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MCTI participa de debate sobre fenômenos climáticos extremos

31 de outubro de 2023

Investimentos em expansão de monitoramento de desastres e biomas, geração de novos sensores e atualização da capacidade computacional estão entre as ações que auxiliam na prevenção e promoção de resiliência

Em 2025, uma em cada duas pessoas no mundo estará em situação de escassez hídrica decorrente do aumento da população. “Esse estresse hídrico será ainda maior pelas questões de mudanças climáticas”, afirmou a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcia Barbosa. Segundo ela, a mudança do clima é fator determinante para alguns dos desastres e que a combinação de fenômenos que está ocorrendo neste ano pode tornar os impactos “exponenciais”. A afirmação foi feita durante debate sobre fenômenos climáticos e desastres naturais promovido pelo Senado Federal.

No debate, Marcia Barbosa destacou a atuação do MCTI em prover informações técnico-científicas para as diferentes frentes que envolvem a mudança clima, como dados que viabilizem ações de prevenção e de desenvolvimento resiliente ao clima. “Temos que prevenir, monitorar e estarmos preparados para essas mudanças”, disse.

O MCTI é o responsável por coordenar a elaboração do Inventário Nacional de emissões e remoções de gases de efeito estufa, processo é que desenvolvido por meio do projeto Comunicação Nacional do Brasil à Convenção do Clima. Entre as ferramentas que desenvolveu para subsidiar a tomada de decisão, a pasta disponibiliza informações sobre risco climático e um simulador para avaliar políticas de mitigação de emissões. A plataforma AdaptaBrasil apresenta dados sobre todos os municípios brasileiros que são úteis para planejamento de adaptação à mudança do clima. O Simulador Nacional de Políticas Setoriais e Emissões (Sinapse) apresenta cenários sobre implementação de políticas públicas para redução de emissões.

A diretora do Cemaden, Regina Alvalá, relatou que a unidade de monitoramento e alertas do MCTI, criada com uma resposta ao desastre que ocorreu na região serrana do Rio de Janeiro, já emitiu mais de 25 mil alertas. O Centro começou em 2011 monitorando 56 municípios considerados prioritários e hoje monitora 1.038. De acordo com a diretora, nas próximas semanas, esse número deverá ser incrementado com novos 95 municípios.

“Estamos trabalhando para ampliar o serviço para mais 200 municípios, com a aquisição de equipamentos para monitoramento da rede ambiental por meio dos recursos viabilizados pelo PAC”, explicou.

Nos próximos anos, o Cemaden pretende chegar a mais de 1,8 mil municípios monitorados. Outra medida que deve ser implementada para os eventos geodinâmicos é ampliar o intervalo de tempo para a emissão desses alertas com 72 horas de antecedência.

Para executar os serviços, o Centro conta com uma rede com mais 5 mil equipamentos para monitoramento, aliados com outras bases de dados. Alvalá enfatizou o trabalho desenvolvido na rede de educação com os municípios monitorados para construir a percepção de risco. “Construir a percepção de risco é fundamental para salvar vidas”, analisou.

Novo recorde de temperatura

De acordo com o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, o Brasil registrou o maior número de desastres de toda ordem nos últimos três anos e informou que o ano de 2023 segue para ser o mais quente. “Esse ano vai bater recorde e atingir 1,3oC mais quente, do que antes do aquecimento global.”

Nobre destacou que o Brasil pode ser o primeiro país de grandes emissões a pode atingir as metas e prover soluções sustentáveis. Ele mencionou o plano de zerar o desmatamento até 2030 e uma nova iniciativa que pretende ser com o maior projeto de regeneração florestal a ser desenvolvido no Sul da Amazônia. “Removeria mais de 600 milhões de toneladas de carbono e pode ter até emissões negativas.”

Segundo ele, a cobertura florestal pode contribuir para maior absorção da água durante o período das chuvas, tentando evitar as inundações, e retendo umidade na época das secas.

Assista à íntegra da sessão neste link.

Fonte: MCTI