Publicação, em todas as contas oficiais das redes sociais da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal (Secom), restabelece a verdade e a dignidade das vítimas das atrocidades da ditadura. Além de um ato de justiça, trata-se de necessária reparação histórica.
Em cumprimento de decisão judicial, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República publicou nesta segunda-feira (12/6), em todas as suas contas oficiais nas redes sociais, direito de resposta a uma postagem realizada nos perfis da SECOM no dia 5 de maio de 2020, durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Em 5 de maio de 2020, as redes sociais do governo de Jair Bolsonaro exaltaram como herói o coronel da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como Major Curió, condenado por tortura durante a ditadura militar. O Major Curió foi um dos principais responsáveis pelos assassinatos dos militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que atuaram na Guerrilha do Araguaia. O próprio Curió afirma que o exército executou 41 guerrilheiros no Araguaia.
Em 2020, familiares das vítimas do Major Curió entraram com uma ação na 8ª Vara Cível Federal de São Paulo contra a União e o torturador Sebastião Rodrigues Moura, exigindo na Justiça o direito de resposta. A gestão Bolsonaro recorreu e protelou, em vão, ao cumprimento da justa decisão.
A nota da SECOM publicada hoje diz que:
“O governo brasileiro, na atuação contra a guerrilha do Araguaia, violou os Direitos Humanos, praticou torturas e homicídios, sendo condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por tais fatos. Um dos participantes destas violações foi o Major Curió e, portanto, nunca poderá ser chamado de herói. A SECOM retifica a divulgação ilegal que fez sobre o tema, em respeito ao direito à verdade e à memória.”
O Major Curió morreu em 2022, sem nunca ter sido punido pelas atrocidades que cometeu.