura Villalba, a aparição com vida de Lichita e pela justiça às duas meninas assassinadas”, no Paraguai.

No Chile, a greve feminista terá como slogan “Vamos pela vida que nos devem!”. Está sendo preparado o encontro plurinacional das que lutam. Por isso, Wayra Villegas, a nova porta-voz da Coordenação 8M, sublinha que os preparativos para a greve “é um processo coletivo e contínuo que desemboca no 8M”. O que pode se esperar dias antes de Gabriel Boric tomar posse? Uma lista feita à mão numa das assembleias destes dias diz que elas esperam “ser uma maré nas ruas”, “nova constituição”, “alcançar todos os territórios”, “contra a impunidade de Piñera[4]“, entre outros. “Uma das grandes questões mobilizadoras, para citar Kirkwood, é a dicotomia entre institucionalidade e movimentos sociais, porque o desafio é entrar e transformar esta institucionalidade tão patriarcal, já que agora estamos na primeira fila e a nossa força implica um compromisso com uma democracia paritária, plurinacional, sem tetos, para superar o modelo neoliberal. Isto nos leva a estar na instituição como um exercício constante para transformar o país”, acrescenta ela.

“A conjuntura atual é marcada por um ciclo de mobilizações que tem sido atravessado pelo contexto pandémico e é por isso que estamos num processo de recuperação das ruas, do espaço público e de mobilização. Mais recentemente, estamos diante do fim do governo Piñera, que parte com total impunidade depois de ter violado sistematicamente os direitos humanos. Estamos também no limiar da mudança de governo, tornada possível entre outras coisas pela força feminista, de mulheres e dissidentes que tinham o poder majoritário para impedir o avanço da extrema-direita com que fomos confrontadas no segundo turno. Finalmente, estamos no meio do processo constituinte do qual fazemos parte, construindo uma alternativa dos povos, onde podemos articular horizontes emancipatórios que abram caminho a um Chile plurinacional, pós-extrativista, com um protagonismo popular e feminista no seu coração”, acrescenta Javiera Manzi, também militante da coordenadoria e envolvida no processo constituinte.

Este 2022 vem com um calendário eleitoral carregado, mas decisivo no Brasil. “Aqui passamos pela pandemia com um governo negacionista que deixou o povo entregue a sua própria sorte. Hoje temos mais de 600.000 mortes de Covid, desemprego recorde, aumento da violência contra as mulheres, fome e miséria. Enfrentar esta realidade tem de passar diretamente pela derrota de Bolsonaro e do seu projeto misógino, racista e excludente”, diz Monica Benicio, feminista, vereadora lésbica do Rio de Janeiro e companheira de Marielle Franco[5]. “É por isso que neste 8 de março vamos gritar #forabolsonaro nos quatro cantos do país”, entusiasma-se. Outra rede de coletivas no Brasil também convoca para este 8M com a proposta “Onda Feminista Fora Bolsonaro” e argumentam a mesma coisa: neste ano eleitoral, derrotar o atual presidente é a tarefa mais importante e a lista de razões é bem conhecida, mas é imprescindível lê-la novamente. Salientam que o Ministério da Mulher[6], chefiado pela antiabortista Damares Alves, foi transformado num “gabinete do ódio”, impulsionado por políticas anti-gênero e fundamentalistas contra o aborto legal; enquanto isso, o assassinato de pessoas negras nas comunidades, no trabalho e nos supermercados vêm aumentando “devido ao incentivo das declarações presidenciais racistas”.

No Uruguai, Tejido Feminista, composto por coletivas feministas, companheiras de sindicatos, cooperativas habitacionais, de arte, de comunicação e de educação têm-se reunido em praças e realizado diferentes atividades de “preparação”. Concordaram em entrar em greve e marchar até o mar: “A nossa greve tem a ver com trabalho produtivo e reprodutivo, queremos ter tempo para nós mesmas e umas/uns para as/os outras/outros. Este ano optamos também por salientar que a nossa luta é anti-extrativista, porque estamos preocupados com o ecocídio e com as múltiplas desapropriações dos nossos territórios, e porque sabemos que a vida é sustentada pela interdependência. Por isso, neste 8M estamos chamando para marchar em direção ao mar e dizer que “Somos água quando a realidade é pedra”. A central sindical PIT-CNT convocou uma greve geral para o 8M, o que abriu uma polêmica. O argumento é que é uma medida de força contra o referendo para revogar 135 artigos da Lei de Consideração Urgente (uma lei neoliberal promovida pelo atual governo e aprovada durante a pandemia) que será no dia 27 de março. Segundo Tejido Feminista, “a convocatória do movimento sindical para realizar uma greve mista permitiu e reforçou os discursos que procuram negar a nossa autonomia e potência, despolitizar a greve e colocar-nos como uma questão específica numa agenda supostamente mais ampla”.

Enquanto isso, no Equador, a primeira assembleia para o 8M foi há uma semana. O contexto é difícil: recentemente, as forças do movimento feminista têm-se concentrado numa lei que legalize o aborto por estupro e que seja “justa e reparadora”. “Embora a lei tenha sido aprovada, não cumpre com o que o movimento procurava: estabelece-se 12 semanas para adultas e, excepcionalmente, 18 semanas para meninas, adolescentes e mulheres rurais. Além disso, o presidente ainda pode vetá-la”, diz Ana María Morales, da coletiva Amazonas.

Diagnóstico da crise

Na Itália, NonUnaDiMeno elaborou uma carta aberta de convocatória que fecha com o slogan “A greve feminista e transfeminista é para todes”, com evocações que parecem prestar homenagem a bell hooks[7] e o seu compromisso com um feminismo para o mundo todo. As questões de habitação, despesas acumuladas de saúde, precarização laboral e violência sexual estão entrelaçadas. Maia Pedullà, de NonUnaDiMeno de Génova, diz: “É uma greve contra a violência patriarcal em todas as suas formas, em que uma das palavras-chave é a ruptura do isolamento”. E acrescenta: “Este ano decidimos convocar os sindicatos de base, o que não era inteiramente previsível, e é um sinal de relações políticas e de um reconhecimento acumulado. Mas temos de ter presente que nos encontramos numa situação de forte crise social, com pobreza e precariedade crescentes. Na Itália, a inflação está no seu nível mais alto desde 1996, e a crise energética se reflete no aumento das contas de luz e gás; além disso, os ventos de guerra começam a soprar a partir de uma não muito longe Ucrânia”.

Os pontos urgentes que singularizam as exigências deste 8M destacam as demissões de mulheres trabalhadoras que tiveram de ficar em casa para cuidar de filhes e idosos: “Este é um dos números mais macroscópicos da tendência pandêmica, juntamente com o aumento da violência machista. Reclamamos também pelos direitos das pessoas LGBTIQA , que assistiram neste ano ser rejeitada no Parlamento uma lei sobre crimes de ódio, que vem agitando as ruas do país durante meses”.

A partir da Women’s Strike Assembly na Inglaterra, elas planejam uma mobilização nacional com protestos em várias cidades com o slogan “Vivas nos queremos!”. Em Londres, em particular, apelam a uma greve para denunciar “a violência policial e estatal e contra as profissionais do sexo”.

Em Berlim, a coletiva Aliança de Feministas Internacionalistas apresenta o slogan “Quebramos as fronteiras. Destruímos o fascismo”. Diz a coletiva: “Em Berlim temos sempre duas marchas no 8M: uma maior, que é também frequentada por partidos e sindicatos, mista, com demandas explicitamente feministas, e outra liderada por coletivas de migrantas e mulheres racializadas que assumem a liderança numa abordagem de caráter internacionalista, anticapitalista, anticolonial e antiracista. Organizámos marchas para mulheres, lésbicas, travestis, mulheres trans e não-bináries no 8M e, no 25N, focando no racismo e nos crimes cometidos nas fronteiras, na exportação de armas a partir da Alemanha e nas continuidades coloniais destas crueldades. É por isso que a solidariedade e a resistência internacionalistas são para nós fundamentais”. 

Cultivando o internacionalismo

Na Espanha, a ativista feminista Justa Montero explica: “O contexto em que se vem gestando o 8M deste ano aqui evidencia os efeitos da crise sanitária sobrepostos à crise sistémica que já vinha marcando as nossas vidas: estamos falando de precariedade em todas as esferas da vida, econômica, do meio-ambiente, e da precariedade de vidas marcadas pela violência, as brutais violências machistas e a violência social que implica a expropriação de recursos, habitação, direitos, serviços, terra e dignidade”. Para Montero, “os discursos e práticas antifeministas da direita e da extrema-direita, tão presentes na política ‘espanhola’, buscam criminalizar este poderoso movimento feminista. Como em todos os anos, muitos slogans foram trazidos, mas eu destacaria um, que é o slogan da manifestação de Madrid: “Direitos para todas, todos os dias. Aqui estão as feministas”. Onde estão as feministas? “Desafiando o sistema e tentando abrir alternativas para tornar as nossas vidas dignas”, acrescenta ela. Numa conferência recente sobre sindicalismo feminista em Madrid intitulada “Organizarmo-nos é começar a vencer”, partilharam as lições das lutas feministas ao lado das lutas durante a pandemia protagonizada pelas trabalhadoras domésticas, catadoras de morango, migrantes, professoras, profissionais do sexo, da saúde e inquilinas ameaçadas de despejo. Rafaela Pimentel, da Territórios Domésticos, fez uma síntese pensando em como reativar: “precisamos de feminismos que sejam reivindicativos e combativos, mas também criativos. O exercício de narrar a greve nos faz estremecer de novo com o que fizemos e permite-nos pensar para onde queremos ir”. O 8M está em processo. 

Verónica Gago é doutora em ciências sociais, professora da Universidade de Buenos Aires (UBA) e da Universidade de San Martín (Unsam) e pesquisadora do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET).

Leia a edição 170, de setembro de 2021: A dor e a luta das mulheres na pandemia  

Este texto foi originalmente publicado em espanhol no site Página/12 e traduzido por Victor Moreto e Marco Antônio Teixeira para Le Monde Diplomatique Brasil.

[1] A autora refere-se a seu país, Argentina.

[2] A autora diz no original: “La deuda es con nosotres”, reescrevendo o pronome “nós” em espanhol – nosotros – no gênero neutro.

[3] No original: “Secretaría de Género de la Unión de Trabajadorxs de la Tierra”.

[4] Ex- presidente do Chile, Sebastián Piñera

[5] Marielle Franco foi também vereadora e feminista, brutalmente assassinada em 2018. No próximo dia 14, fará 4 anos sem que se haja concluído a investigação pelas autoridades policiais sobre o seu assassinato.

[6] O nome oficial é Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

[7] Importante pensadora e escritora feminista estadunidense, falecida no fim de 2021.