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Especialistas debatem geopolítica e oportunidades na cadeia de semicondutores

19 de julho de 2023

Secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes, destacou atuação conjunta do governo federal para assegurar produção nacional do insumo

O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social do MCTI, promoveu nesta terça-feira (18), em Brasília, a palestra “Tensão entre EUA e China e mudanças na cadeia global de valor de semicondutores”. O evento contou com apresentação do professor Keun Lee, da Universidade de Seul, que expôs as principais mudanças geopolíticas nesse mercado e os impactos da atuação das principais potências do setor.

O evento foi organizado em parceria com os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC); e da Gestão, Inovação e Serviços Públicos (MGISP). Na mesa de abertura do evento, o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, destacou o desafio nacional de reindustrializar o Brasil e apontou ações positivas do governo como o novo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis).

“Nós temos um grande desafio pela frente. O Brasil nas últimas décadas sofreu uma grande desindustrialização. É um debate muito importante como agir nas causas desse fenômeno e promovermos uma nova industrialização verde, com descarbonização, digitalização e inovação”.

O secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes, ressaltou que os países sem investimento em áreas estratégicas não conseguirão avançar e lembrou a cooperação entre os ministérios em semicondutores.

“O mundo passa por uma transformação profunda e acelerada no âmbito da qual se intensificam as tensões internacionais. Isso revelou que os países que não detiveram a capacidade nacional de produção e desenvolvimento em áreas estratégicas estão vulneráveis à interferência externa e incapazes de sustentar seu desenvolvimento”.

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, considerou que a pandemia mostrou mundialmente como a ação do Estado assegura a autonomia produtiva. “A pandemia acabou reforçando a importância da atuação do Estado de forma ampla. A gente ressalta muito a importância do Sistema Único de Saúde para os brasileiros, mas a discussão sobre a autonomia produtiva foi uma das mais importantes que surgiu”.

Já o diretor do CGEE, Francisco Rizzo, explicou que a entidade conduz hoje estudos sobre as principais políticas do país para incentivo à inovação. “O CGEE desde sua fundação tem estudado os mecanismos centrais de apoio à inovação no Brasil. Atualmente, o Centro conduz dois estudos qualitativos acerca do impacto da Lei de Informática e do Padis sobre as empresas beneficiárias para caracterizar o ecossistema de P&D instalado no Brasil e identificar desafios no futuro”.