Professores da Escola João Amazonas visitam Embaixadas para discutir socialismo
Objetivo foi a realização das “Lives do João”, programa da TV Grabois
A secretária nacional de relações internacionais do PCdoB, Ana Maria Prestes, e os professores da Escola Nacional João Amazonas, Raul Carrion e Pedro de Oliveira, visitaram seis embaixadas entre 25 e 27 de julho. Eles realizaram entrevistas tendo em vista a realização das “Lives do João”, durante este segundo semestre de 2023. As visitas ocorreram nas embaixadas da China, Belarus (Bielorrússia), Vietnã, Rússia, Cuba e Coreia do Norte. As transmissões pelo canal do Youtube da TV Grabois visam a formação política de militantes, quadros e interessados nos temas do socialismo.
China
A visita à Embaixada da República Popular da China foi a primeira, no dia 25, quando foram recebidos pelo ministro-conselheiro Li Qi, que procurou estabelecer em sua apresentação uma periodização da história recente da China. Ele partiu da fundação do Partido Comunista da China, em 1921, passando depois pela proclamação feita por Mao Zedong da República Popular em 1949, pela decisão de iniciar a política de Reforma e Abertura sob a direção de Deng Xiaoping a partir de 1978, até os dias atuais com o presidente Xi Jinping à frente.
O representante da Embaixada ficou também de fornecer dados estatísticos atualizados sobre questões econômicas, sociais e políticas do grande país asiático. Também apontou para informações da política para enfrentar a pandemia da covid-19 e o esforço de planejamento para desenvolver a produção nacional de semicondutores, tornando a China uma pioneira mundial na esfera da inovação.
Na ocasião, os professores da Escola de Formação política do PCdoB também forneceram folhetos e livros, os quais os alunos da Escola utilizam em seus cursos. Além disso, levaram às embaixadas o volume recentemente lançado do livro iconográfico comemorativo aos Cem Anos de Luta ininterrupta do Partido Comunista do Brasil.
Belarus
No mesmo dia 25, os professores também estiveram na Embaixada da República de Belarus, sendo recebidos pelo cônsul Konstantin Snegovkoy, que relatou o desenvolvimento histórico dessa República da Eurásia. Um país que poderá contribuir para a solução do conflito provocado pela tentativa de cerco estratégico, promovido pela OTAN, com o apoio direto dos Estados Unidos da América contra a Rússia na Ucrânia.
O referido diplomata forneceu importantes informações sobre a constituição do “Estado da União” entre a Federação Russa e a Bielorrússia – onde ambas as nações mantém a sua autonomia, ao mesmo tempo que estabelecem estreitas relações econômicas, sociais, culturais e militares. Também sobre a economia do país — que mantém importante participação estatal nos setores produtivo e financeiro —, as sanções do Ocidente e a solicitação de Belarus de ingresso no BRICS.
Vietnã
Na sequência destes contatos com as embaixadas em Brasília, a comissão de professores do núcleo de Socialismo da Escola João Amazonas esteve, no dia 26, na Embaixada da República Socialista do Vietnã, onde foram recebidos pela embaixadora Pham Thi Kim Hoa.
Da mesma forma que nas outras visitas, a Embaixada ficou de recolher dados e informações relevantes da atual situação econômica e social do “valoroso e combativo povo vietnamita”, que em sua história milenar foram capazes de reagir e expulsar cerca de 20 intervenções militares, de vários países, ao longo do tempo. Houve resistência bem sucedida desde invasões de hordas mongóis, nos séculos XVIII e XIX; passando pela derrota do experiente exército colonialista francês, em 1954, na famosa batalha de Dien Bien Phu; pela expulsão dos imperialistas japoneses, após 1945; até a intervenção do maior exército imperialista no século XX, que foi o dos Estados Unidos, de 1965 a 1975, impondo derrota histórica aos americanos.
Hoje, o Vietnã é um dos países com o maior crescimento contínuo nos últimos dez anos, ao lado do crescimento econômico da China e de outros países da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático).
Os vietnamitas souberam enfrentar com grande capacidade a pandemia da covid-19 e recuperaram com rapidez as dificuldades impostas pela crise sanitária, voltando a crescer economicamente nos níveis anteriores ao período pandêmico.
Rússia
Na tarde do dia 26, os professores do PCdoB estiveram em visita à Embaixada da Federação Russa, sendo recebidos pelo embaixador Alexey Kazimirovitch Labetskiy.
O embaixador, que já está no Brasil desde o ano de 2022, mas já esteve em outras missões no Brasil no passado – fez um relato pessoal sobre a história recente da Rússia, desde o período da União Soviética, até nossos dias, se comprometendo a fornecer dados atualizados sobre a economia russa depois do início da operação especial na Ucrânia.
O embaixador russo citou ainda o interesse de seu país em relação à posição do Brasil diante da guerra e destacou o respeito da Rússia às posições brasileiras sobre questões internacionais.
Cuba
No dia 26, comemoraram-se os 70 anos do ataque ao Quartel de Moncada, em Santiago de Cuba, por parte dos revolucionários liderados por Fidel Castro. Apesar de ter sido uma derrota para os cubanos, serviu de experiência para a revolução de seis anos depois.
No dia seguinte, a comissão de professores da Escola João Amazonas esteve visitando a embaixada de Cuba, quando foram recebidos pela conselheira e professora de filosofia Idalmys Brooks Beltrán e pelo embaixador Adolfo Curbelo Castellanos.
Idalmys, nesta ocasião, fez um relato da situação concreta de Cuba, hoje, em comparação com a que o povo cubano vivia em 1959, quando se deu a Revolução contra o governo pró-imperialista de Fulgêncio Batista.
Ela também historiou como o novo governo popular passou a reconstruir a Nação do ponto de vista econômico, social e político. Cuba sofre hoje o mais prolongado bloqueio econômico da história mundial, um cerco criminoso que afeta todas as dimensões da atividade e da sociedade cubana — mesmo a capacidade de importação de remédios e produtos essenciais do desenvolvimento estatal.
Coreia
Na última visita realizada na semana, a comissão dos professores visitou a embaixada da República Popular Democrática da Coreia, exatamente no dia em que se lembra a vitória de 27 de julho de 1953, após três anos de luta, em que os coreanos impuseram um armistício aos exércitos liderados pelos Estados Unidos em Panmujon.
Naquela ocasião, como relata o professor Raul Carrion, o general americano Mark Clark, que assinou o documento, disse: “Eu ganhei a nada invejável distinção de ser o primeiro comandante do Exército dos EUA a assinar um armistício sem vitória”. Nessa guerra, conclui Raul, os EUA e seus aliados cometeram todos os crimes possíveis, desde o bombardeio massivo de civis, destruição da infraestrutura do país, guerra química (inclusive com o uso de Napalm), guerra bacteriológica e ameaça de utilização de bombas atômicas.
Ana Prestes – em nome do Comitê Central do PCdoB – entregou uma nota da direção do Partido, relembrando os fatos ocorridos há 70 anos na península coreana quando da vitória sobre o imperialismo estadunidense.
Durante a visita, o embaixador Kim Chol Hak respondeu uma série de questões levantadas pelos membros da comissão de professores, ao mesmo tempo em que ficou de enviar dados estatísticos sobre o seu país.
(Por Pedro Oliveira, com edição de Cezar Xavier)