História política de João Goulart contada em livro
De autoria de Osvaldo Bertolino, o abra acaba de ser lançada pela Editora Kotter (www.kotter.com.br)
O período de 1950 a 1964 é um capítulo à parte da história do Brasil. Getúlio Vargas voltou à presidência da República numa conjuntura carregada de contradições e antagonismos, com o país imerso no conflito da geopolítica do pós-Segunda Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, a Revolução de 1930, liderada por ele, havia se implantado com sólidas raízes econômicas, sociais e políticas.
A dubiedade do presidente do Estado Novo, na conjuntura da ofensiva do nazifascismo contra a emergência das ideias democráticas e progressistas em âmbito mundial – sobretudo após a Revolução Russa, de 1917 –, não existia mais. A rigor, desde o início dos anos 1940 Vargas adotava posições democráticas, aproximando-se do Partido Comunista do Brasil, fundado em 1922, e de suas bandeiras patrióticas e progressistas.
Sua marca de patriota, a base da Revolução de 1930, que condensou os ideais civilizatórios da Independência, da Abolição e do ideal republicano, em 1950 voltou reforçada. Quando ele chegou ao Palácio do Catete, em 1930, encontrou um país essencialmente rural – apenas 10% do Produto Interno Bruto (PIB) era industrial. Em 1955, a produção industrial já representava 30% do PIB.
João Goulart herdou esse ideal. Depois do desastroso governo do general Eurico Gaspar Dutra e da Constituição democrática de 1946, conquistada basicamente pela junção das forças trabalhistas e comunistas, Goulart entrou em cena, ao lado de Vargas, atuando como a ponte que levaria o país para mais um salto civilizatório.
Sua deposição em 1964 por um golpe brutal, inserido na geopolítica imperialista do pós-Segunda Guerra Mundial, interrompeu essa trajetória. Contudo, a condensação da Revolução de 1930 e o legado de Vargas e Goulart são as bases da nação, o alicerce da luta contemporânea por democracia, soberania nacional e progresso social.
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Osvaldo Bertolino é jornalista, historiador e escritor, nasceu em 1962, em Maringá, Noroeste do estado do Paraná. Foi diretor de imprensa do Sindicato dos Metroviário de São Paulo, editor de economia do Portal Vermelho, editor do Portal Grabois, assessor de imprensa na Câmara dos Vereadores de São Paulo, na Central Única dos Trabalhadores (CUT) e na Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Escreveu os livros Testamento de luta — a vida de Carlos Danielli (2002), Maurício Grabois — uma vida combates (1ª edição em 2004 e 2ª edição em 2012), Pedro Pomar — ideias e batalhas (2013), Amar e mudas as coisas – trinta anos da UJS (2014), Vital Nolasco – vale a pena lutar (2016), Aurélio Peres – vida, fé e luta (2018), Da CUT à CTB – a evolução do movimento sindical desde a década de 1970 (2021), Guerrilha do Araguaia – verdades, fatos e histórias (2021), Rio Vermelho – raízes potiguares do Brasil democrático e progressista (2022) e Tom – fé e luta pelo socialismo.