Friedrich Engels, fundador do marxismo
Introdução do livro Engels 200 anos, ensaios de teoria social e política organizado por Theófilo Rodrigues e publicado pela editora Anita Garibaldi.
Em 28 de novembro de 1820 nasceu Friedrich Engels, fundador do marxismo e do socialismo científico. Para lembrarmos de Engels em seu aniversário comemorado hoje, disponibilizamos abaixo a Introdução do livro Engels 200 anos, ensaios de teoria social e política organizado por Theófilo Rodrigues e publicado pela editora Anita Garibaldi com apoio da Fundação Mauricio Grabois. O livro pode ser adquirido aqui.
INTRODUÇÃO
Por Theófilo Rodrigues*
“Meu infortúnio é que, desde que perdemos Marx, eu deveria representá-lo. Passei a vida inteira fazendo o que eu estava preparado, ou seja, tocando o segundo violino e, de fato, acredito que me saí razoavelmente bem. E fiquei feliz por ter um primeiro violino tão esplêndido quanto Marx. Mas agora que, de repente, devo tomar o lugar de Marx em questões de teoria e tocar o primeiro violino, inevitavelmente haverá erros e ninguém está mais consciente disso do que eu”. (1)
Ao contrário do que sugere sua modéstia expressa na carta a Johann Philipp Becker, Friedrich Engels foi muito mais do que um “segundo violino” para Karl Marx. Autor de uma vastíssima obra entre livros, artigos e cartas, podemos assegurar, sem margem de dúvidas, que Engels não foi um mero coadjuvante na construção do movimento socialista do século XIX, mas sim um protagonista de primeira linha ao lado de Marx. Quem diz isso não são os seus entusiastas discípulos, mas sim o próprio Marx em seu famoso Prefácio de 1859. Ali vemos o autor de O Capital admitir ter sido Engels quem primeiro alcançou a crítica da economia política com “seu genial esboço das críticas das categorias econômicas” que havia sido publicado nos Anais Franco-Alemães de 1844. (2)
Não obstante pareça atuar na sombra, o fato é que Engels manteve enorme protagonismo na construção das principais bases do movimento socialista, ainda que isso não seja amplamente divulgado. Um exemplo é o caso do Manifesto Comunista de 1848. Embora tanto Marx quanto Engels sejam apresentados como os autores do Manifesto, ainda há quem acredite que aquela obra tenha sido escrita majoritariamente por Marx. Ledo engano. Com efeito, a gênese do Manifesto está em um texto anterior de Engels, Os princípios básicos do Comunismo, publicado em 1847. É surpreendente como a análise comparada dos dois documentos permite identificar os mais diversos pontos de encontro, não apenas no conteúdo, mas também na forma de organização e exposição das ideias.
No campo da filosofia, Engels também tem destaque. Ao se apresentar como crítico da filosofia idealista de Hegel e materialista de Feuerbach, Marx é muitas vezes visto como o grande pai do materialismo histórico e dialético, ou do socialismo científico. Mas a verdade é que foi Engels quem sistematizou uma teoria geral do socialismo científico, algo que seu companheiro nunca deixou tão explícito. Isso fica claro em três livros em particular: Dialética da natureza; Anti-Duhring; e Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã. Por essa razão, foi Engels, e não Marx, a grande referência teórica para a filosofia marxista divulgada pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS. (3)
Diga-se de passagem, sua capacidade não se demonstrava apenas no campo teórico. Engels foi um dos grandes dirigentes da I Internacional, no momento do rompimento entre os movimentos socialistas e anarquistas no início da década de 1870. A partir de 1875 foi um dos referenciais para a organização do Partido Social-Democrata Alemão, o famoso SPD, em atividade até os dias de hoje. Com a morte de Marx, em 1883, Engels se tornou o principal nome do movimento socialista internacional. Por essa razão, foi o alicerce para a organização da II Internacional Socialista, em 1889, e a referência onipresente do marxismo até sua morte em 1895. Nesses doze anos que viveu sem o seu amigo, confidente e parceiro teórico e político, Engels pôde ver sinais das transformações derivadas do avanço do sufrágio universal e da democracia. Seus últimos textos de análise de conjuntura tratam precisamente desse novo mundo que se abria em fins do século XIX e são os mais reivindicados pelos marxistas europeus que adotaram a via eleitoral como o caminho privilegiado para o socialismo.
Pobre Engels, algumas vezes criticado por supostamente ter influenciado o revisionismo social-democrata da II Internacional, outras vezes acusado de ter sido a base para a ortodoxia filosófica da III Internacional. Mas essa interpretação seria apenas olhar para o copo meio vazio. Outro intérprete, analista da parte cheia do copo, poderia sustentar: a genialidade de Engels é tamanha que suas ideias legitimaram tanto o socialismo da URSS, que ocupou a metade oriental do mundo, quanto as ideias da social democracia, que conquistaram a outra metade ocidental.
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Engels nasceu em 28 de novembro de 1820, filho de uma rica família industrial de Barmen, na Alemanha. Com apenas 22 anos de idade, em 1842, participou da gestão dos negócios de sua família em Manchester na Inglaterra. Ali conheceu sua companheira, Mary Burns, jovem trabalhadora irlandesa que o apresentou ao mundo operário. Aquela impressão sobre a miséria dos trabalhadores industriais foi determinante na formação do caráter do jovem Engels. Em 1845, publicou A situação da classe trabalhadora na Inglaterra em que descreveu com ricos detalhes tudo o que viu em sua estadia naquele país. Um trabalho de verdadeira etnografia e sociologia do trabalho de causar inveja aos antropólogos e sociólogos dos séculos XX e XXI.
Foi nesse momento, mais precisamente em 1842, em Colônia, no caminho para Manchester, que conheceu o jovem editor da Gazeta Renana, Karl Marx. Assim, ocorreu o primeiro encontro de uma amizade de uma vida inteira, até a morte de Marx quarenta anos depois, em 1883. Com efeito, o primeiro encontro foi em 1842, na cidade de Colônia, mas a amizade só se estabeleceu em 1844, em Paris, quando os dois escreveram artigos para os Anais Franco-Alemães. Outros textos conjuntos se seguiram a partir dali, como A sagrada família, em 1844, A Ideologia Alemã, em 1846, e o Manifesto Comunista, em 1848. Após a publicação do Manifesto ocorreu a separação, não intelectual, mas geográfica. Marx foi morar em Londres em 1849, enquanto Engels seguiu, em 1850, para Manchester, cidade em que viveria pelos próximos vinte anos cuidando dos negócios da família. Somente em 1870 Engels retornou para Londres, para próximo do contato de seu amigo. Sobre esse reencontro, o relato de Paul Lafargue, genro de Marx, é emocionante.
“Engels era como um ramo da família Marx. As filhas deste chamavam-no de segundo pai; era o alter ego de Marx. (…) No dia em que Engels anunciou sua partida para Londres, houve verdadeira festa na casa de Marx. Não se falou noutra coisa muito tempo antes e muito tempo depois de sua chegada. Marx ficou tão impaciente que nem podia trabalhar. Os dois permaneceram a noite inteira bebendo e fumando, sendo pouco o tempo para contarem reciprocamente os fatos ocorridos desde a data em que se haviam separado. A opinião de Engels estava, para Marx, acima de qualquer outra, pois era o único homem que Marx considerava com capacidade para colaborar com ele. (…) Marx orgulhava-se do amigo. Descrevia-me com satisfação todas as qualidades morais e intelectuais de Engels. Levou-me a Manchester, exclusivamente para m’o apresentar. Enchia-se de admiração pela extraordinária variedade de conhecimentos científicos de Engels” (4).
Se do ponto de vista teórico e político Engels e Marx eram complementares, o mesmo não pode ser dito sobre as duas personalidades. Fino e elegante, Engels é descrito como alguém que estaria sempre pronto para participar de uma parada militar. Despojado e desorganizado, Marx tinha poucas preocupações com suas roupas e era visto por muitos como um boêmio. A vida amorosa de ambos também foi bem distinta. Marx, como se sabe, foi casado por toda a sua vida com uma única mulher, Jenny Von Westphalen. Engels, ao contrário, conviveu com as irmãs operárias Burns: primeiro com Mary e, após sua morte em 1863, com Lizzie. Mas isso nunca significou um sólido casamento. Ao contrário, Engels gostava de desfrutar as “uvas mais doces e as garotas mais belas”, como descreveu em um dos relatos de sua viagem pelos campos franceses em 1848 (5).
Após a morte de Marx, Engels passou a ser o único grande referencial do movimento socialista internacional. Do alto de sua credibilidade, foi Engels quem garantiu minimamente a unidade dos socialistas expressa na organização da II Internacional em 1889, ano de comemoração do centenário da Revolução Francesa. Contudo, com seu desaparecimento, em 1895, o marxismo deixou de ter seu principal fiador. Seus discípulos – Kautsky e Bernstein foram os principais nomes – celebraram novas interpretações do socialismo, próximos das vias reformista, eleitoral e revisionista. Daí para as divisões que conhecemos hoje entre reformistas e revolucionários, revisionistas e ortodoxos, mencheviques e bolcheviques, social-democratas e comunistas, foi um passo. Paradoxalmente, todos agindo em nome de Engels.
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O livro está estruturado em 16 capítulos que perpassam temas como a filosofia, a antropologia, a sociologia do trabalho, a sociologia urbana, a sociologia da educação, a sociologia da religião, a teoria dos partidos políticos, a questão de gênero, a questão nacional, a literatura e o direito.
No primeiro capítulo, Julio César de Oliveira Vellozo investe nas relações entre Engels e o romantismo alemão. Ao contrário da interpretação clássica de Michael Löwy, Vellozo sustenta que a obra de Engels “combinou absorção e repelência em relação ao romantismo”. Contudo, essa absorção teria ocorrido apenas “em aspectos secundários, ainda que não desprezíveis, de seu constructo teórico”.
O primeiro grande tema enfrentado por Engels foi, provavelmente, o da urbanização e habitação. Em A pesquisa empírica como ato revolucionário: o pioneirismo de Engels nas questões urbanas da cidade capitalista, Rodrigo Ribeiro se debruça sobre a leitura de A situação da classe trabalhadora na Inglaterra e A questão da moradia para compreender as posições de Engels sobre o ordenamento do espaço urbano nas cidades capitalistas formadas na revolução industrial. Como podemos perceber, temas atuais como a sociologia urbana e o direito à cidade já estavam presentes de forma pioneira na obra de nosso autor bem antes do século XX.
Em Das ruas inglesas ao evolucionismo dos gabinetes: algumas reflexões sobre Engels e a antropologia, Carina Santos e Lenin Pires demonstram como é possível encontrar elementos de uma profunda etnografia na obra do jovem Engels, em particular na Situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Assim, embora pouco reconhecido pela literatura especializada, nosso herói seria, de certo modo, um dos pioneiros da antropologia.
Em Engels e a centralidade do trabalho, Luisa Barbosa Pereira nos apresenta os dois principais textos em que o alemão aprofundou a temática do trabalho: A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra e Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem. Embora seja um texto escrito em sua juventude, A situação da classe trabalhadora na Inglaterra é certamente um dos mais importantes em sua vasta obra. Bastaria lembrarmos que Eric Hobsbawm, um dos maiores historiadores de nosso tempo, em prefácio para a edição francesa considera esse livro “um marco na história do capitalismo e da moderna sociedade industrial” (6). Já o texto Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem, escrito por Engels em sua maturidade, é bem menos conhecido, mas não menos essencial.
A filosofia, em forte diálogo com a história, também constitui elemento central de análise na obra de Engels. Sob esse registro, destacam-se duas obras: O Anti-Dühring e A dialética da natureza. Esses são os principais referencias apresentados nos capítulos A contribuição de Engels à história natural do homem, de João Quartim de Moraes, Ecos da Dialética da natureza em físicos do século XX, de Jean-Philippe Martinez e Olival Freire Jr., e Engels e a determinação em última instância, de Luiz Eduardo Motta.
Também é bem conhecida a importância que nosso autor tem para o movimento feminista e a autonomia das mulheres. Apresentar essa contribuição foi a tarefa empreendida por Alecilda Oliveira e Natalia Trindade no capítulo Engels e o debate de gênero. A partir do clássico A origem da família, do Estado e da propriedade privada, as autoras demonstram como Engels interpretou a ascensão da opressão do patriarcado em nossas sociedades. Oliveira e Trindade trazem à luz algumas das autoras que no Brasil investiram nessa temática, referenciadas nesse clássico, como Maria Lygia Quartim de Moraes e Heleieth Saffioti.
Muitos foram os autores que, na seara do marxismo, trabalharam o tema da educação, como Dermeval Saviani e Louis Althusser, entre tantos outros. Essa é a perspectiva adotada também por Christian Lindberg no capítulo Engels e a educação: apontamentos preliminares. O autor não apenas recupera o modo como Engels enfrentou o problema da educação, como também indica a forma pela qual suas interpretações foram adotadas no período mais recente.
Com maestria, Dani Balbi percorre as obras artísticas de Brecht, Lukács, Piscator e vários outros para discutir o tema do realismo. Como nos indica Balbi, “embora Marx e Engels nunca tenham se empenhado na construção de um estudo sistemático sobre estética, há diversos escritos esparsos sobre cultura, materialismo e arte, bem como apontamentos a esse respeito em suas obras fundamentais”. Com ênfase na literatura, Balbi encontra já em Engels o “estudo do realismo como processo de conformação, além de direcionar o debate sobre qual maneira de se proceder à representação do real contribui para a luta do proletariado”.
Allysson Lemos e Flávia Braga Vieira trazem para o debate a questão nacional. Embora perpassem outras temáticas, a ênfase do capítulo está na forma como Marx e Engels observaram as possibilidades do avanço do socialismo na Rússia. Esse registro merece nossa atenção: Marx e Engels não assistiram ao processo revolucionário russo do início do século XX. É bom lembrarmos que em fins do século XIX, quando os dois escreveram seus últimos textos, a revolução socialista na Rússia não era uma obviedade. Ainda assim, os dois demonstraram preocupação em dialogar com os revolucionários daquele país acerca das possibilidades do desenvolvimento do capitalismo e do socialismo.
O direito também assumiu um lugar privilegiado na obra de nosso homenageado. Ao lado de Kautsky, Engels escreveu O Socialismo Jurídico, clássico que aparece no referencial teórico de todo marxista que trabalha com a questão jurídica. Esse é o tema de A Questão do Direito em Engels: a difícil conciliação entre a ilusão jurídica e a luta por direitos, capítulo de Angelo Remedio. Angelo analisa com perspicácia a forma como o socialismo caminha sob a linha tênue do direito. Por um lado, Engels sabia que a luta jurídica cotidiana não poderia ser ignorada: redução da jornada de trabalho, proibição de trabalho infantil etc. eram conquistas que alteravam o sistema jurídico e que não deveriam ser desconsideradas. Por outro lado, o mesmo Engels também sabia que essa batalha jurídica não seria o horizonte para a transformação social, para a emancipação humana. Tratava-se, portanto, de travar a luta jurídica ao mesmo tempo em que se buscava superá-la.
Em A contribuição de Engels para a teoria dos partidos políticos, busco demonstrar como nosso herói, bem antes de Ostrogorski, Michels, Weber e Duverger, já havia atentado para o tema do sufrágio universal e para o consequente rebatimento nas organizações partidárias. Bem antes da consolidação da teoria dos partidos políticos no século XX, Engels observou o protagonismo dos partidos num cenário em que a via eleitoral se tornou a principal forma de acesso ao poder político. Aqui, aproprio-me principalmente do seu Prefácio de 1895 para As lutas de classe na França, mas também de diversas cartas para amigos como Bebel e Bracke.
Pedro de Araújo Fernandes, em Engels, guerra e revolução, explora o tema da violência revolucionária. Sob esse aspecto, é conhecida a frase de Marx: “A violência é a parteira de toda sociedade velha que está prenhe de uma sociedade nova”. Por sua força literária, essa frase poderia passar a falsa ideia de que a revolução é necessariamente violenta, o que invisibilizaria certa dialética. Mas será que o acúmulo de forças para o processo revolucionário não poderia se dar de outras formas, não violentas? Com ênfase em Engels, Fernandes explora a tensão que se iniciava no final do século XIX entre o reformismo e a revolução.
Wallace Cabral Ribeiro, em Religião, política e luta de classes: as reflexões de Friedrich Engels sobre o fenômeno religioso, investe em uma pesquisa sobre a presença de uma sociologia da religião em Engels. Ao se debruçar sobre As guerras camponesas na Alemanha, texto publicado por Engels em 1850 sobre as revoltas religiosas alemãs de 1524/1525, Ribeiro observa como Engels relacionou classes sociais e religiões de modo original na teoria marxista: os católicos representavam a alta nobreza; os luteranos, que eram moderados e reformadores, representavam a burguesia e a pequena nobreza; e os anabatistas, liderados por Thomas Münzer, eram uma vertente revolucionária que representava os interesses dos camponeses, plebeus e do nascente proletariado. Como veremos no capítulo, Engels conclui que já havia na sociedade proposta por Münzer esboços do comunismo.
Por fim, num ensaio de fôlego profundo, Fábio Palácio reúne autores destacados como Raymond Williams, Terry Eagleton, Mikhail Bakhtin para interpretar Engels à luz da teoria cultural.
Como se percebe, os capítulos presentes nessa edição permitem ao leitor iniciante, mas também ao mais maduro, um mapeamento sobre a vasta, interdisciplinar e atual obra desse jovem senhor de 200 anos de idade.
Em tempos de autoritarismo e conservadorismo, publicar um livro sobre Engels é também um ato político, um ato de subversão.
Notas:
* Theófilo Rodrigues é cientista político, autor do livro “Partidos, classes e sociedade civil no Brasil contemporâneo” (2021) e organizador dos livros “Democratizar a comunicação: teoria política, sociedade civil e políticas públicas” (2021) e “Engels 200 anos: ensaios de teoria social e política” (2020).
1 Carta de Engels para Johann Philipp Becker enviada em 15 de outubro de 1884. Ver ENGELS, F. Letters: 1883-1886. In: MARX, K; ENGELS, F. Collected Works. Vol 47. New York, 1995, p. 202. (Tradução minha).
2 MARX, Karl. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 53.
3 MCLELLAN, David. As ideias de Engels. São Paulo: Cultrix, 1977. p. 71-72.
4 LAFARGUE, Paul. Recordações da vida íntima de Carlos Marx. Setembro de 1890. Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/lafargue/1890/09/marx.htm
5 MARX, K; ENGELS, F. Collected Works. Vol 7. New York, 1995, p. 528. (Tradução minha).
6 ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010. p. 9.