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    Clube de Leitura

    “Fórmula para o caos”, de Moniz Bandeira, lançado em nova edição

    O cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira (1935-2017) terá sua obra revisitada. Seu livro, Fórmula para o caos, sobre a derrubada de Allende no Chile, será lançado em nova edição pela editora José Olympio.

    O mesmo acontece com a tradução que fez de A acumulação do capital, clássico de Rosa Luxemburgo, que sairá agora pela editora Civilização Brasileira.

    Reproduzimos abaixo a orelha do livro Fórmula para o caos escrita por Joana Salém Vasconcelos, professora na Faculdade Cáper Líbero e na UFABC.

    Por Joana Salém Vasconcelos

    Poucas narrativas combinam com tanta habilidade o caráter pulsante de uma historiografia bem documentada e a análise estrutural dos dilemas da América Latina como o monumental Fórmula para o caos de Luiz Alberto Moniz Bandeira.

    Nesta edição revista e ampliada de Fórmula para o caos, Moniz Bandeira explica como os aparelhos de poder dos Estados Unidos se articularam aos organismos políticos da direita e do centro chilenos, em uma batalha sem trégua para derrubar o governo socialista de Salvador Allende em 11 de setembro de 1973.

    Fundamentada em um amplo volume de fontes obtidas em arquivos no Chile, nos Estados Unidos e no Brasil, esta obra foi pioneira em demonstrar o papel da ditadura brasileira no golpe de Augusto Pinochet. Com o caso chileno, o autor ilumina o fenômeno do golpismo e das ditaduras latino-americanas da segunda metade do século XX, percorrendo as ações diplomáticas, econômicas e militares do imperialismo.

    Fórmula para o caos sustenta, com grande rigor, que as mais graves crises que acometeram governos de esquerda no continente, especialmente os revolucionários, são incitadas por meticulosos manuais de contrarrevolução, que articulam a sabotagem econômica, os lockouts, a agitação ideológica, a indústria cultural, a imprensa e os poderes diplomáticos.

    Há um enredo repetido nos golpes que é brilhantemente desvendado nesta obra. O livro demonstra, enfim, que o imperialismo estadunidense é uma prática construída por personagens de carne osso, que atuam no alto escalão do Estado e no empresariado para assegurar margens de lucro, poder geopolítico e influência cultural.

    Contudo, a rebeldia latino-americana nunca se deu por vencida e obriga o aprimoramento contínuo de sucessivas fórmulas para o caos. Ainda existe uma batalha pela soberania popular na América Latina, e as lutas do nosso tempo podem se beneficiar amplamente do conhecimento histórico deste livro.

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