O filósofo Noam Chomsky e o historiador Vijay Prashad pedem que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, remova Cuba da lista de países terroristas. Publicado originalmente no MR Online em 14.02.2023. Tradução de Theófilo Rodrigues.

Cuba, um país de 11 milhões de habitantes, está sob embargo ilegal do governo dos Estados Unidos há mais de seis décadas.

Apesar desse embargo, o povo de Cuba conseguiu transcender as indignidades da fome, problemas de saúde e analfabetismo, todos os três sendo pragas sociais que continuam a incomodar grande parte do mundo.

Devido às suas inovações na prestação de cuidados de saúde, por exemplo, Cuba conseguiu enviar seus trabalhadores médicos para outros países, inclusive durante a pandemia, para fornecer assistência vital. Cuba exporta seus trabalhadores médicos, não o terrorismo.

Nos últimos dias da administração Trump, o governo dos Estados Unidos devolveu Cuba à sua lista de estados patrocinadores do terrorismo.

Este foi um ato vingativo. Trump disse que era porque Cuba era anfitriã de grupos guerrilheiros da Colômbia, o que na verdade fazia parte do papel de Cuba como anfitriã das negociações de paz.

Cuba desempenhou um papel fundamental para trazer a paz à Colômbia, um país que foi assolado por uma terrível guerra civil desde 1948, que ceifou a vida de milhões de milhares de pessoas. Por dois anos, o governo Biden manteve a política vingativa de Trump, que pune Cuba não por terrorismo, mas pela promoção da paz.

Biden pode remover Cuba desta lista com um golpe de caneta. É simples assim. Quando estava concorrendo à presidência, Biden disse que reverteria até mesmo as sanções mais severas de Trump. Mas ele não o fez. Ele deve fazer isso agora.

Noam Chomsky é linguista, filósofo e ativista político. Ele é professor laureado de linguística da Universidade do Arizona.

Vijay Prashad é um historiador, editor e jornalista indiano. Correspondente-chefe da Globetrotter.